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Sinopse

Harry Potter e seus amigos seguem à procura das horcruxes. O objetivo do trio é encontrá-las e, em seguida, destruí-las, de forma a eliminar lorde Voldemort de uma vez por todas. Com a ajuda do duende Grampo, eles entram no banco Gringotes de forma a invadir o cofre de Bellatrix Lestrange. De lá, retornam ao castelo de Hogwarts, onde precisam encontrar mais uma horcrux. Paralelamente, Voldemort prepara o ataque definitivo ao castelo.

Crítica

O Fim. O fim do Fim. E com chave de ouro. O término da saga de Harry Potter não poderia ser melhor, e Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 é a conclusão ideal  para uma série que durante dez anos emocionou milhares e milhares de pessoas em todo o mundo. Todos os personagens, todos os dilemas, todas as aventuras, todos os conflitos, todos os perigos, todas as emoções – está absolutamente TUDO presente! Não resta uma única ponta solta, um mistério sem solução, uma dúvida no ar. Há explicações para qualquer questão levantada nos sete filmes anteriores, e esse oitavo longa – ou ‘sete – parte 2’ – atende com louvor as expectativas geradas na última década. Sentiremos muita falta de Harry Potter e de seus amigos – e também de inimigos – na tela grande. Mas o caminho até aqui foi incrivelmente prazeroso e recompensador. Estamos, sim, falando de um blockbuster. Mas também de cinema de qualidade.

Se a Parte 1 pode ser encarada como um preâmbulo, dessa vez não há espaço par reflexões, questionamentos ou incertezas. Agora chegou a vez do combate final, da pancadaria, do mata ou morre. As relíquias da morte apresentadas no filme anterior já foram identificadas – a Capa da Invisibilidade é mesma deixada a Harry pelo pai, o Pedra da Ressurreição chegou até ele como herança de Dumbledore, e a Varinha das Varinhas, acredita-se, é a que foi enterrada junto com o ex-diretor – e que se encontra com Lord Voldemort após esse tê-la roubado do túmulo do inimigo. Mas restam ainda as quatro horcruxes restantes, que precisam ser identificadas, encontradas e destruídas. Missão nada simples, ainda mais quando suspeita-se que uma delas possa estar dentro de um dos cofres invioláveis de Gringotes – o banco mágico controlado pelos nada amigáveis ou confiáveis anões – e talvez entrar lá não seja tão difícil quanto sair depois.

Após um começo eletrizante, a trajetória dos amigos Harry, Rony e Hermione segue no cenário mais familiar possível: Hogwarts! Será para a escola de magia que os três serão levados na busca por mais uma horcrux. O problema maior será que Voldemort irá se antecipar a eles, e uma vez lá dentro, serão cercados pelas forças do mal. Forma-se, portanto, o momento mais esperado por todo fã desde o início da série: a batalha final entre os Comensais da Morte e a Ordem da Fênix, entre o Bem e o Mal, entre os que querem dominar o mundo com a arte das trevas e os que seguem acreditando na força da luz.

E Harry logo irá perceber que não está sozinho. Seus antigos colegas se unem numa nova – e ampliada – reedição da Armada Dumbledore, ao mesmo tempo em que professores e outros bravos combatentes irão se unir para proteger a escola e o seu aluno mais célebre e polêmico. Cenas preciosas irão se desenrolar, como a professora Minerva expulsando Snape pela janela, ou o professor Flitwick conjurando diversos feitiços de proteção. Estarão todos juntos, até o último suspiro.

A artimanha desenvolvida pela escritora J. K. Rowling – e seguida com precisão pelo diretor David Yates – para o desenlace final é não somente genial como também heróica, oferecendo oportunidades valiosas aos mais diversos personagens, ao mesmo tempo em que privilegia o comprometimento e o empenho de cada um dos protagonistas. Lord Voldemort é uma ameaça real e assustadoramente próxima, e o envolvimento de todos em ambos os lados do combate é mais do que perceptível. Estamos em pleno campo de batalha, e simplesmente parece não haver limites para o que possa acontecer – de bom ou de ruim. Ninguém está seguro, e nada é dado como certo. Todos correm riscos, e somente o minuto seguinte poderá revelar cada novo acontecimento. Quanto ao espectador, o que resta é prender a respiração e segurar firme até o instante derradeiro.

Se os efeitos especiais são primorosos, o roteiro é ágil no seu desenvolvimento, sem perder tempo com tramas paralelas ou discussões desnecessárias, e toda a equipe técnica assume um grau de comprometimento e excelência acima de média. Já no que diz respeito ao elenco, é bastante satisfatório constatar que crianças se transformaram em adultos de talento e habilidade, notáveis em seus feitos e plenamente realizados. Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson estão graduados, com diploma e honra ao mérito, e prontos para seguirem carreiras brilhantes na sétima arte. Já entre os mais experientes é extremamente prazeroso perceber o envolvimento de nomes de destaque como Ralph Fiennes, Maggie Smith, Emma Thompson, Jim Broadbent, Julie Walters, Helena Bonham Carter e John Hurt (para ficarmos apenas entre os premiados e indicados ao Oscar), que se entregam de corpo e alma aos personagens que defendem, não importando o tamanho de suas participações, e sim suas relevâncias na trama em que estão inseridos. Um presente que qualquer cinéfilo que se preze não pode se abster de admirar.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 só não é perfeito porque precisa da Parte 1 para ser completo como um todo. Mas, dentro do painel de oito filmes a que faz parte, é a conclusão ideal. Envolvente, emocionante, assustador, divertido, inesperado, gratificante. Faltam adjetivos para qualificá-lo a contento. Resta, no entanto, a certeza de um trabalho bem realizado e que ficará registrado para sempre na história da sétima arte. Um orgulho para todos os envolvidos, em ambos os lados da tela, e faz muito bem saber que também fizemos parte desse feito inesquecível.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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