Sinopse
Quando descobrem que seus pais, sem previamente consultá-las, decidem vender a casa onde cresceram, duas irmãs nada convencionais se juntam para dar uma última - e inesquecível - festa no lugar.
Crítica
Hollywood é apaixonada por histórias sobre amizade e amadurecimento. Nos últimos anos essa abordagem foi, inclusive, explorada de forma menos clássica e dramática, resultando, por consequência, em comédias escrachadas, despudoradas e, principalmente, com protagonistas femininas. Aconteceu com muito sucesso em Missão Madrinha de Casamento (2011), Descompensada (2015) e A Espiã que Sabia de Menos (2015), entre tantos outros exemplos. Irmãs, recente produção que reúne novamente as duas comediantes americanas de maior sucesso da atualidade – Tina Fey e Amy Poehler – se vale desse mesmo aproach e coloca as atrizes como duas irmãs que são verdadeiros opostos.
Saídas do humorístico Saturday Night Live, a dupla já contracenou nas telonas como co-protagonistas em Uma Mãe para o meu Bebê (2008) que contava a história de uma empresária (Fey) não consegue engravidar e então, decide contratar uma barriga de aluguel (Poehler). As personagens contrastam como bem pede uma comédia do tipo que lida com transformações. Fey interpreta uma mulher regrada e calculista, já Poehler uma garota desbocada e desvirtuada. Se valendo do mesmo artifício em Irmãs, as duas trocam de papel. Se a loira, acostumada a fazer o tipo neurótica e complicada, recebe a missão de interpretar Maura Ellis, uma divorciada pragmática, a atriz de 30 Rock (2006-2013) tem diante de si a oportunidade de explorar uma desregrada e perdida mulher, Kate Ellis.
As Ellis são como água e óleo, mas entre suas diferenças encontram uma bela harmonia. As duas se reúnem para visitar a casa dos pais, que foi inesperadamente vendida para um casal esnobe. Lá, encontram seus objetos e relembram a juventude e a infância. Como uma forma de despedida da residência, decidem dar uma festa de arromba com a presença de todos os ex-colegas. E, claro, com isso um show de acontecimentos envolvendo drogas, bebida, micos e vinganças estudantis vão sendo explorados.
Bem longe de ser memorável, mas também distante de ser um veículo péssimo para as protagonistas, Irmãs, com sua duração exagerada de quase duas horas, é um filme cansativo e que se vale de uma fórmula batida. Se fosse realizado há alguns anos talvez fosse mais interessante e relevante. Hoje, só demonstra o que propriamente é: imaturo. Mas fica o saldo positivo por essa inversão de papéis das atrizes, revelando uma faceta versátil das sempre maravilhosas Tina Fey e Amy Poehler, o Batman e o Robin da nossa geração.
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