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Sinopse

Após sobreviver por duas vezes aos Jogos Vorazes, Katniss Everdeen servirá como símbolo de uma revolução iniciada no Distrito 13. Além de ter que manter sua imagem de ícone, a jovem ainda precisa se preocupar em defender sua mãe e sua irmã no meio da guerra.

Crítica

Ah, a decepção. Em algum momento este mal acomete sagas que são contadas em três ou mais capítulos nas telonas. Depois de um primeiro filme interessante e uma continuação explosiva que deixou o público com gostinho de quero mais, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) está de volta. Porém, Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 nada mais é do que um filme sonolento que promete muito e não cumpre nada. Não estranhe se a expectativa pelo último capítulo for quase nula quando os créditos subirem.

Após o fim do Distrito 12, Katniss é resgatada e acorda desorientada no Distrito 13. Lá conhece a Presidente Coin (Julianne Moore) que, ao lado de Plutarch Heavensbee (o finado Philip Seymour Hoffman), a convence a ser a “garota-propaganda” da revolução, o Tordo do título original. Enquanto é filmada como grande líder dos rebeldes, a protagonista fica dividida com o que acontece com Peeta (Josh Hutcherson). Seu parceiro está na Capital e parece sofrer de alguma espécie de tortura, já que aparece em rede para pedir o fim dos confrontos.

Basicamente, tudo em gira em torno desta pequena parte da história. Algo que poderia ser resolvido em uma hora de filme – no máximo. Afinal, nos primeiros 60 minutos o espectador é confrontado com uma narrativa monótona em que Katniss retoma sua personalidade aos poucos, fazendo visitas a territórios como o Distrito 8, onde funciona um hospital improvisado e onde acontece uma das raras cenas de ação desta sequência. Aliás, este é o filme em que as explosões e lutas dão lugar a discursos de crítica social.

Se por um lado é interessante ver a manipulação midiática imposta tanto pelos rebeldes com sua “Che Guevara” quanto pela Capital com a entrevista de Peeta à la De Frente com Gabi, por outro o falatório parece vazio. Muita expectativa é criada a todo momento para dar lugar ao nada. Parece que sempre algo está para acontecer, mas quando se está para chegar a um clímax, a espera é frustrada.

Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 é um filme de transição, obviamente. Muito foi guardado para o real último capítulo da história, mas parece que o único propósito deste longa é estender a saga o máximo possível para arrancar dinheiro do bolso do espectador. Ainda há um ano para se ter ideia de como será a conclusão da história, mas já dá para antecipar que este capítulo aqui poderia ter entrado de forma resumida e sem delongas na última parte. Uma pena, pois esta saga é uma das mais interessantes dos blockbusters do cinema contemporâneo e merecia um cuidado maior.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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