Crítica
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Sinopse
Depois de ser deixada pelo noivo às vésperas do casamento, Lola viaja com amigos numa aventura para superar a crise dos 30 anos.
Crítica
Greta Gerwig é uma das mais novas atrizes-sensação do cinema americano com sua Frances Ha (2013). Mas a personagem que vaga por Nova Iorque não foi a primeira excêntrica a ser retratada pela artista nas telas. Com seu currículo vasto e originado do movimento “mumblecore”, uma nova estética cinematográfica americana que retoma alguns preceitos da Nouvelle Vague adaptados para o século XXI, Gerwig virou uma espécie de Anna Karina do mumble. Com o seu sucesso nesse estilo alternativo, algumas portas mais voltadas ao mainstream se abriram, entre elas a chance de protagonizar seu primeiro longa-metragem: Lola Contra o Mundo, de Daryl Wein.
O filme retrata a história de Lola, essa garota que parece estar tendo o momento perfeito: mantém várias amizades, prepara a sua dissertação e está prestes a se casar. Porém, o mundo parece decidido a confrontar Lola inesperadamente quando seu noivo (Joel Kinnaman, o protagonista de RoboCop, 2014, de José Padilha), decide voltar atrás no compromisso e a vida de nossa protagonista cai num profundo abismo. Reaprendendo a desbravar sua própria vida e seus sentimentos, levando a uns bons tombos nesse processo, Lola encontrará sua redenção.
Assim como no citado Frances Ha e em Descobrindo o Amor (2011), também protagonizados por Gerwig, o tema de Lola Contra o Mundo é o amadurecimento, a autodescoberta e a autossuficiência. E bem longe de ser uma comédia romântica simplória, a produção subverte os clichês do gênero, trabalhando-os de maneira que não se espera o final que é entregue.
Infelizmente, apesar de tantos acertos, a produção acabou desagradando a crítica americana e, associado à inexpressiva bilheteria no exterior, Lola Contra o Mundo terminou engavetado para um lançamento nacional. Sem previsão de estreia ou de chegar às videolocadoras, é um filme que merece um resgate por sua perspicácia em brincar com as comédias românticas, pelos diálogos bem afinados e pela performance de Gerwig. Que Frances, essa prima não muito distante de Lola, a ajude para, quem sabe, impulsionar sua exibição também no Brasil.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Renato Cabral | 7 |
Alex Gonçalves | 4 |
MÉDIA | 5.5 |
Achei delicado, foge aos clichês americanos e é desprentensioso. Assisti no Netflix e me identifiquei muito, pois tinha a mesma idade na época e estava passando pela mesma situação.
Poxa, eu gostei muito desse filme... eu tenho 29 (como a protagonista) e posso garantir que as crises são exatamente as mesmas! Indiquei a uma amiga (também de 29 anos) e ela me mandou um whats: "esse filme foi um relato da minha historia?". Ela que havia acabado de terminar o noivado, prestes a entregar dissertação, tudo muito parecido. Acho que a crise dos 29 é exatamente aquilo! Vou indicar.