Crítica
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Sinopse
Benjamin Mee é um pai solteiro que decide que sua família precisa recomeçar. Desta forma ele e seus dois filhos se mudam para um zoológico em mal estado de conservação, onde, com a ajuda de uma equipe local, fazem com que o local recupere o brilho perdido.
Crítica
Cameron Crowe estava há seis anos sem filmar, desde sua frustrada experiência íntima e pessoal em Tudo Acontece em Elizabethtown (2005), que arrecadou a metade do que custou. Durante essa meia década, seu maior feito foi o documentário musical Pearl Jam Twenty (2011), exibido há pouco nos cinemas. Ao invés, portanto, de se inspirar num universo mais ousado e original, como o visto no sucesso Vanilla Sky (2001), ele preferiu seguir na mesma tecla, voltando-se a um drama humano e familiar. O resultado é este Compramos um Zoológico, um filme que chega cheio de pretensões, e que pelo que se percebe irá falhar na maioria delas.
Não que seja ruim: apenas está longe de ser bom. Compramos um Zoológico é um produto convencional ao extremo, que recorre a todos os recursos possíveis para emocionar e comover, mas sem sutileza nem profundidade. Tudo é evidente e escancarado, e por mais que tenha sido inspirado num fato verídico, trata-se uma adaptação ‘chapa branca’, ou seja, linear e que engrandece seus protagonistas, sem apresentar falhas, hesitações ou deslizes. Os personagens são todos unilaterais, perfeitinhos e chatos e tão bons. O único que tenta um pouco sair desse esquema cor-de-rosa é o filho, Dylan (Colin Ford), um garoto que poderá ainda render melhor no futuro. Porém, sem um pulso forte que o oriente – como vemos aqui – tudo que se consegue extrair dele é uma série de resmungos e caretas que mais parecem birra de criança do que um verdadeiro drama interno oriundo de uma situação traumática ainda não superada.
Matt Damon é Benjamin Mee, um repórter aventureiro que já rodou o mundo com sua profissão. Mas tudo muda em sua vida quando a esposa morre e ele fica com os dois filhos pequenos para criar. Decidido a recomeçar, compra num impulso uma propriedade rural que abriga um zoológico de animais em extinção. Para reabrir o local e fazer daquilo um trabalho e um estilo de vida, precisa encarar o desafio à sério, contar com toda ajuda possível e se reinventar, como pessoa, profissional e chefe de família. Ao seu lado está Kelly (Scarlett Johansson, mal aproveitada, sem explorar sua beleza ou seus talentos dramáticos), a coordenadora do lugar, e um grupo de empregados que se dedicam ao espaço mais pelo amor aos animais do que pela aptidão.
Os dramas enfrentados são todos os mais óbvios: um tigre que está doente, uma caixa de cobras que é deixada aberta, um inspetor rígido que ameaça não aprovar a licença de abertura do lugar, um filho rebelde que precisa ser entendido, um romance adolescente, um novo amor que começa. Nada de novo, nem entre os acontecimentos que se passam na tela grande, muito menos entre os bocejos que dominam a plateia.
Compramos um Zoológico chega aos cinemas do Brasil e dos Estados Unidos simultaneamente no dia 23 de dezembro, véspera de Natal, com dois objetivos: conquistar o público durante o feriadão e agradar os críticos e os votantes das principais premiações de final de ano. Se a audiência irá responder à altura só o tempo dirá. Sobre o retorno da crítica, esse é um retorno que já pode ser medido antecipadamente, pois o filme tem sido ignorado nas escolhas dos melhores do ano em tudo que é categoria, tanto nas técnicas quando nas de atuação. E sem gerar comentários mais entusiasmados, a única avaliação que resta é saber que ao menos o registro é de uma lição de vida que realmente merecia ser eternizada – senão entre os espectadores, ao menos entre aqueles que participaram de sua realização.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Yuri Correa | 7 |
Thomas Boeira | 5 |
Edu Fernandes | 5 |
Roberto Cunha | 5 |
Matheus Bonez | 4 |
Chico Fireman | 4 |
MÉDIA | 5 |
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