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Sinopse

Em missão diplomática de paz rumo ao planeta Romulus, o capitão Jean-Luc Picard e a tripulação da Enterprise precisam deter uma rebelião que ameaça destruir a Terra. Surge então uma perigosa réplica de Picard.

Crítica

Jornada nas Estrelas nunca foi uma série, seja no cinema ou na televisão, que buscou ser sutil. Com direção de arte, maquiagem e figurinos berrantes, poderia ser categorizada como um kitsch sci-fi. Durante os anos, e através de seus nove longas-metragens lançados, a Enterprise e seus tripulantes foram, no geral, bastante elogiados e sempre renderam satisfatoriamente nas bilheterias. Bom, até o lançamento do décimo e derradeiro filme, que fez com que a Paramount repensasse suas estratégias envolvendo os membros da Federação. Nêmesis, que no Brasil foi lançado sem o título complementar Star Trek ou Jornada nas Estrelas, é considerado o maior fracasso de público e recepção da série.

A história do filme dirigido por Stuart Baird dá sequência à série televisa Star Trek: A Nova Geração. Contando com boa parte do elenco original, é o retrato de uma saga com potencial, mas que já se mostrava um tanto esgotada. A premissa de Nêmesis, que é para ser um tipo de encerramento da Nova Geração, se dá quando Jean-Luc Picard (Patrick Stewart), capitão da Enterprise-E, e seus tripulantes se envolvem em uma missão para averiguar um acordo de paz por parte dos Romulanos. Eles são os principais inimigos da Federação e entram em contato, através do novo líder do Império, Praetor Shinzon (Tom Hardy), pedindo a paz intergaláctica e decididos a se unir com os outros planetas. Porém, chegando ao local, a equipe nota que Praetor não é quem ele dizia ser, mas sim um Remulano, um nativo da parte obscura do mundo dos Romulanos. De quebra, sua aparência é de humano e mais, ainda é um clone de Picard.

São muitas reviravoltas em uma trama que merecia ser um pouco mais didática sem ser previsível nesse didatismo. Esses baques, que deveriam surpreender, tornam o filme arrastado. Vale lembrar que o roteiro de Nêmesis é um dos primeiros scripts em longa-metragem de John Logan, que roteirizaria depois produções excelentes como A Invenção de Hugo Cabret (2011) e 007: Operação Skyfall (2012). É um trabalho que ameaça, mas não cumpre muito. Marca da série, Logan tenta manter certo humor com a dupla principal, Picard e o andróide Data, porém os diálogos são de um humor tão raso, isso sem falar nas falas pobres e clichês para um jovem Tom Hardy, interpretando o nêmesis do título.

Vale finalizar citando a direção apagada de Baird, que em alguns momentos é digna de série televisiva duvidosa. Nêmesis deveria ser um filme para televisão, mas não justificaria seus quase $70 milhões de dólares de orçamento que nunca foi recuperado nas bilheterias mundiais. Diferente de Baird, quem diria, e originado da telinha, J. J. Abrams reformulou Jornada nas Estrelas e transformou em verdadeiro entretenimento.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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é graduado em Cinema e Animação pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e mestrando em Estudos de Arte pela Universidade do Porto, em Portugal.
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