Fúria de Titãs
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Louis Leterrier
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Clash of the Titans
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2010
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EUA / Reino Unido / Austrália
Crítica
Leitores
Sinopse
Crítica
Como um filme que faturou quase US$ 500 milhões nas bilheterias de todo o mundo (foi um dos 15 mais assistidos de 2010) e que gerou uma continuação igualmente multimilionária pode ser considerado um fracasso? Simples, basta tratar-se de um remake de uma obra que tenha fãs apaixonados e que essa releitura tenha sido motivada apenas por ganhos financeiros, aproveitando modismos da época e sendo realizada por nomes de ação, porém carentes de um cérebro ou de um charme a mais. E assim temos esse Fúria de Titãs, que perde feio em comparação ao original de 1981 e cujo único objetivo foi pegar carona na febre do 3D, ao mesmo tempo em que tentava catapultar à fama o protagonista Sam Worthington – esforço inútil, pois o garoto já tinha no currículo nada menos do que Avatar (2009).
Perseu (Worthington) mora na Grécia antiga e, quando jovem, após um desastre que matou suas pais adotivos, descobre ser um semideus – ou seja, filho de um deus do Olimpo com uma humana. Mas seu pai não é um ninguém, e sim o próprio Zeus, o mais poderoso das divindades, que o concebeu com a esposa de um rei apenas para provocá-lo. Sentindo-se deslocado em qualquer um destes universos, Perseu renega suas origens divinas até receber uma tarefa de vida ou morte: derrotar o Kraken, o mostro submarino que será solto por Hades (deus das profundezas e irmão de Zeus) e que deverá acabar com a vida da princesa Andrômeda. Este sacrifício é exigido pelos deuses, cujas forças andam enfraquecidas devido à pouca fé dos homens. Poucos soldados estarão ao seu lado nesse combate, que contará ainda com a ajuda preciosa de Pégasus – um cavalo alado – e será decidido numa luta com a temida Medusa, capaz de transformar qualquer um que olhe diretamente nos seus olhos em pedra.
Se há algo que se salva nesta versão de Fúria de Titãs é a performance do protagonista, que fica à altura do que lhe é exigido – pouco, obviamente. Ele tem porte, atitude e postura heróica, e como se trata apenas de estampa, sua atuação é devidamente convincente. O mesmo não pode se dizer dos geralmente competentes Liam Neeson (Zeus) e Ralph Fiennes (Hades), que parecem mais estarem brincando de atuar do que se esforçando para criarem personagens críveis. Mas, também, como culpá-los? É muito estranho um esforço de realismo numa obra em que tudo é fantasia. E as duas mocinhas – Alexa Davalos (Andromeda) e Gemma Arterton (Io) – são tão sem tempero que, felizmente, foram eliminadas da continuação de 2012 (a primeira substituída por Rosamund Pike, e a segunda simplesmente cortada do enredo). Mas este é daqueles filmes que fazem tanto barulho que não deixam espaço para qualquer profundidade, na esperança de que o espectador não perceba suas maiores falhas. O que, inevitavelmente, acaba vindo à tona em qualquer olhar mais detalhado.
Fúria de Titãs foi filmado de modo tradicional e somente depois convertido para a versão 3D de modo apressado e sem maiores cuidados. O que se viu na tela grande, portanto, foi um legítimo fast food, feito às pressas e sem grandes responsabilidades. E o pior é que a continuação é tão ruim quanto. Ou seja, são filmes desnecessários que não justificam nenhuma atenção mais profunda. Entretenimento de massa, para ser consumido com bastante pipoca e refrigerante, não está à altura nem do tema que aborda e nem dos talentos que envolve – com exceção, talvez, do diretor Louis Leterrier, que fez os dois primeiros Carga Explosiva (2002 e 2005) e o problemático O Incrível Hulk (2008). Um currículo plenamente descartável, que agora ganha um acréscimo na mesma linha.
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