Crítica
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Crítica
O diretor inglês Nigel Cole estreou com o pé esquerdo em Hollywood. Depois de realizar na Inglaterra os simpáticos O Barato de Grace (2000) e Garotas do Calendário (2003), ele foi para os Estados Unidos para comandar este De Repente é Amor, um veículo que serve mais para comprovar as deficiências dos dois protagonistas e menos como uma história que possua qualquer tipo de relevância para o espectador.
Diretor acostumado com o trabalho na televisão, Cole evocou este mesmo passado nesta produção, levando às telas algo bastante corriqueiro, sem nenhuma inovação interessante. Seus planos são simples, o roteiro é por demais fragmentado, e as interpretações são tão pálidas quanto o atual cenário das comédias românticas no cinema atual. A total e absoluta falta de química entre Ashton Kutcher e Amanda Peet também pouco colabora para o envolvimento da plateia, assim como o enredo escrito pelo quase inexperiente Colin Patrick Lynch, um ator coadjuvante que nunca fez nada de destaque (cinematograficamente falando), aqui dando seu primeiro passo como roteirista.
Para os que lembram de Harry & Sally: Feitos um para o Outro (1989), escassas serão as surpresas em De Repente é Amor. É deste ‘clássico’ do cinema oitentista que vem a maioria das referências presentes. Duas pessoas se conhecem por acaso em uma viagem, acabam atraídas uma pela outra, se enamoram e a partir de então começam um círculo de idas e vindas com o passar dos anos. Transam, se separam, daí se encontram novamente, ele se apaixona, ela vai embora, ela se apaixona, ele vai embora e assim por diante. Os motivos destas sucessivas separações e encontros são os mais supérfluos possíveis, sem muito fundamento nem verossimilhança. Só estão ali para justificar a história, é o que parece. O final, como não poderia deixar de ser, é igualmente bastante previsível, e não há uma só pessoa na audiência que possa discordar disso.
Kutcher, depois dos fracassos A Família da Noiva (2005), A Filha do Chefe (2003) e Recém-Casados (2003), mostra mais uma vez ser apenas uma galã, longe de possuir qualquer talento dramático. Talvez se tivesse se contentado em ser apenas o coadjuvante engraçado de seriado de televisão, ou uma figura plasticamente atraente, porém irrelevante, fosse de bom tamanho. Peet, por sua vez, tenta se firmar como um nome de destaque, mas suas escolhas raramente são felizes. Trabalhos menores em filmes como Melinda e Melinda (2004) ou Alguém Tem Que Ceder (2003) são mais seu perfil, onde a responsabilidade não está totalmente sobre seus ombros e que lhe permitem ousar mais. Aqui, presa pelas amarras de um papel maior, parece faltar espontaneidade e vigor. De resto, temos uma história óbvia e desinteressante. Melhor manter distância.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 3 |
Francisco Carbone | 5 |
Thomas Boeira | 6 |
Chico Fireman | 6 |
Cecilia Barroso | 6 |
MÉDIA | 5.2 |
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