Crítica
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Sinopse
Charlie Kenton é um lutador de boxe que teve a sua carreira destruída quando robôs de aço com mais de 900 quilos e uma altura superior a dois metros começaram a entrar nos ringues para competir. Desde então passou a viver como promotor e juntando sucatas de luta em luta. Quando chega ao limite do poço, Charlie relutantemente se une ao seu filho afastado, Max, para construir e treinar um competidor ao nível dos novos adversários.
Crítica
Hugh Jackman é uma incógnita dentro do cenário hollywoodiano. É um astro dramático ou de ação? Americano ou australiano? Herói de aventuras de histórias em quadrinhos ou galã de comédias românticas? O bom é que parece se encaixar em qualquer definição. O ruim é que não possui uma identificação mais definida. E o resultado disso é vê-lo como protagonista de uma bomba como Gigantes de Aço, um filme sem pé nem cabeça que se contenta em reciclar desajeitadamente clichês já cansados, sem imaginação ou criatividade. E do astro é exigido carisma e competência suficiente para ludibriar a plateia com sorrisos largos e boas cenas de ação, disfarçando todas as demais falhas. Por melhor que ele seja – e o cara é bom – uma tarefa como essa é impossível para um homem só.
A trama se passa em 2020, e o avanço no futuro é pequeno demais para criar uma verossimilhança mais apurada. Porém, se os realizadores não estão preocupados com isso, por que estaríamos nós? Nessa visão do amanhã, o boxe virou um esporte violento demais para o homem, e quem o desempenha são exemplares robóticos de humanóides. Jackman é um ex-lutador, que hoje ganha a vida monitorando um destes robôs. Seu papel é ficar de fora do ringue, no comando de um joystick, tentando acabar com o brinquedo milionário do seu oponente. Ou seja, é videogame, e ponto final. Ninguém sofre, ninguém se machuca, ninguém corre algum risco mais sério. E a palhaçada é tamanha que desejam que o público se identifique com dois bonecos de metal em combate!
Há, mas há o elemento “humano” da história! Perdedor na vida profissional também é um incompetente no âmbito familiar, e o personagem de Jackman descobre que terá que cuidar de um filho de onze anos após a morte da mãe deste. Só que ele nem lembrava mais ter tido um descendente, e não possui o menor trato com a criança – tanto que chega a vendê-la para a cunhada. Sim, é isso mesmo: o “herói” é um mercenário que negocia o próprio rebento pela melhor oferta. Mesmo com o negócio feito, os dois são obrigados a passarem algumas semanas juntos – e o que acontece não poderia ser mais previsível. Se no começo a antipatia é mútua, com o passar dos dias a admiração e o carinho irão surgir, ao ponto destes dois estranhos não desejarem mais ficarem longes um do outro. Afinal, o “sangue fala mais alto”. Curioso mesmo é uma mensagem nessa num longa protagonizado por robôs!
Se Hugh Jackman se esforça ao máximo – e o melhor mesmo em cena é ele – o resto do elenco tem muito pouco a oferecer. O pequeno Dakota Goyo (Thor, 2011) está longe de se destacar no cenário infantil. Já a participação feminina se resume a uma ou duas aparições de Evangeline Lilly – e tudo o que ela provoca são saudades de Lost (2004-2010) – além de um desperdício absoluto da geralmente boa Hope Davis (As Confissões de Schmidt, 2002). Mas ninguém que se interesse pelo cartaz deste filme irá pagar o ingresso para ver boas atuações ou uma história inovadora. Se o espírito é oferecer o mesmo de sempre, porém com bons efeitos visuais e pancadaria de sobra, ao menos isso é atendido. Mesmo que seja através de uma proposta de realidade tão irreal quanto improvável. Agora, no final das contas, a dúvida mesmo é se perguntar como Steven Spielberg (produtor) deixou um diretor como Shawn Levy, de comédias como Uma Noite no Museu (2006), assumir um projeto com essas expectativas? Com uma aposta tão equivocada quanto essa, não se poderia mesmo esperar nada muito diferente.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 4 |
Thomas Boeira | 6 |
Chico Fireman | 6 |
Yuri Correa | 7 |
Roberto Cunha | 7 |
MÉDIA | 6 |
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