Crítica
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Sinopse
A aventura começa quando o renomado paleontologista Dr. Alan Grant decide acompanhar um aventureiro abastado e a sua esposa numa visita aérea à Isla Sorna, o território da InGen onde outrora foram criados seres pré-históricos. Eis que, inesperadamente, ficam impossibilitados de sair da Ilha, e o Dr. Grant descobre que os seus anfitriões não são bem o que parecem.
Crítica
Steven Spielberg já havia deixado claro sua genialidade, tendo realizado obras inteligentes e tocantes, como A Cor Púrpura (1985) e, principalmente, A Lista de Schindler (1993). Mas também é um mestre em entretenimento para as massas, responsável por campeões de bilheteria como Os Caçadores da Arca Perdida (1981) e Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993). Mas Spielberg é, acima de tudo, um incomodado, alguém que não se contenta com pouco e que está sempre à procura de novos desafios. O que explica o fato de ter se ausentado da direção deste Jurassic Park III.
Com a morte de Stanley Kubrick, uma história que ele há muito acalentava ficou órfã, até o momento em que o pai de E.T.: O Extraterrestre (1982) encontrou ali uma oportunidade de dar um novo passo em direção ao mundo conflituoso existente entre a fantasia e a realidade. O resultado dessa união foi batizado de A.I.: Inteligência Artificial (2001), um projeto que possui tantos admiradores quanto, por outro lado, detratores. No entanto, esse envolvimento criou também um problema para os Estúdios Universal, dona do passe da saga dos dinossauros – com o cineasta ocupado com algo mais “relevante”, quem assumiria o comando da terceira aventura? Spielberg não se fez de rogado, passando imediatamente para o posto de produtor e deixando o cargo de diretor para um de seus pupilos, Joe Johnston, que vinha do seriado O Jovem Indiana Jones (1993) e, anos depois, assumiria o heroico Capitão América: O Primeiro Vingador (2011). O que isso significou para Jurassic Park III? Em termos práticos e bem objetivos, mais correria e menos papo.
Ninguém em sã consciência acreditava que essa sequência poderia não seria produzida. Os dois primeiros filmes ficaram, na época dos seus lançamentos, entre os dez mais vistos de todos os tempos, configurando-se como uma das maiores franquias do cinema moderno. Porém, no âmbito de roteiros, nunca houve muito o que se discutir, contentando-se em se apresentar como um simples jogo de gato e rato. Haviam leves diferenças entre um e outro, pois enquanto que no primeiro existia uma teoria para o ressurgimento dos dinossauros, O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997) se aproximava mais do clássico King Kong (1933), com os monstros gigantescos invadindo as grandes metrópoles civilizadas.
O que essa terceira parte aponta, no entanto, é que a fonte criativa deve ter secado. Jurassic Park III contenta-se em ser apenas uma repetição do primeiro filme, com uma trama ainda mais simples. Garoto se perde na ilha onde vivem os seres pré-históricos, situada na Costa Rica. Seus pais, desesperados, conseguem convencer o paleontólogo Alan Grant (Sam Neill, presente apenas no primeiro filme da série) a voltar a ilha numa tentativa de resgate. Lá, é óbvio que tudo dará errado e que eles precisarão correr tudo o que podem para salvarem suas peles dos monstros ferozes. E é só isso, nada mais. Muita ação, alguns bons sustos, outros tantos absurdos. E só.
Se em O Mundo Perdido fomos apresentados aos velociraptors, animais dotados de alguma inteligência, o que tornava a caçada um pouco mais emocionante, dessa vez os adicionais são o espinossauro, um dino ainda maior que o T-Rex (grande vilão de Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros), que por sua vez aparece muito pouco, e os pterodátilos, animais alados responsáveis pela melhor seqüência do filme – completamente chupada do livro original do primeiro da série. Ainda inferior ao longa original, este novo capítulo segue com o mesmo e único propósito de toda a série: oferecer ao público um descanso ao cérebro. Ainda que que às vezes essa viagem possa ser divertida e original, e quando isso acontece nos fazendo esquecer de pequenos deslizes, o oposto se dá quando uma piada é contada duas vezes, pois nesse caso ela nunca terá a mesma graça.
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