Crítica
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Sinopse
Chamado para salvar sua aldeia de perigos humanos, mas também de alguns sobrenaturais, Kiriku encara os desafios com suas contumazes coragem e ingenuidade.
Crítica
Terceiro capítulo da trilogia dirigida por Michel Ocelot, Kiriku: Os Homens e as Mulheres é praticamente um spin-off do filme original, Kiriku e a Feiticeira (1998). Naquele longa, conhecíamos o especial personagem título, garoto que já nasce falando e andando, e que se mostra a salvação da tribo onde vive. Com uma trama fechada, continuações acabaram sendo possíveis com o advento de histórias paralelas, mostrando os personagens e aquele universo criado de forma tão rica por Ocelot. Assim como o segundo filme Kirikou: Os Animais Selvagens (2006), este mais recente trabalho é formado por pequenas histórias, que nos mostram o espírito destemido daquele jovem menino, habitante de um pequeno vilarejo em uma pretérita África.
O avô de Kiriku é o nosso cicerone nesta jornada. Ele é quem conta ao espectador as aventuras do neto, reforçando a mensagem da importância da história falada, do contador de causos. Na primeira trama, depois de uma tempestade, uma das vizinhas de Kiriku perde seu teto e passa a ocupar a cabana do menino e de sua mãe. Por mais boa vontade que exista, a nova moradora é espaçosa e é bolado um plano para que ela possa voltar para sua casa. Eles terão de passar por cima da terrível feiticeira Karaba, que está sempre de olho no que acontece naquela aldeia. No segmento seguinte, Kiriku vai buscar o ancião do grupo, perdido, e acaba conquistando sua amizade. Em outro conto, o menino ajuda um rapaz misterioso, diferente de todos da aldeia, que se perdeu de sua família. Na melhor das tramas, uma contadora de histórias aparece e mexe com a imaginação das pessoas – incluindo a de Karaba. E por fim, a mãe de Kiriku apresenta a ele um instrumento musical que o reconectará com um importante membro de sua família.
São histórias simples, mas com mensagens muito positivas. Observando a trama de Kiriku: Os Homens e as Mulheres, as crianças poderão aprender valiosas lições sobre respeito, coragem, carinho, empatia e inteligência. Todas características que o valoroso protagonista possui, em tenra idade. Fosse uma animação mais realista, esta personificação da perfeição seria algo enfadonho e pouco interessante. Mas como estamos acompanhando uma fábula, o personagem se mostra realmente especial e crível com todas aquelas qualidades.
Produção francesa, indicada ao César de Melhor Animação, Kiriku: Os Homens e as Mulheres demonstra capricho nas cores utilizadas, fazendo muito bem o contraste entre a escuridão da noite e a beleza do dia, e no desenho dos personagens, bastante expressivos. É importante que se diga, para os mais pudicos, que a representação dos habitantes daquela aldeia africana é bem verossímil. Ou seja, as crianças estão nuas o tempo todo e as mulheres e os homens andam com peitos desnudos. Não existe nada de sexual, apenas uma forma bastante crível e aproximada de como uma tribo africana vivia.
Animação não convencional, com personagens ricos em sabedoria e mostrando valiosas mensagens aos mais pequenos, Kiriku: Os Homens e as Mulheres é um bom fechamento para trilogia iniciada em 1998. Ainda que seja interessante ter contato com os filmes anteriores para entender alguns contextos (como a presença constante de Karaba), não é imprescindível assistir aos outros para entender a trama desta produção. A narrativa episódica mantém a atenção constante a cada novo segmento, mas o ritmo mais lento pode afastar os menos pacientes.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Rodrigo de Oliveira | 8 |
Francisco Russo | 5 |
MÉDIA | 6.5 |
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