Crítica
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Sinopse
Após uma noite de baderna e bebedeira para comemorar os ganhos em apostas nos cassinos de Las Vegas, dois desconhecidos acordam no dia seguinte e descobrem que estão casados. O casal agora faz de tudo para reverter a situação, mas no meio do caminho eles, de fato, acabam se apaixonando.
Crítica
Os dois já foram considerados como grandes apostas, que iriam muito além de onde se encontram atualmente. Mas Cameron Diaz e Ashton Kutcher parecem estar satisfeitos com os trocados e os meio-sorrisos que volta e meia arrecadam com bobagens como este Jogo de Amor em Las Vegas, mais uma comédia romântica igual à centenas de outras iguais, que tem como único diferencial a boa química entre os protagonistas e o talento nato de ambos para o gênero. E como em time que está ganhando não se mexe...
Diaz levou um fora do namorado perfeito. Kutcher foi demitido pelo próprio pai. Os dois, sem terem nada melhor para fazer com suas vidas, decidem ir passar um final de semana na Cidade do Pecado. Lá se encontram, ficam bêbados e acabam acordando no dia seguinte... casados! Antes de irem anular o compromisso, ele joga numa máquina caça-níquel uma moeda dela, e acaba ganhando três milhões de dólares. Este dinheiro, tecnicamente, pertence aos dois, e como não aceitam dividi-lo, acabam parando num tribunal, onde o juiz irá condená-los a seis meses de casamento!
Aí começa a parte divertida do filme: as sabotagens que um arma para o outro na tentativa de provocar uma desistência. Então lá vai ele mijando na pia, ela ficando amiga dos novos sogros, ele sumindo com a porta do banheiro, ela trazendo prostitutas para casa para tentar uma infidelidade dele. Claro que estas provas não serão tão fáceis – afinal, temos um filme inteiro pela frente! – e que na real este processo só irá servir para aproximá-los, até que descubram estarem realmente apaixonados um pelo outro.
Os problemas de Jogo de Amor em Las Vegas são vários, e começa pelo título: Las Vegas aparece muito pouco, só no início (quer conhecer melhor o fascínio e a loucura da cidade? Assista ao recente Quebrando a Banca, 2008), pois logo em seguida a trama se desloca inteiramente para Nova York. O diretor escocês Tom Vaughan, em seu primeiro trabalho em Hollywood, não tem o menor controle sobre seus astros, que literalmente fazem o que querem diante das câmaras. E dê-lhe caretas, afetações, trejeitos e manias já vistas inúmeras vezes antes. Ashton Kutcher reprisa os personagens de De Repente é Amor (2005), A Família da Noiva (2005), Recém-Casados (2003) e tantos outros. Assim como Cameron Diaz, indecisa entre o deboche de Quem Vai Ficar com Mary? (1998) e o tom mais tímido de O Amor não tira Férias (2006). E nem chego a mencionar o desperdício de outros talentos, como Queen Latifah, Dennis Farina e Treat Williams (Dirigindo no Escuro, 2002), todos plenamente desperdiçados em cena.
Jogo de Amor em Las Vegas é estritamente recomendado aos mais ardorosos fãs do gêneros, às mocinhas apaixonadas por Kutcher (e que não temem Demi Moore) e aos marmanjos que ainda guardam suspiros por Diaz. Todos os demais, no entanto, devem permanecer longe deste desperdício de boas oportunidades: atores sexies e atraentes, um enredo à princípio curioso e um cenário que desperta interesse imediato. Quer descobrir como tudo isso pode ser inutilizado? Vá por sua conta e risco!
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Chico Fireman | 2 |
Francisco Carbone | 5 |
MÉDIA | 4 |
Diante da quantidade e qualidade de comédias românticas produzidas não últimos anos... Acredito que o filme é bem equilibrado com situações de humor que não são inovadoras, mas que não dialogam com o óbvio. E, apesar de saber que as comédias americanas sempre tem o final feliz, o filme em questão desenvolve bem o enredo de modo que impõe algumas reviravoltas que ocultam o "como" tudo vai dar certo. Concordo com sobre a harmonia na interação dos protagonistas que envolvem o telespectador de modo que o mesmo fica em dúvida de quem deve tomar partido na disputa entre os casados. Recomendo imensamente o filme, não apenas para os fãs, mas para todos que desejam se divertir. Não se arrependerão!
Imagino que não seja fácil não poder se deixar levar pelo descompromisso de simplesmente se divertir ao assistir um filme, já que o olhar do crítico sempre será de analista. Achei a crítica muito rigorosa a ponto da recomendar o filme apenas para os fãs dos protagonistas. Não quero desmerecer o trabalho do autor, de forma alguma, mas , não pude deixar de lembrar do texto escrita pelo personagem e crítico Anton Ego da animação Ratatouille que disse: " De certa forma, o trabalho de um crítico é fácil. Nos arriscamos pouco, e temos prazer em avaliar com superioridade os que nos submetem seu trabalho e reputação. Ganhamos fama com críticas negativas, que são divertidas de escrever e ler, mas a dura realidade que, nós críticos, devemos encarar, é que no quadro geral, a mais simples porcaria, talvez seja mais significativa do que a nossa crítica". Enfim... Diante da quantidade e qualidade de comédias românticas produzidas não últimos anos... Acredito que o filme é bem equilibrado com situações de humor que não são inovadoras, mas que não dialogam com o óbvio. E, apesar de saber que as comédias americanas sempre tem o final feliz, o filme em questão desenvolve bem o enredo de modo que impõe algumas reviravoltas que ocultam o "como" tudo vai dar certo. Concordo com sobre a harmonia na interação dos protagonistas que envolvem o telespectador de modo que o mesmo fica em dúvida de quem deve tomar partido na disputa entre os casados. Recomendo imensamente o filme, não apenas para os fãs, mas para todos que desejam se divertir. Não se arrependerão!
muito bonita eu quero uma foto de beijos na boca