E se Vivêssemos Todos Juntos?
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Stéphane Robelin
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Et si on vivait tous ensemble?
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2011
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França / Alemanha
Crítica
Leitores
Sinopse
Melhores amigos há décadas, Annie, Jean, Claude, Albert e Jeanne tem vidas e personalidades diferentes. Quando a saúde deles começa a decair, o asilo surge como uma solução. Mas, o que aconteceria se todos morassem juntos?
Crítica
Visto ainda com certo preconceito, quase um tabu, a sexualidade na terceira idade é uma temática que é raramente retratada no cinema. O motivo pode até ser quantitativo, visto que produções estreladas por um elenco idoso estréiam em número bem menor – como se apenas adolescentes ou jovens adultos fossem ao cinema. Uma inverdade, obviamente. Quem está acostumado a freqüentar sessões em casas de cultura ou, até mesmo, em shopping centers, sabe muito bem que existe um público maduro ávido por novas produções. E se vivêssemos todos juntos? é um longa-metragem que conversa muito bem com uma platéia mais experiente – sem deixar de ter um apelo universal ao abordar outros temas como a amizade, a traição, as doenças da velhice e a forma de encarar a morte. Tudo isso com muito bom humor.
Com direção e roteiro de Stéphane Robelin (Real Movie, 2004), o filme conta com um elenco invejável encabeçado por Guy Bedos (Sobrevivendo com Lobos, 2007), Geraldine Chaplin (O Monge, 2011), Jane Fonda (Ela é a Poderosa, 2007), Pierre Richard (Paris 36, 2008), Claude Rich (No Mundo do Poder, 2006) e Daniel Brühl (Bastardos Inglórios, 2009). Dois casais e um solteirão irremediável são amigos de longa data e divertem-se sempre que se encontram. As doenças da idade avançada começam a atrapalhar alguns dos membros dessa turma. Quando Claude (Rich) é internado em um asilo pelo filho, os seus quatro amigos resolvem tirá-lo de lá e colocar uma ideia em prática que há tempos já passeava pela cabeça de Jean (Bedos): morarem todos juntos. Para ajudá-los em algumas tarefas, o passeador de cachorros e estudante Dirk (Brühl) é contratado e trava diálogos profundos com Jeanne (Fonda). Entre as brigas do casal Jean e Annie (Chaplin) e as perdas de memória de Albert (Richard), o quinteto passará por momentos divertidos e tocantes nesta comunidade alternativa – sempre passível de surpresas e segredos do passado.
Os veteranos do elenco são o principal chamariz de E se vivêssemos todos juntos? por pintarem um retrato divertido (e verdadeiro) sobre os percalços da velhice. O casal Jean e Annie, por exemplo, percebe que as visitas de seus filhos e netos são raras. Fato esse que entristece profundamente Annie a ponto de querer instalar uma piscina na casa – o que vai de encontro totalmente com as ideias de seu marido, que possui uma horta no local. Já Jeanne e Albert precisam conviver com as doenças. Enquanto Jeanne parece encarar a morte de frente, escolhendo inclusive seu próprio caixão e local a ser enterrada (mas escondendo a gravidade da doença de seu esposo), Albert vai ficando cada vez mais confuso por seus lapsos de memória. Fechando o quinteto, o bonachão Claude não perde um rabo de saia e costuma sair com prostitutas para aplacar seu apetite sexual. No entanto, um problema coronário o acaba tirando de combate, o fazendo apelar para uma arma medicinal que pode ser ao mesmo tempo perigosa e engraçada.
O diretor e roteirista Stéphane Robelin consegue tecer estas histórias de forma muito orgânica na trama, nunca pesando a mão nos dramas ou deixando as questões mais sérias leves demais. Tudo é muito bem construído. Robelin não teme tocar em temáticas menos populares, como a sexualidade na terceira idade. Jane Fonda, em dado momento, pergunta para seu novo amigo Dirk: “Quantas vezes você acha que faço sexo com meu marido?”. O rapaz, um tanto desconfortável com a pergunta, responde o que muitos pensariam: “É um tanto constrangedor falar isso com você. Tem idade para ser minha avó”. Muitos pensam que, com a chegada da idade mais avançada, os impulsos sexuais cessam completamente. É interessante como E se vivêssemos todos juntos? mostra o quanto isso é uma inverdade. Mostra também como é possível sentir ciúmes mesmo vivendo em um relacionamento longevo – e nunca salvo de algumas surpresas desagradáveis. Com bom ritmo, atuações competentes e um final reflexivo e tocante, E se vivêssemos todos juntos? cumpre exatamente o que se propõe e pode deixar o espectador sair do cinema pensando em sua futura velhice ou traçar um paralelo com sua atual realidade. Depende apenas da idade do espectador em questão.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Suzana Uchôa Itiberê | 6 |
Miguel Barbieri | 8 |
MÉDIA | 7 |
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