Crítica
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Sinopse
Apaixonada por tudo o que diz respeito ao Dia dos Namorados, Genevieve é dona de uma floricultura. Ela tem uma tática amorosa considerada infalível, utilizada para guiar amigos que desejam encontrar o par perfeito. Mas, quando ela própria se vê apaixonada, essas regras supostamente certeiras vão se mostrar bem relativas.
Crítica
Nia Vardalos foi indicada ao Oscar como roteirista e ao Globo de Ouro como atriz. Não satisfeita, resolveu também ser diretora. E foi nesta última ousadia que acabou se dando mal – sua estreia atrás das câmeras, Eu Odeio o Dia dos Namorados, beira o insuportável. E o problema não é o enredo – previsível, porém com um gancho curioso – ou os atores – todos cumprindo à contento o pouco que lhes é exigido. A maior falha está, sim, na mão da realizadora, totalmente incapaz de criar um clima envolvente, mesmo se tratando do gênero mais clichê do universo: a comédia romântica!
Genevieve (Vardalos) é uma florista com uma teoria muito própria: nenhum relacionamento deve passar do quinto encontro. Assim, acredita, qualquer um estará a salvo de desilusões amorosas ou de gerar grandes expectativas. Obviamente, tudo corre de acordo com os planos dela até que se apaixona e vê suas regras irem por água abaixo – mesmo com o cara querendo, ele hesita em convidá-la para sair mais uma vez, pois teme uma recusa. Como praticamente 99% dos filmes deste tipo, o fiapo de enredo não passa do esquema básico: casal do cartaz se apaixona – se separa – se encontra de novo – vivem felizes para sempre! Em Eu Odeio o Dia dos Namorados, apesar do título, tudo se repete bem de acordo com o esperado.
Outra aposta forte do filme era o reencontro do casal central, Nia Vardalos e John Corbett, os mesmos à frente do megasucesso Casamento Grego (2002). Pois bem, a inexperiência e incapacidade de Vardalos como cineasta é tão grande que consegue até destruir a química que ela e o galã da extinta série Sex and the City demonstraram tão bem no longa anterior. E esta falta de aptidão se revela em muitos outros quesitos: diálogos risíveis, piadas exageradas, personagens antipáticos (quem aguenta uma protagonista sorridente o tempo inteiro?), coadjuvante estereotipados e cortes de câmara literalmente amadores – toda conversa é exibida através de longas sequências de closes, sem planos mais abertos. A impressão é de que foram gravados às pressas, com os atores separados, e depois unidos na sala de edição. Vergonhoso.
Depois do sucesso do seu primeiro filme – o já citado Casamento Grego, que faturou mais de US$ 360 milhões em todo o mundo e rendeu as comentadas indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro, entre tantas outras – Antonia Eugênia Vardalos apareceu em um único filme posterior – o fracassado Connie e Carla (2004), para depois sumir por 5 anos. Agora está de volta às telas, mais magra, com um cabelo mais armado, e aparentemente sem o talento que era possível vislumbrar meia década atrás. Além deste desastre, ainda neste ano deve dar as caras em outra produção similar, Falando Grego (2009), de Donald Petrie, que ao menos está um pouco mais habituado com esta linguagem (Como Perder um Homem em 10 Dias, 2003, e Miss Simpatia, 2000, foram assinados por ele). Mas como nada disso chega a ser animador, garantido mesmo é afirmar que Nia Vardalos entrará para a história do cinema mundial com apenas um trabalho, pois tudo que está vindo depois não passa de distração.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 3 |
Edu Fernandes | 3 |
Alysson Oliveira | 3 |
Francisco Carbone | 5 |
MÉDIA | 3.5 |
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