Jornada nas Estrelas: A Última Fronteira
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William Shatner
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Star Trek V: The Final Frontier
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1989
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Sob o pretexto de encontrar um lendário planeta, um vulcano tenta roubar a U.S.S. Enterprise. Kirk e companhia devem impedir os planos desse renegado, numa aventura que os levará novamente ao centro do Universo.
Crítica
Há pouco mais de um ano, Prometheus (2012) foi recebido pela crítica com uma saraivada de rejeições. Uma das mais comuns dizia respeito a algumas situações do roteiro, como aquela em que um personagem simplesmente arranca o capacete num planeta desconhecido, algo aparentemente inadmissível para os cânones da ficção científica. Fica difícil, então, imaginar a cara destes mesmos críticos em 1989, quando o Capitão Kirk e sua trupe desbravavam planetas nunca antes visitados pelo homem e obviamente perigosos usando apenas botinhas de paquito e roupinhas de pano. O filme em questão era Jornada nas Estrelas: A Última Fronteira.
O longa assume a natureza episódica da série, funcionando como mais uma aventura do Capitão Kirk, Spock, McCoy e sua tripulação. No caso, ela diz respeito ao encontro com Sybok, um misterioso vulcano obviamente relacionado a Spock. Mas um detalhe parece chamar atenção: William Shatner, intérprete mais famoso e longevo de Kirk, decidiu que o comando da Enterprise não era o bastante e assumiu também o do filme. Em toda a franquia Jornada nas Estrelas, este é o único caso em que o protagonista é também o diretor. Uma experiência facilmente questionável por quem assiste o filme, que ostenta a pior classificação da série no Rotten Tomatoes, por exemplo.
O principal problema parece advir do fato de que Shatner teve sua maior e mais significativa experiência na TV americana entre os anos 60 e 80 do século passado. O resultado é um filme que parece um episódio estendido da série. Dos diálogos à montagem, passando pela composição do roteiro, tudo é televisivo. A fotografia não se esforça nem minimamente para utilizar profundidade de campo e os atores sempre são enquadrados em planos médios, sendo possível contar nos dedos as exceções. O resultado são imagens bonitas mas tão expressivas quanto Spock.
Leonard Nimoy, aliás, intérprete do célebre vulcano, é o único dos atores que tinha a desculpa de usar a mesma cara o tempo todo. Motivo pelo qual se torna difícil entender porque Kirk, sendo o protagonista, parece um bobo alegre, seja na mão dos vilões, seja na dos amigos.
A direção de arte talvez seja o ponto mais interessante do filme: embora os figurinos pareçam qualquer coisa resultante do cruzamento entre paquitos e o universo de Barbarella (1968), eles correspondem bem ao imaginário futurista da década de 80. Os cenários são trabalhados, usando inesperados tubos de neon e construindo paisagens desérticas que, quando observadas por "binóculos especiais", fazem lembrar, e muito, as imagens da Guerra do Golfo, tão marcantes na época da produção. Também há algumas tomadas infundadas, mas maravilhosas, no Parque Nacional de Yosemite, um tesouro ecológico próximo a San Francisco.
O roteiro segue tropeçando em botinhas voadoras – é possível identificar a necessidade deste objeto para o desenrolar da trama? – até esbarrar numa discussão metafísica que deve irritar até mesmo fãs da franquia. A uma certa altura do filme, a existência de Deus ou sua onipotência parecem assuntos tão descabidos quanto rasos.
O desastrado resultado desta combinação é uma produção completamente insossa: falta suspense, faltam risadas, falta emoção, falta dramaticidade, falta conflito. No entanto, sua linguagem é tão simples e televisiva, tão "mastigada", que nem irritar ela consegue. Se os críticos de hoje são fãs de Jornada nas Estrelas, ou eles subiram seus padrões, ou não são muito completistas. Em qualquer das opções, eles devem concordar com o fato de que Capitão Kirk deveria comandar a Enterprise. E só.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Dimas Tadeu | 2 |
Cecilia Barroso | 4 |
MÉDIA | 3 |
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