Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida
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Jan de Bont
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Lara Croft: Tomb Raider - The Cradle of Life
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2003
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Lara Croft precisa encontrar a Caixa de Pandora, famosa por conter em seu interior todos os males do mundo. O objeto está escondido em um local conhecido como Origem da Vida, no continente africano. Porém, em sua jornada, ela terá que enfrentar o dr. Jonathan Reiss, cientista ganhador do Prêmio Nobel, que também está atrás do objeto.
Crítica
Causa espanto perceber como bons personagens e argumentos interessantes podem ser tão maltratados quando em mãos que não lhe dedicam a atenção necessária. Lara Croft, a heroína oriunda dos jogos de videogame, é uma versão de saias (ou melhor, de corpetes justíssimos) do conhecido Indiana Jones: uma arqueóloga milionária que adora uma boa aventura. Porém, ao invés de explorarem esse lado através de um roteiro bem elaborado sob a coordenação de um profissional experimente, o que temos – pela segunda vez! – é uma produção que por vezes beira o amadorismo, repleta de furos inexplicáveis na narrativa e situações tão tolas que chegam a ser constrangedoras. Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida poderia ser tudo aquilo que o longa anterior não conseguiu. Ao invés disso, porém, recai em uma zona de conforto e não se esforça em ir um milímetro além do esperado.
O desempenho desse projeto foi tão problemático que foi além dos aspectos financeiros – se bem que esses também foram significativos. Orçado em US$ 95 milhões, arrecadou nos Estados Unidos pouco mais do que a metade deste valor. Como resultado, sepultou um terceiro filme e acabou com a saga Tomb Raider – ao menos até ser retomada, 15 anos depois, em Tomb Raider: A Origem (2018). Se Lara Croft: Tomb Raider (2001) não empolgou muita gente, também não prejudicou ninguém – ao contrário desse segundo episódio, que cansa desde o início. E é já no começo mesmo, pois ao invés de iniciar com uma grande e agitada cena – que serviria para capturar a atenção da platéia de imediato – preferiu partir para mal arranjadas explicações sobre o que viria a acontecer depois, com muito papo para pouca ação.
A trama de Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida, como se nota pelo título, gira em torno da procura pelo mítico local onde tudo se originou. O roteiro exige que o público acredite que tal lugar esconderia até hoje uma versão high tech da lendária “caixa de pandora”, responsável por guardar todos os males do mundo. Lara, assim, precisa encontrar esse destino antes que o vilão interpretado por Ciarán Hinds o descubra, pois esse pretende vender a caixa para um grupo de milionários terroristas internacionais, que juntos desejam acabar com a humanidade. Esse pode ser o menor dos problemas, ainda que mereça uma atenção especial: se vão dizimar com a população mundial, o que fazer com o nada que sobrará depois?
Mas os problemas permeiam a produção, e não somente em sua premissa: pra começar, temos em cena uma dupla sem a menor química, que em nenhum instante consegue funcionar como par romântico. Angelina Jolie é uma Lara Croft perfeita, mas ao lado de Gerard Butler, os dois parecem competir para ver quem aparece mais diante das câmeras, em uma competição boba, para não dizer infantil. De nada ajuda o texto com o qual os dois precisam lidar, repleto de diálogos redundantes e enfadonhos, além de reiterativos. Já os efeitos especiais, se bem executados, são despropositados, sem função na trama e deslocados em cena, sem um contexto que os justifique (alguns exemplos? A chegada de jet ski, a corrida de moto sobre a Muralha da China, o tiroteio no templo submerso, a luta com um tubarão, o embate com os “monstros” digitais que são guardiões do berço da vida, etc, etc, etc...).
Algo se salva? Sim, os belos olhos azuis de Jolie, definitivamente uma estrela de Hollywood, que infelizmente desperdiçou a chance de encontrar um veículo eficaz para si própria nessa obra equivocada. Mas dos males, o menor, pois talvez esse tenha sido o ‘wake up call’, o sinal de alerta de que algo de errado havia em suas escolhas profissionais. Tanto é que, depois disso, começou a investir na carreira de diretora e passou a refinar mais seus projetos como atriz, passando por trabalhos elogiados (O Preço da Coragem, 2007), uma nova indicação ao Oscar (A Troca, 2008) e veículos mais à altura do seu status enquanto atriz e celebridade (Salt, 2010, ou Malévola, 2014). Ou seja, foi um tropeço significativo, mas, pelo jeito, necessário.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 3 |
Chico Fireman | 3 |
Sarah Lyra | 4 |
MÉDIA | 3.3 |
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