Crítica
Leitores
Sinopse
Crítica
Para se renovar, a cada ano que passa a indústria do cinema investe em novas sensações. Quando uma produção rende uma excelente bilheteria e boas críticas dentro de uma temática, os produtores começam a criar quase um novo gênero cinematográfico. Para não sair perdendo no jogo da máquina hollywoodiana, começam a surgir obras similares à mais bem sucedida. Já Estou Com Saudades, novo filme de Catherine Hardwicke, certamente pega carona na linha de A Culpa é das Estrelas (2014).
Jess (Drew Barrymore) e Milly (Toni Collette) são amigas inseparáveis desde a infância. Uma acompanhou e participou dos momentos mais importantes da vida da outra. Narrando a história, Jess parte do primeiro encontro até os dias atuais em um rápido flashback, retornando depois para a revelação de que Milly está com câncer de mama. Em paralelo, Jess está tentando engravidar. É o momento em que as possibilidades de vida e morte se apresentam. Hardwicke mostra os estágios de aceitação e do avanço da doença com certa propriedade e reitera que as temáticas centrais de sua filmografia continuam sendo a juventude, as mulheres e a amizade.
Um dos principais acertos da carreira de Hardwicke é sua capacidade de intercalar seus trabalhos em um cinema de estúdio (Crepúsculo, de 2008, por exemplo) e suas realizações mais autorais e independentes como Plush (2013) e Aos Treze (2003). Aqui, apesar da temática comum à filmografia da diretora, o roteiro ficou a cargo de Morwenna Banks, apresentando diálogos atuais, espertos e engraçados. Apesar de sempre carismática, Drew Barrymore perde muito em cena quando junto de Collette. E Hardwicke, sabendo da força dramática de Toni em cena, acaba aproveitando para Milly a vulnerabilidade de uma personagem apaixonante, repleta de imperfeições. Outro destaque é a participação de Jacqueline Bisset, como a mãe de Milly, que nos presenteia com um timing cômico excepcional.
Mesmo sem grandes novidades ou algo que torne Já Estou Com Saudades excepcional dentro desse nicho de produções que exploram doenças, o que Hardwicke e Banks dão aos seus personagens é uma boa dose de otimismo e dignidade. Funcionando muito bem com o público em geral pela sua carga emotiva, a realizadora se coloca como uma janela para um cinema cada vez mais feminino em que o centro de suas realizações não é conquistar o garoto.
Últimos artigos deRenato Cabral (Ver Tudo)
- Porto: Uma História de Amor - 20 de janeiro de 2019
- Antes o Tempo Não Acabava - 25 de novembro de 2017
- Docinho da América - 3 de janeiro de 2017
Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Renato Cabral | 6 |
Ailton Monteiro | 4 |
Chico Fireman | 5 |
MÉDIA | 5 |
Deixe um comentário