Invasores
Crítica
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Sinopse
A colisão de um ônibus espacial faz com que algo alienígena penetre em seus destroços, sendo que todos que entram em contato mudam de maneira inexplicável. A psiquiatra Carol Bennell (Nicole Kidman) e seu colega Ben Driscoll (Daniel Craig) descobrem que a epidemia alienigena ataca suas vítimas quando elas estão dormindo. A epidemia não altera fisicamente suas vítimas, mas faz com que as pessoas fiquem insensíveis e sem qualquer traço de humanidade. À medida que a epidemia se espalha fica cada vez mais difícil saber quem está infectado. Para sobreviver Carol precisa ficar acordada o maior tempo possível, para que possa encontrar seu filho.
Crítica
Assim como qualquer remake que conte com um diretor qualificado, como Oliver Hirschbiegel (de A Queda!, 2004), na cadeira de direção, Invasores nasceu criando altas esperanças. Infelizmente, como diz o ditado, a expectativa é a mãe da decepção, e o que era tido como mais uma releitura bem sucedida do conto de Jack Finney, a exemplo de Vampiros de Almas (1956), de Don Siegel, e seguindo bem os moldes de Os Invasores de Corpos (1978), de Philip Kaufman, acabou virando mais um daqueles enlatados pobres que Hollywood sempre faz e que surgem em dúzias no verão americano. Aliás, exatamente como os que o produtor Joel Silver faz sempre.
E reside exatamente aí, em Silver, o problema de Invasores. Produtor do filme e insatisfeito com o tom claustrofóbico e pessimista que Hirschbiegel deu à produção – ainda que estivesse sendo muito bem aceito em exibições teste – Joel decidiu refilmar boa parte da produção adicionando várias cenas de ação. Faltavam explosões, dizia o produtor. Faltava, também, discernimento sobre o que é um cinema de qualidade. Acabou chamando os irmãos Wachowski (Matrix, 1999) para reescrever algumas cenas. Isso, somando ao fato de Hirschbiegel se negar a voltar à direção por motivos de agenda, sobrou para James McTeigue (V de Vingança, 2005) assumir essas cenas adicionais. O diretor alemão, obviamente, lavou as mãos quanto ao material final. Aquela não era sua versão, mas acabou aceitando o material.
Na história, após um tipo de elemento alienígena penetrar nos destroços de um ônibus espacial que caem na Terra, diversas pessoas acabam tendo contato com a substância e começam a mudar misteriosamente de comportamento, apesar de não se alterarem fisicamente. Mas acabam assumindo o objetivo de tomarem o nosso planeta. Sem demonstrarem emoção e decididos a possuírem a humanidade, acabam infectando a população, que faz a transição durante o sono. E é em meio a essa epidemia que encontramos a psicóloga Carol Bennell (Nicole Kidman), tentando recuperar seu filho, raptado pelo o ex-marido, que está sob o domínio da praga alienígena.
Se nas versões anteriores de Vampiros de Almas existia certa crítica quanto às ideias de um ataque comunista em exagero pelos americanos e servia até mesmo de alegoria para uma conspiração política após os escândalos políticos do país nos anos 1970 e a AIDS nos 1990, em Invasores o foco seria no completo horror de uma invasão terrorista à América do Norte. Serviria muito bem nessa lista de metáforas, a mesma que o conto de Finney aflora, colocar Joel Silver e sua invasão desnecessária à direção e mesa de edição de qualquer diretor e filme. No entanto, diferente de Invasores, na vida real esse episódio não teve um final feliz.
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