Crítica
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Sinopse
Enquanto luta contra seu inimigo mortal, COBRA, a equipe precisa enfrentar ameaças que surgem dentro do governo e que podem colocar em risco sua existência.
Crítica
Conseguir fazer um filme superior ao tenebroso G.I. Joe: A Origem de Cobra (2009) não era uma tarefa das mais difíceis. E, ao menos nisso, o cineasta Jon M. Chu (Ela Dança, Eu Danço 2, 2008) e os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick conseguem ser bem sucedidos. G.I. Joe: Retaliação é anos-luz superior à primeira tentativa da Paramount em trazer os bonecos Comandos em Ação, da Hasbro, para a telona. No entanto, isso não significa, em momento algum, que se trata de um filme imperdível. Tem momentos divertidos, a ação – quando acontece – chega a entreter, alguns personagens têm carisma, mas o roteiro rasteiro atrapalha muito.
Na trama, os Joes agora são comandados pelo competente Duke (Channing Tatum, um dos poucos que retorna do primeiro filme) que, por sua vez, conta com a ajuda do peso-pesado Roadblock (Dwayne Johnson). Depois de uma missão bem sucedida, o batalhão é exterminado seguindo ordens do presidente dos Estados Unidos (Jonathan Pryce) – que está sob o poder do rei dos disfarces Zartan (Arnold Vosloo) – e que justifica o ataque incriminando aqueles soldados. Apenas três G.I. Joes sobrevivem e, agora, precisam descobrir o porquê do destino fatal de seus amigos. Enquanto isso, do outro lado do mundo, Snake Eyes (Ray Park) e a bela e mortal Jinx (Elodie Yung) seguem os passos de Storm Shadow (Byung-hun Lee) enquanto o espadachim tenta libertar o temível líder dos vilões, conhecido como Cobra Commander (Luke Bracey).
Quem assistiu ao primeiro longa-metragem deve perceber algumas incongruências apenas nesta curta sinopse. Em primeiro lugar, Storm Shadow teve um destino um tanto quanto letal no filme anterior e, portanto, seu retorno é uma surpresa – ainda que agradável. Explico. As lutas de espada foram um dos poucos pontos altos da produção original e, com o retorno de Storm Shadow do além, isso garante mais algumas boas cenas. Não existe muita explicação do porquê desta ressurreição, assim como não existem motivos para a maioria dos personagens do filme original não retornarem nesta sequência. E isso pode ser bastante frustrante para quem é fã de Comandos em Ação. Afinal de contas, quem assiste ao filme quer ver os personagens que cresceu admirando – seja por ter lido os quadrinhos, ter visto os desenhos ou apenas brincado com os bonecos.
Destro, um dos grandes vilões do universo Comandos em Ação, simplesmente fica à margem da trama. A escolha é curiosa visto que em G.I. Joe: A Origem de Cobra são gastos 100 minutos para a transformação de Christopher Eccleston no Destro que todos os fãs conhecem. E isso simplesmente não é aproveitado na sua continuação direta (o ator não retornou e o personagem é apenas citado). Ao menos, o mesmo não acontece com Cobra Commander, que perdeu seu ator original (Joseph Gordon-Levitt), mas que pode seguir sem problemas visto que sua voz é disfarçada e seu rosto, nunca mostrado. Fechando o clã dos vilões, Ray Stevenson faz um Firefly não muito fiel ao personagem, já que acaba mostrando seu rosto sempre que pode – algo que o misterioso Firefly original não faz.
No lado dos mocinhos, The Rock é uma feliz novidade, não fazendo feio como o robusto Roadblock, conseguindo manter a ação sempre interessante. Quem não ajuda são os roteiristas, que parecem esquecer do protagonista volta e meia, colocando atenção demais em outras tramas menos interessantes. É um tanto irritante também notar o quanto tentam martelar a amizade entre Roadblock e Duke no início do filme, deixando óbvio o destino dos personagens. D.J. Cotrona passeia na tela como Flynn, nunca fazendo nada de muito memorável. E a bela Adrianne Palicki vive Lady Jaye de uma forma nada elogiável para as mulheres. Em duas ocasiões distintas, sua missão é ser bonita para chamar a atenção dos vilões e conseguir seguir com os planos dos Joe. Isso ela faz muito bem, certamente. Mas será que uma heroína precisa ser apenas um belo par de pernas para ficar no time dos mocinhos? Ao menos, ela consegue alguns bons momentos ao lado de Bruce Willis, trabalhando no automático, mas cativando sempre que aparece. É dele algumas das boas piadas de G.I. Joe: Retaliação. Por falar nisso, esta continuação consegue momentos engraçados de forma mais orgânica que o original. Não parece existir uma necessidade constante de fazer o público rir, como acontecia no anterior.
Há uma vontade, ao menos aparente, de fazer um longa-metragem de ação mais calcado no mundo real. Nesta aventura, em vez de máquinas estranhas e exoesqueletos poderosos, os Joes se restringem ao necessário – armas e veículos. Para os fãs, isso é ótimo. Quem curtia os bonecos e lembra das miniaturas de tanques e embarcações vai perceber similaridade entre os utilizados neste filme e os brinquedos do passado.
É uma pena que a história seja tão fraca. Existem duas narrativas paralelas que mais parecem se atrapalhar do que se unir. Furos de lógica (como um prisioneiro mergulhado em um tanque possuir ainda estrelas ninja) e diálogos por demais expositivos atrapalham completamente a diversão. O tempo que G.I. Joe: Retaliação ficou na geladeira (a estreia original estava marcada para o verão americano de 2012) não parece ter sido usada para melhorar algum ponto da história, e sim apenas para a conversão do 3D, como disseram os produtores. Aos admiradores de Comandos em Ação, resta esperar por uma nova sequência que consiga suplantar novamente o anterior. Desta forma, talvez na quinta ou sexta continuação os produtores consigam acertar a mão. Go Joe!
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Rodrigo de Oliveira | 5 |
Ailton Monteiro | 5 |
MÉDIA | 5 |
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