Crítica
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Sinopse
Um terrível vírus incurável, criado pelo homem, dizimou a população de Nova York. Robert Neville é um cientista brilhante que, sem saber como, tornou-se imune ao vírus. Há 3 anos ele percorre a cidade enviando mensagens de rádio, na esperança de encontrar algum sobrevivente. Ele é sempre acompanhado por vítimas mutantes do vírus, que aguardam o momento certo para atacá-lo.
Crítica
Will Smith foi o maior astro do cinema norte-americano na primeira década deste século. Tom Cruise parece destinado a uma única franquia (a saga Missão: Impossível). Brad Pitt tem se tornado uma figura cada vez mais cultuada do que, de fato, popular. George Clooney é respeitado, assim como Matt Damon, mas nenhum chega a ser campeão de bilheterias. Johnny Depp não tem emplacado nem mesmo como o Capitão Jack Sparrow da saga Piratas do Caribe. Como se vê, nenhum desses conseguia bater Smith, que se deu bem em quase todos os gêneros, seja junto à crítica (já tem duas indicações ao Oscar) ou com o público - e o recente Eu Sou a Lenda é um ótimo exemplo deste caso!
Desde os anos 1970, diferentes estúdios em Hollywood desejavam refilmar o romance de Richard Matheson, que já havia sido levado às telas anteriormente em duas ocasiões. Nomes como Arnold Schwarzenegger, Ridley Scott, Michael Douglas, James Cameron, Guillermo Del Toro e Michael Bay chegaram a estar envolvidos neste projeto, mas nenhum conseguiu ir adiante. Só quando Smith disse "sim" é que finalmente as coisas começaram a andar. E do modo como ele decidiu: o diretor escolhido foi Francis Lawrence (Constantine, 2005) e o roteirista escalado foi o vencedor do Oscar Akiva Goldsman (Uma Mente Brilhante, 2001). E tudo isso para contar a história do último homem na Terra. Que, como já adianta o cartaz, não está sozinho!
A trama de Eu Sou a Lenda começa com uma notícia fantástica - a descoberta da cura do câncer, feita por uma pesquisadora inglesa (Emma Thompson, em participação especial). O problema começa seis meses depois, quando descobre-se que esta vacina gera efeitos colaterais - um novo vírus, que acaba transformando 99% da população mundial em seres monstruosos sensíveis à luz, quase como vampiros, o que termina ocasionando a morte da grande maioria da humanidade. Os que sobrevivem estão sempre escondidos, esperando o sol se pôr para se alimentar vorazmente de animais ou dos poucos sobreviventes biologicamente imunes e, portanto, não infectados. Will é uma dessas pessoas, que por acaso vem a ser também um cientista, desde então empenhado em encontrar uma cura para este mal terrível.
Durante dois terços do filme Will Smith está sozinho em cena, acompanhado apenas do pastor alemão Sam. E, por incrível que pareça, ele segura muito bem a atenção da platéia, nos deixando ligados em cada movimento seu, desde a nova rotina em casa até suas saídas pela cidade devastada. O perigo está em cada esquina, em cada viela escura, em cada prédio abandonado. E somos sabiamente relembrados disso a todo instante. O que não quer dizer que não sejamos pegos de surpresa a cada novo susto. No restante final da história dois outros sobreviventes imunes aparecem - entre eles, a atriz brasileira Alice Braga. Que, por sinal, se sai muito bem, assumindo sua brasilidade, porém sem estereótipos constrangedores ou um sotaque carregado.
Não deixa de ser curioso um filme em que a grande vilã acaba sendo Emma Thompson e que o mundo é salvo graças a ajuda de uma brasileira. E, apesar desta bizarra conjectura, Eu Sou a Lenda é uma diversão competente, cinema-pipoca de qualidade, repleto de bons efeitos especiais, atores competentes no domínio de suas habilidades e uma trama que se não surpreende, ao menos não aborrece pela obviedade. Uma ótima pedida para um período de férias. Basta apenas não exigir além da conta. Afinal, Smith sempre cumpre o que promete!
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 7 |
Thomas Boeira | 8 |
Yuri Correa | 8 |
Francisco Carbone | 6 |
Chico Fireman | 7 |
Cecilia Barroso | 4 |
MÉDIA | 6.7 |
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