Crítica
Leitores
Sinopse
Crítica
Meus 533 Filhos (2011), de Ken Scott, é um filme canadense que fez certo sucesso em seu país quando foi lançado. No entanto, boa parte dos americanos não gosta muito de legendas, e esse é o único motivo para que Hollywood tenha decidido refilmar o mesmo longa, agora com Vince Vaughn no papel principal, chamando inclusive o próprio Ken Scott para escrever e dirigir. Infelizmente, o que acabamos vendo neste De Repente Pai é um remake desnecessário e pouco divertido.
De Repente Pai mostra a vida de David Wozniak (Vaughn), homem cheio de dívidas, poucas ambições e que trabalha como entregador de carnes no açougue de sua família. Um dia, sua namorada Emma (Cobie Smulders) avisa que está grávida, o que o faz repensar o modo como leva sua vida. Quando começa a achar que ser pai pode ser algo muito bom, David descobre que tem 533 filhos, resultados das várias doações de esperma que fez sob o apelido de Starbuck quando mais jovem, e 142 deles querem conhecê-lo. David então passa a tentar se aproximar deles e ajudá-los de alguma forma, mas sem que saibam quem ele, de fato, é. Traduzir o roteiro do filme original para o inglês foi o único trabalho que Ken Scott teve ao escrever De Repente Pai. A história é exatamente a mesma de antes, com os mesmo conflitos e os mesmos diálogos. Não há nada de novo por aqui que justifique a refilmagem, o que é uma pena, já que Meus 533 Filhos era bem problemático mesmo com a premissa interessante, e suas falhas poderiam ser corrigidas agora.
Quando David vai começa a encontrar seus filhos, por exemplo, Scott prefere investir numa estrutura episódica, com o personagem ajudando um de cada vez, sendo que tempos depois ele passará a ter contato mais direto com um deles e este se revela uma figura muito aborrecida. Já a subtrama envolvendo a dívida do protagonista com alguns agiotas fica um pouco perdida em meio a história, além de ganhar atenção apenas quando realmente necessário. Como se não bastasse, Ken Scott faz o filme cair demais na pieguice, investindo até em trilhas sentimentais para ilustrar certos momentos entre David e seus filhos, principalmente quando ele aparece com Ryan (Sebastian Réne, que esteve no filme original interpretando o mesmo personagem), garoto deficiente e que fica em uma casa de repouso. Mas De Repente Pai acaba encontrando um problema que não havia em Meus 533 Filhos, e este é o fato de Vince Vaughn não aparecer tão carismático quanto Patrick Huard era naquele filme, o que faz o espectador se perguntar se o ator não se sente mais confortável quando estrela produções ao lado de amigos como Owen Wilson, Ben Stiller e Will Ferrell. Sozinho, Vaughn não consegue segurar o longa tão bem, surgindo no piloto automático na maior parte do tempo. Enquanto isso, Chris Pratt até consegue arrancar algumas poucas risadas interpretando Brett, o melhor amigo e advogado do protagonista, ao passo que Cobie Smulders não chega a fazer de Emma uma personagem muito interessante.
Meus 533 Filhos não chegava a ser um grande filme, mas possuía alguma simpatia. E isso é algo que De Repente Pai não consegue resgatar diante de tantos problemas.
Últimos artigos deThomas Boeira (Ver Tudo)
- Onde os Homens são Homens - 28 de junho de 2016
- Karate Kid II: A Hora da Verdade Continua - 9 de junho de 2016
- O Sobrevivente - 28 de maio de 2016
Deixe um comentário