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Crítica


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Sinopse

Kic-Ass se junta a o grupo de cidadãos comuns que, inspirados por ele, decidem fantasiar-se e combater o crime. Enquanto isso, Red Mist traça um maléfico plano de vingança.

Crítica

A continuação do longa de 2010, Kick-Ass 2, foi um fracasso de bilheteria recente nos Estados Unidos. Com um custo de US$ 28 milhões de dólares, no total o filme apenas se pagou nos cinemas norte-americanos, ao contrário do primeiro, que custou US$ 30 milhões e arrecadou quase o dobro na época. Um dos problemas talvez tenha sido a troca na direção. Matthew Vaughn, que dirigiu o primeiro filme, agora atua apenas como produtor. Em seu lugar ficou Jeff Wadlow, mais conhecido por Quebrando Regras (2008) e Cry-Wolf : O Jogo da Mentira (2005). Porém, não foi apenas este o motivo e nem por um mero boca a boca: na verdade, o longa realmente é muito mais fraco que seu antecessor.

A história continua dois anos após o final de Kick-Ass: Quebrando Tudo (2010). Dave (Aaron Taylor-Johnson) está na faculdade e se sentindo entediado após desistir da vida de herói. Já Mindy (Chloë Grace Moretz) continua atrás de criminosos como a implacável Hit-Girl, escondendo esta vida dupla de seu pai adotivo (Morris Chestnut). As coisas começam a mudar quando várias pessoas resolvem usar máscaras e combater o crime na cidade e a situação se inverte: se Dave volta a ser Kick-Ass, inclusive ao lado de uma equipe liderada pelo Coronel Estrelas (Jim Carrey), Mindy resolve ser uma "garota normal" e querendo ser amiga dos colegas de escola. Isto até o ressurgimento de Chris D'Amico (Christopher Mintz-Plasse), que após matar a própria mãe "sem querer querendo", adota a alcunha de The Motherfucker e se transforma em um "super" vilão.

Um dos grandes problemas nesta continuação é a falta de integração no roteiro. A trama, que atinge um nível macro ao incorporar novos super-heróis e vilões na cidade, assim como o consequente aumento nos números da violência local (o que leva à polícia a tomar medidas drásticas), parece ser ofuscada a todo momento pelas histórias paralelas, tanto de Kick-Ass quanto de Hit-Girl. Obviamente que ambas tem sua importância e interferem no todo, mas demoram a se desenvolver e nem sempre atingem um resultado favorável. A de Mindy, por exemplo, se transforma numa guerrinha colegial da excluída contra as patricinhas. Ecos de Carrie: A Estranha (1979), personagem que a mesma atriz vai interpretar nos cinemas este ano?

Além disso, o excesso de personagens acaba criando uma certa confusão. O elenco também não se esforça muito. Aaron Taylor-Johnson parece estar de saco cheio de seu personagem - o que até é compreensível, pois Kick-Ass parece ter "involuído" mentalmente desde o primeiro filme. Já Jim Carrey liga o piloto automático e, se quisesse, poderia ter ofuscado quem estava junto em cena. Porém, cai fora do filme da mesma forma que entrou - apático. Quem se salva (e eleva o filme) é a própria Chlöe, que, mesmo com uma história um tanto quanto furada, consegue passar as nuances de uma garota que está crescendo e sentindo outras necessidades além de matar vilões. Além, é claro, de continuar batendo e matando os outros como ninguém.

Ao contrário de filmes como Homem-Aranha 2 (2004), X-Men 2 (2003) e Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008), que elevaram o nível das respectivas franquias a patamares excelentes, aqui o nível decai. E bom material existia, pois a continuação da HQ nos quadrinhos segue a mesma história, porém com muito mais intensidade - e profundidade. No saldo final, Kick-Ass 2 até diverte, mas percebe-se que o resultado poderia ter sido melhor. MUITO melhor.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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