Crítica
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Sinopse
A rotina de jovens garotas em busca de seu lugar na indústria norte-americana do pornô.
Crítica
“Todo mundo consome pornografia”. Esta é somente uma das sentenças impactantes de Hot Girls Wanted, documentário que aborda a indústria pornográfica amadora de Miami. A frase escancara uma realidade que soa muitas vezes como brincadeira no cotidiano. Entretanto, os números superlativos de acessos aos sites do segmento não deixam dúvidas quanto ao interesse realmente massivo. Hoje em dia é muito mais simples deparar-se com conteúdo proibido para menores, bastando para isso uma rápida busca com algumas palavras-chave. Por trás do material oferecido há a produção, os meios que possibilitam a chegada do sexo estereotipado às telas. O filme começa na casa de um recrutador, profissional que lança iscas na rede para fisgar garotas bonitas com potencial de sucesso imediato. Ele não é registrado como vilão, mas na condição de engrenagem fundamental dessa linha de produção bastante específica e lucrativa.
Um dos aspectos tangenciados em Hot Girls Wanted é a predileção do espectador por cenas que pareçam realistas, algo que diz muito sobre o consumo atual de imagens ficcionais, sejam elas pornográficas ou não. Essa questão é, infelizmente, apenas mencionada, não obtendo atenção no decorrer do filme. Vemos as garotas chegarem ao local onde pagarão aluguel, além de uma porcentagem ao recrutador/empresário, com diversas intenções, sendo a principal, e talvez a mais comum entre elas, a de emancipação. Embora busquem os ganhos significativos que a oferta promete, elas não transam em frente às câmeras exatamente para sobreviver. Afirmar-se financeiramente, ser alguém, usar as mesmas roupas de seus ídolos pop, são fatores ainda mais influentes que a subsistência na decisão de tentar a sorte no esquema que transforma nudez e sexo em itens de consumo.
Não há um tom moralista em Hot Girls Wanted, justamente porque as diretoras Jill Bauer e Ronna Gradus evitam julgar as situações que documentam. As atrizes parecem muito bem resolvidas, até mesmo com o fardo que terão de carregar se as pessoas mais próximas, sobretudo os familiares, descobrirem seu ganha-pão. Mas, isso é só uma aparência, algo que está ali para percebermos, quando os problemas surgirem, que elas não estão assim tão preparadas para encarar o peso condenatório de uma sociedade publicamente refratária ao sexo fora dos tabus. Tressa Silguero é ligeiramente alçada a protagonista, já que acompanhamos mais de perto suas vivências fora do trabalho. É embaraçosa a festa de seu noivado, repleta de piadinhas e outros constrangimentos impostos pelos amigos, o que demonstra claramente a hipocrisia de uma coletividade que consome pornô em larga escala, mas que ainda trata o tema abertamente de maneira preconceituosa e rasa.
Dos festejos iniciais, regados a muito dinheiro e ostentação, as meninas vão sendo jogadas numa realidade bem menos glamorosa. A incidência de doenças, a degradação a que são submetidas - em práticas violentas e humilhantes - são fatores que, somados, oferecem um painel mais cru das dificuldades pelas quais as trabalhadoras do pornô amador passam. Um ator diz que, com muita sorte e se tudo der certo, as meninas têm um ano de “vida útil”. Isso dá a elas o triste aspecto de mercadoria perecível, pois usadas à exaustão (física e midiática) e depois descartadas em função da rotatividade possível. Hot Girls Wanted não se atém a alguns vieses que poderiam ser explorados para além da narrativa de ascensão e queda das atrizes ocasionais do pornô, mas nem por isso deixa de ser relevante para entendermos melhor o funcionamento complexo, e muitas vezes sórdido, da indústria do tesão.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Marcelo Müller | 7 |
Sarah Lyra | 6 |
MÉDIA | 6.5 |
PELO AMOR DE DEUS, não é "sentença", é FRASE!! Não aguento mais ver traduções malfeitas e pessimamente adotadas como se fossem do nosso idioma: "sentença" (sentence) no lugar de FRASE, "acurácia" (accuracy) no lugar de PRECISÃO, "experienciar" (to experience) no lugar de EXPERIMENTAR, e por aí segue o rol de "anglicismos imediatos" imbecil e forçadamente incorporados ao linguajar do brasileiro!! Não é nem mesmo anglofilia, pois essa tenebrosa e estúpida "tendência" decorre tão somente do deslumbramento cego com os textos acadêmicos, jornalísticos e de enlatados televisivos provenientes dos EUA!! É a mais pura e asquerosa AMERICANOFILIA!! E justo das bocas e teclas das supostas cabecinhas bem-pensantes que dia e noite condenam ferozmente o Imperialismo Ianque!! Como alguém pode ter a hipocrisia de condenar a opressão do neocolonialismo cultural e SIMULTANEAMENTE adotar cegamente o idioma do próprio Império, a língua do Colonizador Opressor?!?? Roma impunha o latim aos povos conquistados para, pela destruição de seus idiomas nativos, destruir suas culturas. A Rússia tzarista (E também a soviética) impunha o idioma russo na Sibéria e Ásia Central com o mesmo objetivo. Grã-Bretanha e França fizeram o mesmo em seus respectivos impérios coloniais. E aqui vamos nós agora adotar VOLUNTARIAMENTE o inglês americano como nossa matriz linguística?!? Diante dessas aberrações idiotescas...parece que sim!! Portanto,digo e repito: PELO AMOR DE DEUS!!! Em tempo: fiz Cinema na UFF e sou tradutor de inglês/português há 22 anos. Não me venham com sofismas idiomáticos para justificar essas demências de colonizados com complexos de vira-lata, não...