Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1
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Francis Lawrence
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The Hunger Games: Mockingjay - Part 1
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2014
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Após sobreviver por duas vezes aos Jogos Vorazes, Katniss Everdeen servirá como símbolo de uma revolução iniciada no Distrito 13. Além de ter que manter sua imagem de ícone, a jovem ainda precisa se preocupar em defender sua mãe e sua irmã no meio da guerra.
Crítica
Ah, a decepção. Em algum momento este mal acomete sagas que são contadas em três ou mais capítulos nas telonas. Depois de um primeiro filme interessante e uma continuação explosiva que deixou o público com gostinho de quero mais, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) está de volta. Porém, Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 nada mais é do que um filme sonolento que promete muito e não cumpre nada. Não estranhe se a expectativa pelo último capítulo for quase nula quando os créditos subirem.
Após o fim do Distrito 12, Katniss é resgatada e acorda desorientada no Distrito 13. Lá conhece a Presidente Coin (Julianne Moore) que, ao lado de Plutarch Heavensbee (o finado Philip Seymour Hoffman), a convence a ser a “garota-propaganda” da revolução, o Tordo do título original. Enquanto é filmada como grande líder dos rebeldes, a protagonista fica dividida com o que acontece com Peeta (Josh Hutcherson). Seu parceiro está na Capital e parece sofrer de alguma espécie de tortura, já que aparece em rede para pedir o fim dos confrontos.
Basicamente, tudo em gira em torno desta pequena parte da história. Algo que poderia ser resolvido em uma hora de filme – no máximo. Afinal, nos primeiros 60 minutos o espectador é confrontado com uma narrativa monótona em que Katniss retoma sua personalidade aos poucos, fazendo visitas a territórios como o Distrito 8, onde funciona um hospital improvisado e onde acontece uma das raras cenas de ação desta sequência. Aliás, este é o filme em que as explosões e lutas dão lugar a discursos de crítica social.
Se por um lado é interessante ver a manipulação midiática imposta tanto pelos rebeldes com sua “Che Guevara” quanto pela Capital com a entrevista de Peeta à la De Frente com Gabi, por outro o falatório parece vazio. Muita expectativa é criada a todo momento para dar lugar ao nada. Parece que sempre algo está para acontecer, mas quando se está para chegar a um clímax, a espera é frustrada.
Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 é um filme de transição, obviamente. Muito foi guardado para o real último capítulo da história, mas parece que o único propósito deste longa é estender a saga o máximo possível para arrancar dinheiro do bolso do espectador. Ainda há um ano para se ter ideia de como será a conclusão da história, mas já dá para antecipar que este capítulo aqui poderia ter entrado de forma resumida e sem delongas na última parte. Uma pena, pois esta saga é uma das mais interessantes dos blockbusters do cinema contemporâneo e merecia um cuidado maior.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Matheus Bonez | 4 |
Robledo Milani | 5 |
Daniel Oliveira | 5 |
Francisco Russo | 6 |
Alysson Oliveira | 6 |
MÉDIA | 4.4 |
Achei o Filme horrível. E não tenho dúvida nenhuma que industria cinematográfica utilize vários subterfúgios para ganhar dinheiro.
Lukas e Débora, em nenhum momento falei mal do livro. Porém, como narrativa cinematográfica, devemos entender que adaptações não precisam seguir fiéis em todos os aspectos da história original, e sim em sua essência. Até porque o público que vai ver o filme não é, necessariamente, leitor do livro, mas sim espectador da série no cinema. Neste quesito, este longa falha por se tratar de um roteiro que não segue uma linha. Vários elementos são atirados ao espectador e a história avança pouco. O fato de ser lento nem chega a ser um problema, e sim por não ter um clímax, entre outras questões que comentei na crítica. Fui na sessão de pré-estreia onde muitos fãs da série literária também comentaram que saíram frustrados, inclusive um amigo que foi ao cinema comigo. Livros e filmes são plataformas diferentes e atingem públicos variados. Há muitos casos de best-sellers de sucesso que foram adaptados não tão fielmente para o cinema e se tornaram ótimos filmes, desde O Iluminado de Stanley Kubrick (baseado na obra de Stephen King, que não gostou do filme) a Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Quanto ao que você disse, Débora, seu comentário não foi deletado do Facebook. Ele está lá na postagem do dia 19 de novembro, data da estreia. Nós postamos de novo na fanpage o filme em destaque no dia seguinte, talvez aí você possa ter se confundido. Apesar de não concordarmos, fica o agradecimento pelo debate gerado. É sempre gratificante ver o quanto filmes como Jogos Vorazes causam diversas impressões. Um grande abraço!
Concordo plenamente contigo, Lukas Corrêa, fiz um comentário sobre a mesma problemática, porém fiz o comentário no post da pagina do face. E sabe o que aconteceu? excluíram o post, juntamente com o meu comentário que é muito parecido com o teu. Precisamos ler e entender, pois todas as especificações do filme estão lá para ajudar o fã que não leu à compreender tudo que se passa na vida da personagem principal do livro, que é bem complexa, com muitos sentimentos e conflitos pessoas.
Só tenho uma dúvida: Tu chegastes a ler os livros? Tua crítica é muito rasa, para alguém que se diz crítico de cinema. Quando tu analisa um filme que é baseado em livros, tu deves analisar (além dos demais fatores que não entendo nem perto do que tu entendes) a questão de adaptação para as telonas. O filme ficou melhor do que o livro, principalmente por manter uma narrativa mais interessante do que a da escritora. Esta parte do livro realmente não tem muita ação (o filme retrata mais do que o livro, por sinal) mas traz elementos fundamentais para a continuação da história, e um fim entendível. Acho justo tu comentares que é um filme de transição, mas impossível de concordar que foi feito somente para arrancar dinheiro do bolso do espectador. Eu como fã da série (livros e filmes), estava esperando por este filme desde a última palavra lida, e a versão cinematográfica superou todas as minhas expectativas. Não só as minhas, mas de vários fãs que eu vi. Reveja suas críticas quando se tratar de séries adaptadas de livros, pois a tua matéria é mais pra arrancar visualizações dos seguidores do que o filme pra "arrancar dinheiro dos espectadores". Obrigado pela atenção. Abraços.