Crítica
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Crítica
Depois de histórias bíblicas, lendas sobre a conquista da América e tramas das mil e uma noites, a divisão de animação da Dreamworks finalmente chegou à conclusão de que os bichinhos é que são a o ponto forte do estúdio. O sucesso de Kung Fu Panda é a maior comprovação deste fato, depois dos bem sucedidos Madagascar (2005), Os Sem Floresta (2006), Bee Movie (2007) e O Espanta Tubarões (2004) – isso sem mencionar a série campeã de bilheteria Shrek (2001), que apesar de ser protagonizada por um ogro é repleta de animais, desde o Burro até o Gato de Botas. E o conto do Panda gordo e preguiçoso que se revela mestre nas artes marciais, salvando sua vila de uma grande ameaça, mesmo contra todas as expectativas, tem todo os elementos para respeitar seus antecessores, e com um item a mais: um bom humor irresistível!
Apesar de ter custado aproximadamente US$ 130 milhões, Kung Fu Panda arrecadou quase US$ 200 milhões no seu primeiro mês de exibição só nos Estados Unidos. Ainda está longe do faturamento de um Shrek 2 (2004) - mais de US$ 900 milhões em todo o mundo - mas já é a animação de maior sucesso de 2008, superando com folga Horton e o Mundo dos Quem (2008) – mas há ainda Wall-E (2008), da Pixar/Disney, que está recém começando sua carreira nas bilheterias. Independente do que venha a acontecer, entretanto, os resultados apresentados por essa nova investida da Dreamworks são mais do que positivos, e há muito o que comemorar. Principalmente pelo fato deles serem absolutamente justificados, uma vez que os pontos positivos são perceptíveis em cada instante da projeção.
Kung Fu Panda começa com um traço mais ousado, arriscado e inovador. É a história de um Panda mestre do kung fu e de como ele salvou toda a China dos maiores perigos de sua história. Porém logo percebemos se tratar de um sonho, e que o protagonista não passa de um urso desajeitado e dono de uma barriga enorme. Ele trabalha com o pai vendendo macarrão, e parece ligado a um destino de poucas glórias. Mas ele não está acomodado, e quando fica sabendo que será escolhido o novo “Dragão Guerreiro”, o maior lutador de todos e que este terá a missão de defender a aldeia, fará de tudo para estar presente. Só não imaginava que suas confusões acabariam atraindo a atenção da comunidade inteira, principalmente do mais sábio de todos, que termina por escolhê-lo para cumprir a profecia.
Um olhar mais crítico identifica com facilidade: Kung Fu Panda é um filme de uma piada só – a do panda gordo querendo lutar e provocando os maiores desastres com suas atitudes atrapalhadas. Porém a curta duração – são meros 90 minutos – e a agilidade da edição e da fotografia, que apresentam algumas das tomadas mais elaboradas e bem estruturadas da animação moderna, garantem o interesse do espectador durante todo o desenrolar da ação. E essa se faz presente do início ao fim. Os golpes são muito engraçados e bem desenvolvidos – o treino do panda, sempre atrás de um novo prato de comida, é simplesmente hilário – e tudo está presente dentro de uma lógica completamente compreensível. Já o desenho é leve e preciso, bonito de se ver e repleto de detalhes que fazem a alegria dos mais exigentes.
A direção dos novatos Mark Osborne (que coordenou alguns episódios da série Bob Esponja, 1999-) e John Stevenson é brilhante, o todo o esforço deles nos bastidores é mais do que compensado pelo que vemos na tela. Os personagens coadjuvantes são outro achado, principalmente os 5 Furiosos: a Tigresa, a Garça, o Louva-deus, o Macaco e a Víbora. Cada um, ao seu modo, conquista a simpatia de imediato, o que torna impossível não torcer por todo o grupo, mesmo quando estão contra o protagonista. Kung Fu Panda justifica com folga a expectativa que despertou durante sua produção, e ainda ganha crédito extra. E se há algum porém é a falta de cópias legendadas no Brasil. Apesar do trabalho de Lúcio Mauro Filho (Panda) e Juliana Paes (Tigresa) estar ótimo, seria outra coisa poder conferir as vozes originais, com nomes como Jack Black, Angelina Jolie, Dustin Hoffman, Jackie Chan, Lucy Liu e Michael Clarke Duncan, entre outros. Um pequeno deslize da distribuidora nacional, mas que pouco tira do brilho próprio de um projeto tão repleto de méritos.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 8 |
Daniel Oliveira | 6 |
Diego Benevides | 6 |
Edu Fernandes | 6 |
Thomas Boeira | 7 |
Roberto Cunha | 8 |
Chico Fireman | 5 |
MÉDIA | 6.6 |
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