Crítica
Leitores
Sinopse
Daniel acompanha seu mentor em uma visita a Okinawa, para visitar o pai que está doente e confrontar um antigo rival. Ao chegar lá, o garoto faz um novo inimigo, que ameaça a sua estadia no Japão.
Crítica
Com uma daquelas clássicas histórias de superação que envolvem muito mais que lutas, e tendo em seu centro dois personagens interessantes, Karate Kid: A Hora da Verdade (1984) viu sua qualidade resultar em um sucesso instantâneo de público e de crítica, sendo hoje considerado um clássico da década de 1980. Não foi surpresa, portanto, que seus realizadores tenham decidido desdobrá-lo numa franquia, lançando dois anos depois este Karate Kid II: A Hora da Verdade Continua.
Escrito pelo mesmo Robert Mark Kamen do filme anterior (e que mais tarde viria a ficar conhecido também pelos exemplares das séries Carga Explosiva e Busca Implacável), Karate Kid II: A Hora da Verdade Continua traz Daniel Larusso (Ralph Macchio) e seu mestre, o Sr. Miyagi (Pat Morita), indo até a cidade de Okinawa, no Japão, onde o pai do último está gravemente doente. Mas, se por um lado a visita coloca Miyagi novamente diante de sua antiga paixão, Yukie (Nobu McCarthy), por outro ele se depara com uma grande tensão no reencontro com seu velho amigo Sato (Danny Kamekona), com quem tem uma rixa não resolvida. Enquanto isso, o arrogante sobrinho de Sato, Chozen (Yuji Okumoto), não demora a se estranhar com Daniel.
Karate Kid II: A Hora da Verdade Continua até começa de onde o primeiro filme parou, incluindo uma pequena lição a Kreese (Martin Kove), o mestre do Cobra Kai. Mas isso logo é deixado para trás, a fim de que a trama avance seis meses e passe a se concentrar na nova história, apresentando outros elementos e continuando o desenvolvimento de seus personagens. Pelo fato da trama agora se situar no Japão, Miyagi é trazido um pouco mais para o centro da história, diferentemente do que ocorria no exemplar anterior, concentrado no crescimento pessoal de Daniel. Sendo assim, o roteiro arranja desculpas para não incluir a mãe do rapaz e a (agora ex-) namorada dele, figuras que antes tinham certa importância, mas que aqui dão lugar a outras, no caso Yukie e a jovem Kumiko (Tamlyn Tomita), o novo interesse amoroso de Daniel.
No entanto, em meio a isso, o diretor John G. Avildsen não impede a narrativa de ter alguns problemas de ritmo. Nem tudo o que se vê chega a ser interessante. Sato e Chozen, por exemplo, são vilões muito fracos, com ideias distorcidas (para eles, fugir de uma briga é covardia e matar seria algo honrado). As pontuais cenas de luta são pouco ágeis e envolventes. Ao menos esses detalhes não atrapalham as coisas boas, como o desenvolvimento do passado de Miyagi, que ganha um bom peso dramático por ressaltar a dignidade do personagem e seus arrependimentos, ao passo que o pequeno romance de Daniel com Kumiko ganha contornos adoráveis, por mais óbvio que seja.
Mas é mesmo graças à dinâmica entre os dois personagens principais que Karate Kid II: A Hora da Verdade Continua consegue se sustentar bem. É bacana acompanhar a amizade entre Miyagi e Daniel Larusso e ver como eles se importam um com o outro, além de serem bons em seus respectivos papeis de mestre e de aprendiz, algo que não impede ocasionais invertidas de posição. Este detalhe, aliás, rende a melhor cena do filme, quando Daniel compartilha uma história pessoal para consolar seu mestre, momento tocante do ponto de vista dramático. Tanto Pat Morita quanto Ralph Macchio voltam confortavelmente aos personagens e emprestam carisma a eles.
Karate Kid II: A Hora da Verdade Continua não é uma pequena joia como o filme original. Mas o longa-metragem acaba sendo eficiente, conseguindo equilibrar problemas e virtudes enquanto aproveita bem seus personagens, dando uma boa continuidade à história deles. Algo que, infelizmente, não seria o suficiente para salvar os exemplares seguintes da série.
Últimos artigos deThomas Boeira (Ver Tudo)
- Onde os Homens são Homens - 28 de junho de 2016
- Karate Kid II: A Hora da Verdade Continua - 9 de junho de 2016
- O Sobrevivente - 28 de maio de 2016
Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Thomas Boeira | 6 |
Bianca Zasso | 5 |
Chico Fireman | 5 |
MÉDIA | 5.3 |
Deixe um comentário