A Luz Entre Oceanos
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The Light Between Oceans
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2016
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Reino Unido / Nova Zelândia / EUA / Índia / Austrália
Crítica
Leitores
Sinopse
Zelador de um farol na costa oeste da Austrália, Tom encontra um bebê à deriva num bote. Ele e sua esposa, Isabel, decidem adotar a criança. Anos adiante, eles topam com uma mulher que perdeu o marido e o filho no mar.
Crítica
O protagonista de A Luz Entre Oceanos, Tom Sherbourne (Michael Fassbender), é um guardião da luz, na tradução literal de sua profissão, também menos mítica em sua descrição como faroleiro. Veterano da Primeira Guerra Mundial, ele aceita as incumbências e o isolamento de sua nova função em uma pequena ilha australiana também como meio de expurgar os fantasmas de seu passado. Suas intenções se transformam, no entanto, quando conhece e é pedido em casamento pela extrovertida Isabel (Alicia Vikander), que logo se torna sua esposa e passa a viver ao seu lado na pequena casa ao lado do imponente farol.
Mais novo longa-metragem do sensível Derek Cianfrance, A Luz Entre Oceanos é um romance ao modo clássico que, enquanto se desenvolve, transforma-se num melodrama que deixaria Douglas Sirk orgulhoso. Sem receio de se aproximar do piegas, o cineasta se dedica a uma história agridoce, da qual sairão satisfeitos apenas aqueles espectadores sentimentais que apreciam dramas sobre moralidade, destino, amor e as consequências das escolhas que fazemos ao longo da vida. Distante do realismo amargo de seus filmes anteriores, Namorados Para Sempre (2010) e O Lugar Onde Tudo Termina (2012), Cianfrance demostra aqui seu toque para as tragédias líricas, numa adaptação literária que, em atuações e estética, beira o magnífico.
Em tempos de tanto cinismo e egolatria, há pouco espaço para filmes ternos como A Luz Entre Oceanos. Sua textura e refinamento se sobressaem a um argumento por vezes forçado, muito pautado em coincidências e certo da suspensão da descrença de sua audiência. Tom e Isabel sonham com uma grande família, engravidam duas vezes e ela aborta em ambas. A representação fálica do farol onde Tom se abriga, afinal, é apenas um símbolo. Quando um barco surge à deriva com um homem morto e um bebê a bordo, o casal se divide em conflitos e finalmente decide adotar secretamente a menina. Como no livro de M.L. Stedman, isso garante alguns anos de paz e idealismo para a família, até que descobrem a origem da criança e o desespero contínuo de sua mãe, Hannah (Rachel Weisz), que ainda tem esperanças de reencontrar a filha perdida.
Michael Fassbender e Alicia Vikander, que iniciaram um romance entre as gravações do filme, reverberam a uma sintonia palpável como o casal que está no centro do drama de A Luz Entre Oceanos. Atores iniciados no cinema independente europeu e hoje impulsionados à protagonistas de grandes produções, o casal possui uma versatilidade louvável para demonstrar as complexas emoções pelas quais seus personagens passam; Tom, inicialmente, é introspectivo e sofre de uma espécie de estresse pós-traumático após sua incursão pela Guerra, enquanto Isabel é viva e iluminada em sua inocência campestre e virginal. Enquanto as características dos personagens se transformam a partir das provações às quais são submetidos, os atores reverberam em tela um potencial dramático em sequências difíceis. Fassbender atua com o olhar e um gestual delicado para expressar a culpa de Tom, enquanto Vikander, sempre no controle de emoções visivelmente à flor da pele, tem mais liberdade para externar os dramas de sua personagem. Rachel Weisz aparece com uma hora de projeção para somar ao time de atores, numa performance pequena, porém delicada e digna de seu talento inegável.
Seja também pela trilha sonora envolvente de Alexandre Desplat ou na fotografia impressionante de Adam Arkapaw – que recentemente demonstrou talento em Macbeth: Ambição e Guerra (2015) – A Luz Entre Oceanos é mais um acerto na filmografia coesa de Derek Cianfrance. Seu mérito é tão grande quanto o de Alicia Vikander e Michael Fassbender, que já fazem valer o filme apenas por suas performances brilhantes. Mesmo que a narrativa derrape em seu terceiro ato e se torne um tanto quanto histriônica e moralista, eis um belíssimo drama feito na medida para aquecer corações e arrancar lágrimas.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Conrado Heoli | 7 |
Ailton Monteiro | 7 |
Chico Fireman | 4 |
Daniel Oliveira | 5 |
MÉDIA | 5.8 |
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