Crítica
Leitores
Sinopse
Noah Calhoun, um vendedor aposentado, costuma visitar Allie Nelson em um asilo, onde lê memórias escritas em um caderno. A leitura narra a história de um casal que foi separado pela Segunda Guerra Mundial e se reencontra 14 anos depois, com diferentes rumos na vida. Com a memória prejudicada pelo tempo, a senhora acaba tendo a chance de reviver sua turbulenta juventude e o inesquecível amor que viveu.
Crítica
Uma história de amor à moda antiga. Assim pode ser descrito Diário de uma Paixão, romance assumido e sem a menor vergonha de sê-lo. Baseado num best seller de Nicholas Sparks de grande sucesso nos Estados Unidos, foi dirigido por Nick Cassavetes, filho do lendário John Cassavetes e da ótima Gena Rowlands (que trabalha aqui pela segunda vez com o filho, após o interessante De Bem com a Vida, 1996). Nick é um realizador que vem seguindo uma carreira bastante irregular – é responsável pelo premiado Loucos de Amor (1997), e pelo constrangedor Um Ato de Coragem (2002) e pelo divertido Mulheres ao Ataque (2014). Dessa vez, no entanto, ele parece ter acertado à mão ao realizar um daqueles filmes capazes de tocar até o coração mais empedernido.
Noah e Allie se conheceram na adolescência. O que era para ser apenas aventura passageira de verão acabam tendo efeitos e consequências de um vida inteira. Isso não chega a ser uma grande surpresa, pois a história é contada desde o início pelo casal na velhice, quando se encontram numa casa geriátrica, os dois com problemas de saúde – ele no coração, ela com Alzheimer. O interesse do roteiro será ir desvendando aos poucos as dificuldades que ambos enfrentaram para ficarem juntos, como a oposição ferrenha da mãe da moça (uma participação pequena, mas marcante, de Joan Allen) ou a origem humilde do rapaz.
Diário de uma Paixão guarda semelhanças com dois filmes lançados mais ou menos na mesma época e igualmente tocantes: o argentino O Filho da Noiva (2001), de Juan Jose Campanella, e o inglês Iris (2001), de Richard Eyre. Da mesma forma que o primeiro, mostra de modo simples e direto quão forte pode ser o amor de uma pessoa pela outra, sem que esse discurso se torne piegas ou melancólico. Enquanto que em relação ao segundo está a discussão sempre presente sobre a finitude do ser humano, mas sem deixar de contrapor a fragilidade do físico com a soberania do emocional. A sintonia entre os amantes é tão forte que nem a maior das adversidades – a morte – conseguirá separá-los.
O elenco de Diário de uma Paixão reuniu boas revelações com talentos comprovados. O casal de apaixonados é vivido em sua juventude pelos até então novatos Ryan Gosling e Rachel McAdams. Apesar de correr uma lenda de que os dois não se suportavem no set de filmagens, a química entre os dois em cena é notória e um dos melhores acertos da produção. Gosling tem aqui um dos seus primeiros papeis românticos, viés que ele insistiria nos também emocionantes Namorados para Sempre (2010) e O Lugar Onde Tudo Termina (2012), por exemplo. Já McAdams abandonou aqui pela primeira vez a posição de coadjuvante – como no divertido Meninas Malvadas (2004) – para se assumir como protagonista de produções semelhantes, porém não tão eficientes, como Te Amarei Para Sempre (2009) e Para Sempre (2012). No tempo presente os dois são substituídos pelos veteranos James Garner e Rowlands, essa responsável por alguns dos momentos mais comoventes de toda a trama. Chamam atenção ainda as presenças sempre competentes de Sam Shepard e James Marsden.
Bonito, sensível e irresistível, Diário de uma Paixão foi indicado ao prêmio do Sindicato dos Atores como Melhor Ator Coadjuvante (Garner) e ao Satellite Award, como Melhor Atriz Coadjuvante (Rowlands). No entanto, foi entre os jovens que ele realmente mostrou sua força, como nas premiações recebidas no Teen Choice Awards (em 8 categorias, inclusive Melhor Filme em Drama) e no MTV Movie Awards (Melhor Beijo). Enfim, trata-se de um daqueles filmes capaz provocar suspiros e soluços entre os mais emocionados, sendo que até o mais bruto terá que se esforçar para conter uma eventual lágrima. Uma história contada com dedicação e carinho, com cenas de muito encanto e uma trilha sonora não menos envolvente. Uma obra que merece ser vista com a alma, e o coração, bem abertos.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 8 |
Thomas Boeira | 8 |
Bianca Zasso | 7 |
Diego Benevides | 7 |
Francisco Carbone | 7 |
Matheus Bonez | 7 |
Chico Fireman | 7 |
MÉDIA | 7.3 |
O filme caracterizou a má sorte do casal apaixonados com muito amor devido a interferência e manipulação dos pais. As pessoas geralmente devem se resguardar dos controladores do destino alheio. Tudo poderia ter dado certo ou não. Temos liberdade de escolhas e expressao. Cada pessoa encontra seu caminho ao caminhar. É a lei da vida. Basta saber ouvir , filtrar, indagar, pesquisar, analisar e raciocinar.