Crítica
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Sinopse
Um vaidoso piloto de testes recebe um poderoso anel depois de ser recrutado por um esquadrão intergaláctico chamado Lanterna Verde. Esses guerreiros lutam contra inimigos que ameaçam o equilíbrio do universo.
Crítica
Como diz o velho ditado, quando a oferta é demais até o santo desconfia! E foi isso que aconteceu neste ano: com tantas adaptações de super-heróis para a tela grande, um acabaria se dando mal. E Lanterna Verde foi o que ficou pior no balanço final. Apesar de não ser um filme ruim, está também longe de ser bom. É um produto que serve para introduzir o personagem, ambientar o cenário e oferecer uma visão do que ainda pode vir no futuro. Resta agora torcer para que esse fraco desempenho não tenha sido suficiente para desestimular qualquer nova aventura cinematográfica do herói.
Antes de mais nada, cabe uma ressalva: Lanterna Verde é uma produção de nível A em Hollywood, com orçamento de US$ 200 milhões e lançamento mundial. Nesse caso, “se dar mal” significa “não se pagar nas primeiras duas semanas em cartaz”. A bilheteria americana foi superior aos R$ 100 milhões, e no mundo arrecadou no primeiro mês mais ou menos o dobro desse valor. Ou seja, é forçar muito a barra considerá-la um fracasso. Mas essa impressão se deve ao fato de ter ficado muito aquém das expectativas e também distante dos resultados obtidos por Thor, Capitão América e X-Men: Primeira Classe, todos lançados na mesma temporada. Ainda assim, se saiu muito melhor do que diversos outros produtos recentes oriundos das histórias em quadrinhos, como Besouro Verde, Dylan Dog, Jonah Rex e Cowboys & Aliens, por exemplo.
Para quem não conhece o personagem, esse filme é bastante propício, pois se trata de um relato de origem. A tropa dos LanternaVerdes são um grupo de 3.600 guardiões espalhados por todas as galáxias com a missão de proteger o universo. Quando uma ameaça aparentemente indestrutível surge, Abin Sur, um dos mais valentes defensores, fica gravemente ferido em combate. Como saída se refugia na Terra, ordenando que o Anel de energia que carrega consigo escolha seu substituto entre os humanos. O eleito é Hal Jordan (Ryan Reynolds), um piloto de caças da aeronáutica irresponsável e bastante ousado, que diante suas novas responsabilidades decide mudar de vida. A força dos Lanterna Verdes lhe dá o poder de realizar todos os seus desejos, bastando para isso apenas força de vontade suficiente para que um construto energético se materialize. Ou seja, seu único limite é a própria mente. Mas Jordan precisa ainda enfrentar outros perigos, como o vilão Parallax, que quer consumir nosso planeta por inteiro, ao mesmo tempo em que lida com um cientista fracassado (Peter Sarsgaard) e tenta conquistar a mocinha (Blake Lively).
A adaptação para o cinema de “Lanterna Verde” tinha uma importância estratégica, e talvez por isso mesmo um retorno de bilheteria aquém do esperado não seja suficiente para impedir seu retorno às telas em uma eventual continuação. Isso porque esse é um personagem da DC Comics, a mesma editora do Batman e do Superman, seus dois únicos heróis a se darem bem no cinema até hoje. Outros nomes populares, como Mulher Maravilha, Aquaman e Flash, por exemplo, seguem na fila de espera. E enquanto aguardam, a editora concorrente, a Marvel, faz a festa com sucessos como Homem de Ferro, Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, O Incrível Hulk e os já citados anteriormente neste mesmo texto. Estava na hora da DC revidar e mostrar seu potencial. Se essa demonstração não foi um verdadeiro espetáculo, ainda é cedo para jogar a toalha.
Martin Campbell, diretor de Lanterna Verde, tenta fazer o melhor que pode com o material a sua disposição. Após dirigir as duas aventuras de Zorro (com Antonio Banderas) e dois 007 (GoldenEye e Cassino Royale), ele tem experiência mais do que comprovada para tal tarefa. O mesmo pode ser dito do protagonista, o carismático e boa pinta Ryan Reynolds, atualmente em ótima fase após a surpresa A Proposta, ao lado de Sandra Bullock. Ele já viveu dois personagens dos quadrinhos antes – em X-Men Origens: Wolverine e em Blade: Trinity – então tudo o que precisou foi deixar de lado os anos como coadjuvante e se acostumar à cadeira de protagonista. Pena que as duas outras pontas dessa mesa não eram tão firmes quando o imaginado. Blake Lively, a mocinha Serena do seriado Gossip Girl, até pode funcionar como uma figura estética interessante em dramas como Atração Perigosa, que lhe exigem pouco. Mas é preciso reconhecer os limites da garota – que são muitos! Assim como o produtor e roteirista Greg Berlanti, conhecido por comédias românticas como Juntos Pelo Acaso e seriados familiares como Dawson’s Creek, Everwood e Brothers and Sisters. Nada sobre batalhas galácticas e conquistas planetárias, certo? Pois então, essa falta de familiaridade fica evidente no desenrolar da trama.
Lanterna Verde, o filme, é muito inferior ao personagem, que é divertido, interessante e verdadeiramente heroico. Sem ser invencível como Superman ou trágico como Batman, possui a vantagem de estar próximo do público. Afinal, trata-se de um homem comum diante situações extraordinárias, um exemplo muito mais fácil de se identificar com qualquer um dos milhares de espectadores que arrebatar. Não envolve nem empolga como os fãs gostariam, mas também não é motivo para desânimo – o melhor ainda está por vir. Basta acreditar e torcer!
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Ailton Monteiro | 2 |
Chico Fireman | 3 |
Cecilia Barroso | 3 |
MÉDIA | 3.5 |
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