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Sinopse

Flynn Rider, o bandido mais procurado do reino, acaba se escondendo na torre de Rapunzel. Juntos, eles partem numa aventura emocionante por um mundo desconhecido para ela.

Crítica

Durante anos a Disney, o mais tradicional estúdio do gênero, comeu poeira da Pixar no campo da animação em longa-metragem. Até que foi lá e comprou o concorrente. Agora, juntos, o melhor de um está integrado com o outro. E o mais bem sucedido resultado dessa união, ao menos até o momento, é Enrolados, a adaptação da clássica história de Rapunzel. Não só retoma a identidade Disney em ter princesas como heroínas, mas adiciona um humor e uma perspicácia bastante irreverente, típica da produtora de novos clássicos como Wall-E (2008), Procurando Nemo (2003) e o genial Toy Story (1995).

A trama, apesar de universal, chega agora à tela grande com muito estilo e num viés bastante revigorado. Rapunzel é uma princesa que foi raptada por uma velha bruxa ainda bebê. Os cabelos da menina possuem o dom de manter quem estiver por perto sempre jovem – e tudo que a vilã quer é se manter linda. Assim, a garota cresce acreditando ser aquela estranha mulher sua verdadeira mãe, e o alto da torre onde se encontra presa – sob o pretexto de que “o mundo lá fora é muito perigoso” – é tudo o que ela conhece. Isso até um malandro bonitão cair, literalmente, no colo dela e virar sua vida de cabeça pra baixo.

Com a ajuda do rapaz, Rapunzel irá enfrentar a bruxa, conquistará sua liberdade e partirá para sua maior aventura. A questão será se ela conseguirá reencontrar seus pais, os reis, e descobrir o verdadeiro amor. Ou seja, o final feliz de sempre. Mas em Enrolados não importa muito o fim – que é previsível e todos sabem de antemão como será – e, sim, o processo, como tudo se dará até o clímax. E esse processo é divertido, cheio de momentos de muita adrenalina – a sequência do estouro da barragem é impressionante – e com personagens que são verdadeiras pérolas – o cavalo mau humorado é um caso à parte, quase tão hilário quanto os pinguins de Madagascar! Isso sem falar na própria técnica de animação, que recria os longos cabelos da protagonista com um realismo assustador, em cenários deslumbrantes – a floresta, o reino – e diálogos inspirados que deixam qualquer um com um sorriso enorme no rosto ao término da projeção.

Enrolados foi prejudicado pela decisão, nesse ano, de serem apenas 3 os indicados ao Oscar na categoria de Melhor Longa de Animação. Dessa forma, acabou ficando de fora da lista final, conseguindo uma indicação apenas, e em Melhor Canção Original (a bela I See the Light, de Alan Menken, dono de oito Oscars, pelos filmes A Pequena Sereia, 1989, A Bela e a Fera, 1991, Aladdin, 1992, e Pocahontas, 1995). Mas merecia um reconhecimento maior, pois é um belo trabalho, tendo faturado mais de US$ 500 milhões nas bilheterias de todo o mundo, além de ter sido indicado como Melhor Filme de Animação no Globo de Ouro e entre os críticos Chicago, Las Vegas, Washington, San Diego e Phoenix, entre outros. Tem tudo que se pode esperar de uma produção Disney, adicionado com o que já nos acostumamos a esperar dos longas da Pixar. O melhor de dois mundos, em um só produto. Como não gostar? Um conto de fadas moderno e dinâmico, e já está de bom tamanho!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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