Crítica
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Sinopse
Uma banda de rock aceita fazer mais um último show após o término de sua turnê. O lugar é um barzinho no meio do nada, porém, quando chegam lá, o descobrem cheio de skinheads e presenciam um terrível assassinato. Decididos a matarem as testemunhas, os membros da gangue vão enfrentar alguns problemas para se livrarem dos músicos.
Crítica
A violência dita totalmente as regras em Sala Verde. Após apresentar-se para uma plateia de neonazistas, a banda de punk rock The Ain't Rights presencia um crime no camarim. A menina morta com a faca encravada na cabeça é o passaporte dos integrantes para o terror que se instaura rapidamente. Testemunhas oculares sem muita possibilidade de escapar com vida, eles são aprisionados na sala e torturados, física e mentalmente, pelos contratantes que antes insistem em dizer que está tudo bem, quando bem sabemos que não está. As vozes que vêm do outro lado da porta trancada pedem para todos saírem, pregando apaziguamento. O clima de tensão cresce no compasso do relógio. Os jovens encurralados se acostumam a fórceps com a ideia da morte iminente, mesmo esperando sobreviver. Os espaços são estreitos, a ação se desenvolve em cenários claustrofóbicos que, assim, intensificam a sensação de desespero.
Sala Verde se apoia na violência gráfica para tornar as coisas ainda mais brutais e críveis. As tentativas de evasão resultam em ferimentos que pulsam na tela. O sangue jorra para marcar visualmente a jornada que poderia muito bem ser comparada a um pesadelo, por seu fluxo intenso e quase ininterrupto de angústia. Eis que o líder dos neonazistas é chamado para dar cabo da situação, para limpar a bagunça da qual seus asseclas não deram conta. Esse tipo tão enigmático quanto intimidador é interpretado por Patrick Stewart, ator que mostra não ser necessário mais que meia dúzia de palavras, além de uma presença forte, para instaurar medo, mas, sobretudo, para impor respeito. Não há grande desenvolvimento ou investigação no que tange aos personagens, meras figuras ilustrativas do temor e da selvageria.
A fisicalidade impõe o ritmo, deixando aos diálogos a coadjuvância de um filme que, dessa maneira, se resolve bem menos no que as pessoas dizem, e muito mais naquilo que elas fazem. O diretor Jeremy Saulnier consegue capturar nossa atenção, principalmente por transformar com habilidade a câmera numa observadora privilegiada e nervosa, além de não se furtar de mostrar as resultantes dos atos, bárbaros aos olhos da plateia, mas corriqueiros sob a ótica dos neonazistas liderados pelo personagem de Stewart. O não aprofundamento nas possíveis motivações e na própria estrutura da organização, antes de ser falha ou senão, evidencia o registro que interessa a Saulnier, sem a contemplação de possíveis explicações ou levantamento de teses que deem conta de racionalizar minimamente o que acontece.
Os integrantes do The Ain't Rights estavam na hora e no local errados. Mesmo sabendo de antemão para que tipo de público se apresentavam, eles nunca poderiam imaginar os desdobramentos sangrentos aos quais se submeteriam. Os neonazistas, por sua vez, não colocam emoção na tarefa de acabar com o problema representado pelos músicos, simplesmente usando todos os meios possíveis e disponíveis para proteger-se enquanto instituição. Sala Verde é um filme focado em ações e reações, que dispensa contextos e outras informações adicionais para prender a plateia numa torrente de agressividade. Efeitos de maquiagem e interpretações competentes se encarregam, junto com o dinamismo da montagem e da direção, de produzir a verossimilhança necessária à sensação de constante apreensão.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Marcelo Müller | 7 |
Edu Fernandes | 8 |
Thomas Boeira | 8 |
Francisco Carbone | 7 |
Chico Fireman | 7 |
MÉDIA | 7.4 |
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