Crítica
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Sinopse
Peter Banning tem quarenta anos e antigamente atendida pela alcunha de Peter Pan. Envolvido com o trabalho, ele deixou de dar atenção à família, algo que muda drasticamente quando o Capitão Gancho sequestra seus filhos e embarca rumo à Terra do Nunca. Motivado pelo resgate, Peter terá de novamente sentir o gosto da aventura.
Crítica
É nítida em boa parte dos filmes de Steven Spielberg, especialmente os dos anos 1980 como ET. - O Extraterrestre (1985), que sua alma de garoto por vezes se sobrepõe à idade real adulta. O que mais lógico então do que o diretor filmar em live action a história do menino que não queria crescer? Pois apesar de algumas mudanças no enredo, Hook: A Volta do Capitão Gancho mantém a narrativa original em sua maior parte do tempo, com algumas liberdades criativas questionáveis que dão um frescor de entretenimento ao conto. No entanto, por mais divertido que seja, o filme tem aquele grave problema de parecer ter sido produzido a toque de caixa. O que foi totalmente o contrário devido ao atraso de quase três meses até a produção ficar pronta.
Desta vez, Peter (Robin Williams) já é um homem de meia-idade. Workaholic e sem tempo para a família, ele é obrigado a confrontar o passado na Terra do Nunca quando, durante uma visita à casa da sogra, Wendy (Maggie Smith), seus filhos são sequestrados pelo Capitão Gancho (Dustin Hoffman). A fada Sininho (Julia Roberts) também retorna e faz o mesmo com Peter, que não lembra de nada da sua infância, nem dos Garotos Perdidos. Fato que leva os menores a ficarem desconfiados sobre Peter ser o Pan deles. Logo o protagonista se vê obrigado a reconquistar a confiança de seus seguidores para conseguir livrar a família de uma enrascada.
Aqui percebe-se o cansaço de Spielberg em muitas tomadas. Enquanto sua sacarose, ainda que evidente, sempre se mostrou contida o suficiente para não obrigar o espectador a se emocionar, mas sim se deixar guiar pela história, aqui o cineasta parece ter perdido um pouco a mão quando parece querer enfiar goela abaixo um pouco de drama. Porém, este não é o principal problema do filme. Robin Williams, por mais talentoso que fosse, parecia estar adentrando um caminho sem volta de caras e bocas usuais, sem saber quando utilizá-las (ou não), deixando Peter uma incógnita no limite do sofredor e do debochado. Sua dupla de cena, Julia Roberts, também não consegue grandes feitos com uma Sininho quase apagada, o que, inclusive, levou a atriz a ser indicada ao Framboesa de Ouro pela performance. Exageros à parte, realmente não é um momento memorável em seu currículo.
Sobra espaço então para Dustin Hoffman brilhar numa atuação magnética, mesmo que seu Capitão Gancho seja recheado de cacoetes e clichês de vilão histérico. No fim, é justamente esta caricatura que dá leveza ao filme para que a real história seja contada. Afinal, Hook só pode ser descrito como um megalomaníaco antes de mais nada, desde sua obsessão pelo tic tac do crocodilo, sua mão perdida e aquela estranha mania de querer dominar os Garotos Perdidos. Quando Hoffman aparece em cena, todos se apagam para um desfile mais do que divertido de um personagem que não se leva a sério (ainda bem).
Conhecido por ser um filme de Sessão da Tarde ao longo dos anos, Hook: A Volta do Capitão Gancho realmente faz jus a este título por ser um entretenimento menos descompromissado do que parece. Era para ser pura diversão, mas todos esperavam mais, muito pelos nomes envolvidos, a começar pelo do próprio Spielberg. Pode não ser um dos seus melhores momentos, mas com certeza está longe da alcunha de pior filme de sua carreira. Talvez com uma montagem melhor planejada e a exclusão de algumas cenas desnecessárias o longa fosse melhor visto do que na época de seu lançamento. Ainda assim, é um passatempo inofensivo para qualquer criança ou adulto que queira ter uma leve dose de comédia e ação em um momento de folga. Só não se pode esperar mais do que isso.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Matheus Bonez | 6 |
Chico Fireman | 5 |
MÉDIA | 5.5 |
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