Como Virei Super-Herói
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Douglas Attal
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Comment je suis devenu super-héros
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2020
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França / Bélgica
Crítica
Leitores
Sinopse
O mundo está acostumado com a existência de super-heróis. Mesmo assim, quem descobre poderes excepcionais acaba ganhando fama. Tudo isso é bagunçado quando uma droga sintética promete conceder poderes a qualquer um.
Crítica
Há um bom tempo o subgênero dos super-heróis e adaptações de histórias em quadrinhos deixaram de ser exclusividade hollywoodiana. Se até no Brasil eles já se manifestaram (O Doutrinador, 2018), não seria diferente na Espanha (O Vizinho, 2019-2021), Rússia (Major Grom contra o Dr. Peste, 2021) ou Alemanha (Freaks: Um de Nós, 2020), por exemplo. O mesmo, evidentemente, se dá na França, um dos país mais cinematograficamente ativos do mercado europeu. Pois é de lá que vem Como Virei Super-Herói, uma aventura estrelada pelo galã francês do momento, Pio Marmaï. Chama atenção, no entanto, é que por mais carregado que seja o sotaque dos personagens, o modo como os acontecimentos se desenrolam é igual àqueles vistos nas superproduções norte-americanas. Mais do que mera inspiração, no entanto, o que se percebe aqui se aproxima perigosamente do plágio, reduzindo drasticamente não apenas seu valor artístico, mas também na aposta enquanto diversão.
Por mais que, alegadamente, Como Virei Super-Herói seja baseado no romance de Gérald Bronner, o longa escrito e dirigido por Douglas Attal é por demais semelhante às trama da série Powers (2015-2016), criada por Brian Michael Bendis, e do thriller Power (2020), com Jamie Foxx e o brasileiro Rodrigo Santoro. Em ambos, a sociedade surge infestada por pessoas superpoderosas, o que se mostra como corriqueiro. A diferença, principalmente no segundo, é que há também uma droga capaz de levar essas habilidades especiais aos que delas não desfrutam naturalmente. Mas, é claro, há um preço a ser pago por isso, muito mais do que aquele negociado pelos traficantes ilegais. Essa é, também, a sinopse da vez, incluindo nessa mistura até mesmo um policial encarregado não só de descobrir onde as transações ocorrem, mas como chegar à fonte que deu origem a elas e, com isso, dar um fim ao perigo que representa.
No caso de agora, quem assume esse papel é Moreau (Marmaï, um ator não muito versátil, mas eficiente no que se propõe), que responde pelo departamento de ocorrências que envolvem superpoderes. De um clube noturno que foi misteriosamente incendiado a uma escola atacada por um aluno no descontrole de seus dons recém descobertos – ou há pouco adquiridos – o oficial de métodos não muito convencionais (um tipo nada surpreendente nesse tipo de trama) se vê pela primeira vez tendo que lidar com uma parceira de trabalho, a novata Schaltzmann (Vimala Pons, de Os Garotos Selvagens, 2017). À princípio antagônicos, os dois logo se unem para enfrentarem o desafio que se veem diante: uma gangue que está não apenas sequestrando indivíduos poderosos, mas também capaz de extrair desses suas capacidades especiais e traficar tais poderes através de drogas que, quando usadas em exagero, podem levar ao descontrole e até mesmo à morte.
Mais do que o exercício policial em si, o que entretém nessa história é a ambientação proposta e os personagens que por ela transitam. Alguns dos mais interessantes são os remanescentes de uma antiga trindade heroica, ídolos do protagonista e que, agora, estão ao seu lado como mestres, mas também como suporte. Callista (a eficiente Leïla Bekhti) consegue prever o futuro, mas hoje se ocupa do ensino de adolescentes, enquanto que Monte Carlo (o excelente Benoît Poelvoorde, capaz de disfarçar a complexidade do seu passado em uma aparente alienação), apesar de conseguir se mover na velocidade da luz, não tem mais domínio por estar enfrentando sintomas de Mal de Parkinson. Enquanto esse grupo tem um mistério a ser desvendado, quem de fato parece se divertir com a brincadeira é Swann Arlaud, que na pele no assustador Naja faz da ameaça que emite jus ao apelido que carrega.
Por mais tranquilo que seja acompanhar o desenrolar dos acontecimentos de Como Virei Super-Herói, os mesmos pouco de revelador ou original possuem, fazendo do conjunto não mais do que um passatempo eficiente, ainda que irrelevante. Pois ao optar por se esconder por trás de uma mediocridade que não o leva a lugar algum, a obra não só desperdiça o potencial do bom elenco reunido, como também parece se contentar em trilhar por caminhos previamente vistos e testados, sem ousar além do esperado. Dito isso, o mais curioso é perceber que até mesmo o título chega a ser descartável, uma vez que, ainda que se apresente como um manual de formação ou conto de origem, esse histórico em si não chega a ser aprofundado, permanecendo na superfície dos eventos, tais como as motivações dos personagens e as consequências de seus atos. Consistente na medida em que se propõe como mero entretenimento, é também ordinário o bastante para não ir além do óbvio há muito desvendado.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 5 |
Francisco Carbone | 7 |
Leonardo Ribeiro | 5 |
MÉDIA | 5.7 |
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