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Sinopse

Os Estados Unidos sofrem um novo ataque terrorista, desta vez através da informática. Um hacker consegue invadir a infra-estrutura computadorizada que controla as comunicações, transporte e energia do país, ameaçando causar um gigantesco blecaute. O autor do ataque planejou todos os passos envolvidos, mas não contava que John McClane, um policial da velha guarda, fosse chamado para confrontá-lo.

Crítica

Bruce Willis é um cara legal. Não que alguém tenha alguma dúvida disso. Ele se tornou conhecido através de uma série de televisão (A Gata e o Rato, que durou de 1985 a 1989) e estourou definitivamente nos cinemas em 1988, com o primeiro Duro de Matar. Desde então fez comédia (A Morte Lhe Cai Bem, 1992), romance (A História de Nós Dois, 1999), suspense (A Cor Da Noite, 1994), ficção científica (O Quinto Elemento, 1997), aventura (O Chacal, 1997), superproduções (Armageddon, 1998), filmes cultuados (Pulp Fiction, 1994), campeões de bilheteria (O Sexto Sentido, 1999) e fracassos (Hudson Hawk, 1991). Já foi protagonista, marcou presença em elencos múltiplos (Sin City, 2005), fez pequenas participações em projetos de amigos (Doze Homens e Outro Segredo, 2004) e até mostrou seu talento de dublador (Olha Quem Está Falando, 1989), além de ter aparecido em outras séries de tv, como Friends (2000). Na vida familiar, continua amigo da ex-esposa, Demi Moore, depois de uma separação tranquila. Então como não ficar feliz em conferir esse grande cara de volta ao papel que maior sucesso lhe deu? E Duro de Matar 4.0 é exatamente isso: Bruce Willis fazendo o que sabe melhor!

Se em Duro de Matar (1988) o agente John McClane (Willis) precisou impedir o ataque a um edifício, em Duro de Matar 2 (1990) salvou um aeroporto e em Duro de Matar 3: A Vingança (1995) se virou ao avesso para evitar uma tragédia em toda uma cidade, agora o perigo segue esta linha de aumento progressivo e cresce vertiginosamente. O vilão desta vez é um terrorista virtual, que coloca o país inteiro como refém de um ataque combinado, imobilizando todos os recursos de energia, inteligência e até militar dos Estados Unidos em questão de horas. E como um herói conhecido por resolver as coisas "no braço" irá lidar contra um inimigo tão polivalente?

A solução se chama Matt, um hacker ameaçado de morte que acaba virando protegido de McClane. Ele, por um desencontro do destino, termina por ser o único capaz de enfrentar a ameaça cibernética e salvar a nação. Mas, para isso, precisará contar com a proteção do policial, que tem outro problema pela frente: salvar a própria filha, sequestrada pelos bandidos. Interpretado por Justin Long, o rapaz tem tudo para, assim como Shia LeBeouf, se tornar num dos grandes astros de Hollywood nos próximos anos: tem aparência frágil, porém é engraçado, simpático e bom com as garotas. Ele, ao lado de tiradas impagáveis de Willis, responde pelo lado "leve" do filme, acrescentando bom humor e modernidade a uma trama que pouco tem de original, mas que conquista justamente pela nostalgia e exageros.

Se o trailer de Duro de Matar 4.0 é atraente, quando se percebe que ali estão cenas apenas das primeira meia-hora de filme, o interesse também aumenta! Afinal, tem muito mais pela frente. Assim, logo no início o protagonista consegue derrubar um helicóptero com um automóvel, desviar de dezenas e carros desgovernados no meio de um túnel escuro e salvar sua pele e a do garoto de vários assassinos que estão atirando à queima roupa. Agora, imagine o que ainda está por vir. Ele vai atravessar alguns estados, enfrentar o caos generalizado e lutar com capangas dos mais diversos tipos, gêneros e sexos até ficar frente a frente com o responsável por todo o perigo. E não será uma jornada fácil, pode apostar.

São tantos os absurdos e clichês no decorrer da trama que chega um ponto que esquecemos da verossimilhança e queremos apenas alimentar os sentidos. Não é um longa sério, que estimula o pensamento e a reflexão. É mais um pipoca arrasa-quarteirão, feito para grandes massas e de consumo imediato. Mas serve também para mostrar o quão marcante a década de 80 foi para o universo pop. Depois deste retorno e de Sylvester Stallone, em Rocky Balboa (2008), o seguinte foi um sessentão Harrison Ford em Indiana Jones em o Reino da Caveira de Cristal (2008). Sinal de que essa turma ainda tem o que oferecer. E se o público continua aceitando com alegria este velhos ícones, qual o problema nisso? Bruce Willis fez bem sua parte, mostrando que tem muito fôlego para novos desafios. E daqui pra frente é só aguardar para ver!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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