Life: Um Retrato de James Dean
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Anton Corbijn
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Life
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2015
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Reino Unido / Alemanha / Canadá / Austrália / EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Crítica
Assim como aconteceu com Marilyn Monroe – que, quando faleceu, em 1962, teve diversas fotos inéditas divulgadas na imprensa nas semanas seguintes, todas feitas para um ensaio fotográfico encomendado pela revista Life – o mesmo se deu, cerca de uma década antes, com o igualmente icônico James Dean. Porém, se com a vênus platinada o objetivo da publicação era resgatar um outro lado da diva, retratando-a à beira mar de modo mais leve e descompromissado, distante do vulcão envolto em polêmicas e escândalos, com o jovem astro que recém havia terminado seu primeiro longa como protagonista – Vidas Amargas (1955) – a intenção era outra: tínhamos um fotógrafo em busca de uma oportunidade e um ator atrás de visibilidade. O encontro dos dois – e a origem dessas imagens que entraram para a história – são investigados em Life: Um Retrato de James Dean, filme que, apesar da curiosidade levantada, se revela aquém de tamanho interesse.
Nos início dos anos 1950, Hollywood era um lugar mágico, onde a diferença entre a sarjeta e a fama poderia estar no cruzar de uma esquina. Pois é para lá que se dirige o fotógrafo Dennis Stock (Robert Pattinson, discreto), acreditando ser esse um passo importante para seu futuro profissional. O que quer é o que todos os outros por lá também buscam: notoriedade. A diferença é que espera obter tal reconhecimento a partir do sucesso de outros. Quer montar um portfólio, ter seu talento percebido a ponto de se tornar referência, de ser prestigiado e não precisar mais implorar por qualquer tipo de trabalho. E entre fotos publicitárias sem maiores impactos e visitas a bastidores de filmagens, acaba na festa de lançamento do novo filme de Nicholas Ray, Juventude Transviada (1955). E enquanto o diretor só tem olhos para sua estrela, a bela Natalie Wood, quem chama a atenção de Stock será um dos candidatos ao principal papel masculino, o até então desconhecido James Dean (Dane DeHaan, indeciso entre o personagem e o homem).
Stock e Dean se tornam rapidamente amigos. Os dois enfrentam problemas – o primeiro deve dinheiro para a pensão da ex-esposa e sofre com o afastamento do filho pequeno, enquanto que o segundo ainda não sabe bem como lidar com as pressões do estrelato, principalmente quando tem pela frente a figura opressora de Jack Warner (Ben Kingsley, divertido), o todo-poderoso chefão do estúdio. Ao mesmo tempo, vão aos poucos percebendo que precisam um do outro. Mas não da mesma maneira. Enquanto Dennis reconhece no ator o “retrato de uma nova geração” – de acordo com suas próprias palavras – e decide registrá-lo nas situações mais corriqueiras – como fazendo a barba ou caminhando na chuva – numa investigação por trás da máscara, o outro parece precisar apenas de um amigo, de alguém que o escute e lhe dê conselhos. E se posar para uma ou outra foto é o preço a ser pago para isso, então que seja.
Porém, o ponto de virada na fugaz relação entre os dois se dá quando Dean decide visitar sua família no interior – tios e primos que o criaram – e Stock é convidado a acompanhá-lo. As primeiras imagens produzidas pelo fotógrafo não impressionam seu chefe (participação pertinente de Joel Edgerton), então essa segunda chance talvez seja também sua última oportunidade. James, por outro lado, dá a entender em pequenos detalhes ou gestos estar ciente de que estes podem ser seus derradeiros momentos como um rapaz desconhecido. Seu longa de estreia está prestes a estrear, outros dois estão no caminho e o mundo parece estar se abrindo diante dele – ao mesmo tempo em que parece sentir que lhe falta chão para lidar com tudo isso. Precisa de terra, de apoio, de uma base. Tarefa que talvez o novo colega não seja a pessoa mais indicada a desempenhá-la.
As fotografias produzidas nestes dias por Dennis Stock se tornaram quase tão icônicas quanto o próprio James Dean, tendo papel fundamental na construção do ídolo, principalmente após sua morte em um estúpido acidente de trânsito, quando tinha apenas 24 anos. Life: Um Retrato para James Dean poderia ter ido a fundo nesta relação de interesses que apresentou resultados muito maiores do que os motivos que a geraram num primeiro momento, mas o diretor Anton Corbijn (do sonolento Um Homem Misterioso, 2010, e do eletrizante O Homem mais Procurado, 2014) parece mais atento aos pormenores, ao invés do quadro geral. Tem-se, portanto, um filme frio, que se apresenta quase tão desinteressado quanto seus protagonistas. Dean vai se decepcionando à medida que esta relação se desenvolve – questões como sua óbvia homossexualidade nunca chegam a ser aprofundadas – ao mesmo tempo em que Stock, inseguro com seu próprio material, parece movido quase que pela falta de algo melhor a fazer. E assim, mesmo diante de um episódio tão singular, o que vemos é algo corriqueiro, que não se justifica nem como estudo de personagens e nem como relato histórico. Tem méritos, é claro, mas todos, infelizmente, pálidos diante da expectativa despertada por tal argumento.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Daniel Oliveira | 7 |
Francisco Carbone | 7 |
Francisco Russo | 6 |
MÉDIA | 6.3 |
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