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Crítica


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Sinopse

Um menino morador de uma fazenda encontra um ovo de dragão. Depois disso surgem indícios de que ele é o predestinado a salvar o povo da tirania de um rei malvado.

Crítica

Dirigido pelo desconhecido Stefen Fangmeier (foi diretor de segunda unidade no ótimo Heróis Fora de Órbita, 1999, e no péssimo O Apanhador de Sonhos, 2003), que aqui estreia como realizador, Eragon nada mais é do que uma cópia mal feita da trilogia O Senhor dos Anéis. Apesar do aspecto "A", tudo resulta em uma produção "B", de segunda categoria.

O protagonista Ed Speleers (também novato) não convence em nenhum momento, sem empatia ou convicção, sem a emoção de um Aragorn ou o carisma de um Frodo (ele é um amálgama destes dois personagens, o herói descoberto ao acaso que precisa salvar um povo, ao mesmo tempo que tem uma grande, e poderosa, tarefa a cumprir).

Os coadjuvantes, estes sim com algum gabarito, estão todos muito apagados. Jeremy Irons vem se especializando na figura do melhor amigo, sempre no ponto morto (como visto em Cruzada, 2005, ou Callas Forever, 2002, só para ficar nos mais recentes). Djimon Hounsou e John Malkovich mal aparecem - devem ganhar mais destaque numa segunda ou terceira parte (sim, também se trata de uma trilogia!). Robert Carlyle parece ter se divertido um pouco mais, mas nada comparável a única participação digna de nota - Rachel Weisz, que marca presença como a voz do dragão Saphira. Sem ter que enfrentar uma maquiagem horripilante e figurinos mais do que requentados, ela consegue transmitir alguma graça ao longa, num desempenho quase tão memorável quanto o de Sean Connery em Coração de Dragão (1996), filme este, aliás, que possui uma estrutura narrativa muito semelhante a deste novo projeto.

E qual é a trama? Pois bem, acompanhe e veja se não é muito similar (também) ao O Senhor dos Anéis: um garoto pobre encontra objeto valioso (no caso, um ovo de dragão), e descobre que deverá ser o cavaleiro deste novo animal, e, assim, liderar seu povo contra a opressão de um rei malvado. Ele é treinado para a tarefa, até que surgem duas grandes novidades - a morte do mestre e o surgimento de uma ajuda inesperada (igual à A Sociedade do Anel, 2001). Assim, com um novo grupo, ele parte para ajudar os rebeldes, último ponto de resistência dos homens contra o vilão. Após uma grande batalha, ele é sim um herói, e parte para enfrentar de vez o inimigo mortal (não é idêntico à As Duas Torres, 2002?). O filme acaba no ponto exato da maturidade do protagonista, quando ele e o Rei devem se encontrar para decidirem seus destinos (o que virá a ser O Retorno do Rei, 2003, ou alguém ainda duvida?).

Escrito pelo jovem Christopher Paolini quando ele tinha apenas 15 anos, Eragon foi um fenômeno literário nos Estados Unidos próximo à Harry Potter no seu lançamento. Por isso o interesse de Hollywood pelo material. Mas a base é muito fraca, e somente o fãs mais cegos do livro irão apreciar a adaptação cinematográfica. Depois de termos O Senhor do Anéis ou mesmo os Harry Potter tão bem realizados, o nível de exigência cresceu muito, e este aqui não tem méritos suficientes nem mesmo para satisfazer o espectador meramente curioso. Chato, sem novidades e pouco relevante, deve cair no esquecimento muito em breve. Ao menos podemos torcer por isso, certo?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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Grade crítica

CríticoNota
Robledo Milani
3
Chico Fireman
4
MÉDIA
3.5

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