Crítica
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Sinopse
Passando por momentos complicados em suas respectivas vidas, seis estranhos acabam sendo misteriosamente convidados para um experimento inusitado: trancados em uma imersiva sala enigmática cheia de armadilhas, eles ganharão um milhão de dólares caso consigam sair. Mas quando percebem que os perigos são mais letais do que imaginavam, precisam agir rápido para desvendar as pistas que lhes são dadas.
Crítica
Assim como as comédias românticas, o terror também é um gênero que volta e meia dá sinais de estar agonizando. E não pela escassez de títulos no mercado, muito pelo contrário. O problema, em ambos os casos, é a falta de criatividade dos argumentos apresentados. Vejamos Escape Room, por exemplo. O longa dirigido por Adam Robitel (Sobrenatural: A Última Chave, 2018) pode, à primeira vista, parecer em plena sintonia com os tempos atuais – afinal, essas ‘salas de fuga’ são uma tendência relativamente nova para os aficionados em jogos de equipe. No entanto, basta um olhar mais atento para perceber que, de novo, não há absolutamente nada por aqui. Afinal, tudo o que o roteiro escrito por Bragi F. Schut (Caça às Bruxas, 2011) e Maria Melnik (American Gods, 2017-) se encarrega de fazer é reunir elementos de outros títulos similares e reapresentá-los como se dotados de algum toque de originalidade. Há quem compre, é claro. Mas tenha certeza que não será fácil a digestão.
Isso porquê, ao menos para aqueles conhecedores do estilo, será fácil reconhecer as referências (para não dizer plágios) que estão por todo o desenrolar de Escape Room. O mais evidente, é claro, é o primeiro Jogos Mortais (2004), até pela estrutura de ambos os filmes ser praticamente a mesma – esse recente é quase uma refilmagem do anterior, para sermos mais claros. Assim como o sucesso que deu origem a sete continuações, dessa vez também somos apresentados a um grupo de pessoas aparentemente estranhas entre si. Elas são colocadas num mesmo ambiente, e para conseguirem salvar o próprio pescoço devem descobrir pistas espalhadas pelo lugar onde se encontram que podem lhes representar a diferença entre a vida e a morte. A diferença básica entre um e outro é que, antes, elas eram sequestradas e levadas inconscientes até o cativeiro. Agora, se dirigem até lá por livre e espontânea vontade.
E por quê isso se acontece? Porque recebem um convite misterioso para participarem, justamente, de um escape room. O prêmio? US$ 10 mil. Suas origens são diversas: há o jovem homem de negócios, o caminhoneiro, a estudante tímida, o frustrado que trabalha no depósito de uma mercearia, a ex-militar e, claro, o nerd. Caberá a esse servir como o ‘mestre de cerimônias’ – ou seja, é quem irá explicar o passo-a-passo inicial de como o jogo funciona, tanto para os personagens, quanto para os espectadores. Assim mesmo, de maneira bem didática, para que ninguém fique perdido. Assim que a situação fica óbvia – o que pensavam ser apenas uma brincadeira é, na verdade, uma doentia tortura que visa eliminá-los um a um – adivinha qual será o primeiro a dizer adeus?
Sem muita demora, os vemos, primeiro, em uma sala prestes a se transformar em um forno gigante. Dali, vão parar dentro de uma cabana nas montanhas, para logo em seguida se verem sob um lago congelado. De um bar de cabeça para baixo para um hospital abandonado, os cenários podem ir mudando, mas a lógica permanece a mesma: serem rápidos e descobrir o quanto antes como fugir de cada nova prisão. A questão, como não poderia ser diferente, é que logo vamos descobrindo o que, de fato, está acontecendo – os motivos que os levaram até ali, o que cada um deles representa enquanto peões de um tabuleiro em desenvolvimento e o quanto cada um é, ou não, descartável frente a verdadeira mensagem a ser desenrolada. No final, a percepção é clara: a partida em questão é de quebra-cabeças, com cada um representando uma peça prestes a ser colocada no seu devido lugar.
Alguns poucos nomes se destacam no elenco. Destes, talvez os mais conhecidos sejam os de Deborah Ann Woll, finalmente recebendo mais atenção na tela grande após ter roubado a cena nas séries True Blood (2008-2014) e Demolidor (2015-2018), e Logan Miller, que basicamente repete o papel do zero-à-esquerda irritante que tão bem interpretou em produções adolescentes como Com Amor, Simon (2018) e Antes que eu Vá (2017). Dos demais, vale à pena também um olhar em Taylor Russell (Perdidos no Espaço, 2018-), que mesmo não indo muito além do clichê da menina introvertida que acaba se revelando capaz de muito mais do que dela se esperava no final, adquire status de protagonista devido à insistência do realizador em seguir cada um dos seus atos, indicando desde o começo um desequilíbrio entre o conjunto apresentado. Enfim, Escape Room é literalmente mais do mesmo, que talvez agrade aos neófitos que ignoram qualquer produção similar com mais de dez anos de idade, mas que deverá provocar bocejos entre os mais atentos. A notícia triste, no entanto, é se dar conta, ao final, que uma sequência deve ser logo providenciada. Ou seja, mais dor de cabeça a seguir.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 4 |
Francisco Carbone | 7 |
Roberto Cunha | 4 |
MÉDIA | 5 |
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