Danúbio

Crítica

Nascido em Bagé, interior do Rio Grande do Sul, Danúbio Gonçalves é um multifacetado artista plástico e visual. Trabalha com pintura, desenho, gravura e é até mesmo escritor. Com uma trajetória invejável, o artista estudou até mesmo com Candido Portinari. É também muito bem articulado desde o começo de sua carreira e aqui em Danúbio (2012), documentário integrante da série Grandes Mestres – que tem como objetivo retratar artistas gaúchos, somos apresentados de forma mais detalhada a um resgate de sua história e trajetória como artista.

Realizado por Henrique de Freitas Lima (Contos Gauchescos, 2011), trilhamos no filme um caminho cronológico, uma apresentação que vem aos poucos. Se construindo baseado em um longo depoimento do artista, Freitas Lima intercala a entrevista com outras participações de amigos de Danúbio e ainda imagens de suas obras e fotografias de momentos de sua trajetória. A premissa parece ótima para um documentário. Indica um relato básico do gênero documental, mas o problema é que existem problemas na produção, seja a falta de timing ou em como se forçam e parecem encenados seus depoimentos.

Costuma-se dizer que existe uma linha muito tênue nos documentários: em até que ponto vai a realidade, a naturalidade de expressões e em que momento é tudo premeditado ou atuado. Em Danúbio, o filme, por diversas vezes, a situação toda de entrevistas e colocações dos entrevistados parece ensaiada, caindo numa mesmice. Como se não bastasse o formato escolhido para abordar a trajetória do artista ser enfadonho (entrevistas), muitos dos depoimentos são dados de forma desinteressante. É como se faltasse cor e calor na tela. É uma pena, dada a trajetória, importância e belo trabalho que Danúbio Gonçalves traz através de seus anos de vida, ser retratado dessa forma tão simplória.

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Renato Cabral

é graduado em Cinema e Animação pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e mestrando em Estudos de Arte pela Universidade do Porto, em Portugal.

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