Crítica
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Sinopse
Hellboy, Liz Sherman e Abe Sapien seguem trabalhando para a Agência de Pesquisa e Defesa Paranormais. Apesar dos constantes avisos para não se expôr ao público, Hellboy permite que seja flagrado pela TV. Isto faz com que ele e a agência fiquem famosos, o que permite que ajam à luz do dia e sem se esconderem. Enquanto isso, uma antiga trégua existente entre a humanidade e os filhos da Terra é rompida quando o príncipe Nuada resolve reunir os fragmentos de uma coroa para trazer à vida o exército dourado, composto por máquinas assassinas aparentemente indestrutíveis.
Crítica
Ele chegou com alguns meses de atraso – pra não dizer anos – quando ninguém mais esperava. Mas não é que Hellboy II: O Exército Dourado é uma continuação superior ao filme original? Hellboy (2004) não atingiu nos Estados Unidos o sucesso esperado, arrecadando nas bilheterias pouco menos do que o seu orçamento. Mas duas coisas contribuíram para a realização desta sequência: o bom desempenho do filme no exterior (onde acumulou mais US$ 100 milhões, aproximadamente) e o impressionante sucesso de público e de crítica do projeto que o diretor Guillermo Del Toro realizou entre estes dois: O Labirinto do Fauno (2006), vencedor de 3 Oscars e que acumulou, só nos EUA, mais de 3 vezes o valor do seu custo. Assim, conseguiu não só mais grana, como uma maior liberdade criativa. E o resultado é bastante satisfatório.
Para quem não conhece, Hellboy é o protagonista das histórias em quadrinhos criadas por Mike Mignola. É um demônio encontrado por militares quando ainda era criança, e que desde então vem sendo criado por humanos. Sua aparência estranha inclui uma pele avermelhada, um comprido rabo e dois chifres, que numa tentativa de ficar um pouco mais “normal” foram serrados por ele próprio. Ele namora uma garota que domina o fogo, e seu melhor amigo é um ser aquático. Estes “tipos estranhos” são coordenados por uma agência secreta do governo norte-americano, e entre suas responsabilidades estão proteger a Terra de ameaças que fujam dos padrões convencionais. Ou seja, Hellboy e amigos devem servir de guardiões, ao mesmo tempo em que devem permanecer escondidos, já que seus aspectos provocam mais medo do que afeição.
A trama desta segunda aventura começa quando o Príncipe Nuada, de um mítico mundo paralelo, decide romper um tratado milenar de declarar guerra contra a humanidade. Para isso, ele precisa acordar o tal Exército Dourado do título, que há milênios encontra-se adormecido. E quem deverá impedi-lo? Claro que será Hellboy. Mas neste processo ele enfrentará alguns questionamentos, como com qual dos dois lados – homens ou seres fantásticos – mais se identifica, além de problemas no seu relacionamento e no trabalho. Como qualquer um de nós.
Pode-se dizer que o melhor de Hellboy II: O Exército Dourado são os impressionantes efeitos especiais, que não ficam devendo em nada à outros blockbusters da temporada, ou a direção segura de Del Toro, que parece estar num parque de diversões, conduzindo com habilidade uma história que, de tão absurda, faz pleno sentido, ou a atuação do elenco principal, encabeçado por Ron Perlman (finalmente alçado à posição de protagonista), Selma Blair (vista nas comédias românticas Banquete do Amor, 2007, e Mais do que Você Imagina, 2008) e Doug Jones (que também foi o Surfista Prateado de Quarteto Fantástico 2, 2007, e um ser místico em A Dama da Água, 2006, ... ou seja, o cara tá acostumado em aparecer sob muita maquiagem). Mas o melhor mesmo é o roteiro, repleto de diálogos bem construídos, raros nesse gênero que beira às produções B dos anos 50, ao mesmo tempo que dosa bom humor e muita adrenalina em porções generosas, sem exagerar em nenhum dos lados.
Hellboy II: O Exército Dourado é um pouco longo demais, e sua estrutura híbrida entre fantasia e ação, discurso político e aventura descompromissada, pode acabar afastando os menos concentrados. Mas é uma típica realização com a marca Del Toro, um dos mais inventivos e originais cineastas atualmente em Hollywood. Não por acaso, ele é estrangeiro lá, vindo do México. E ao lado seus conterrâneos Alfonso Cuarón e Alejandro G. Iñarritu, assim como os brasileiros Fernando Meirelles e Walter Salles, integra a nova ‘onda latina’ que está balançando o cinema mundial. Mas esta denominação não só é reducionista como limitadora. Del Toro, por exemplo, é daqueles realizadores com assinatura própria. E a série Hellboy pode não ter a mesma magnitude que os seus outros trabalhos, como o citado O Labirinto do Fauno ou A Espinha do Diabo (2001), mas é uma obra à parte, que merece ser vista com igual cuidado e detalhamento.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 7 |
Wallace Andrioli | 8 |
Matheus Bonez | 8 |
Thomas Boeira | 8 |
Edu Fernandes | 8 |
Marcelo Müller | 8 |
Chico Fireman | 6 |
MÉDIA | 7.6 |
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