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Sinopse

Machete Cortez, conhecido ex-agente federal que se tornou justiceiro, é contratado por ninguém menos do que o presidente dos Estados Unidos para evitar que traficantes mexicanos iniciem uma guerra nuclear.

Crítica

Partindo de um trailer falso que acompanhou os filmes Planeta Terror (2007) e À Prova de Morte (2007), que por sua vez formavam o projeto Grindhouse, de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, Machete (2010) foi uma ideia interessante, mas desperdiçada em uma produção que pouco fazia rir, apesar de contar com o carisma de seu protagonista interpretado por Danny Trejo. O personagem agora retorna em uma nova aventura nessa continuação, Machete Mata, que já havia sido prometida por Robert Rodriguez ao final do filme anterior. Mas o que vemos agora é um verdadeiro desastre.

Escrito por Kyle Ward e com argumento de Robert Rodriguez e seu irmão Marcel Rodriguez, Machete Mata traz o protagonista ao lado de sua parceira Sartana (Jessica Alba) em uma missão na qual matam vários indivíduos que faziam parte de uma transação de tráfico de armas. No entanto, ela acaba sendo assassinada pelo líder de um dos grupos envolvidos, o que motiva Machete a buscar vingança. Ele é convocado por Rathcock (Charlie Sheen), o presidente dos Estados Unidos, para uma missão em que deve capturar e matar Marcos Mendez (Demián Bichir), mafioso que ameaça jogar um míssil nuclear em Washington. Mas Machete descobre que o míssil será acionado caso Mendez morra, obrigando-o a ir atrás do fabricante Luther Voz (Mel Gibson) para desarmar a arma. Mal sabe ele que ainda poderá aproveitar para realizar sua vingança.

Voltando a impor um estilo mais trash na condução do longa, Robert Rodriguez tenta levar Machete Mata por um caminho mais cômico, buscando não se levar tão a sério. O problema é que, mesmo pra algo assumidamente trash, o cineasta filma de maneira bastante displicente, subestimando constantemente a inteligência do espectador ao achar que qualquer espirro de sangue ou frase de efeito fará o publico rir. As cenas de ação, por exemplo, contam com a violência cartunesca típica do diretor, com tiros que explodem em mil pedaços os corpos de qualquer figura que apareça na tela, e mesmo sem um ritmo envolvente, ficam cansativas depois de um tempo. Rodriguez também chega a aparentar falta de criatividade ao mostrar o protagonista fazendo algo surreal com os intestinos de um capanga, lembrando muito uma cena do filme anterior.

Enquanto isso, o talentoso Demián Bichir investe numa caracterização excêntrica interpretando as várias personalidades do seu personagem, apesar disso não ser suficiente para torná-lo uma figura divertida. E se a ideia de trazer Charlie Sheen (um cara que parece ter enlouquecido nos últimos anos) no papel de presidente dos Estados Unidos é uma sacada curiosa, na prática acaba não funcionando tão bem quanto poderia, ao passo que Mel Gibson (outro ator que ficou em baixa depois de algumas polêmicas) demonstra energia, mesmo defendendo um tipo não muito interessante e até mesmo meio ridículo com seu “grande” poder de déjà vu.

Para azar de Machete Mata, nem o carisma de Danny Trejo dá as caras para tornar as coisas mais suportáveis. Aqui, Trejo surge no piloto automático na maior parte do filme, e também é obrigado a dizer falas como “Machete não tweeta”, “Machete não falha” e “Machete não brinca”, que devem funcionar maravilhosamente bem no roteiro, mas no filme não só aparecem sem a menor graça, como ainda são repetitivas. Depois de ver Machete Mata, resta apenas esperar que Robert Rodriguez não aproveite o gancho deixado ao final da história. Esta continuação já foi torturante o bastante.

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é crítico de cinema, formado em Produção Audiovisual na ULBRA, membro da SBBC (Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos) e editor do blog Brazilian Movie Guy (www.brazilianmovieguy.blogspot.com.br). Cinema, livros, quadrinhos e séries tomam boa parte da sua rotina.
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CríticoNota
Thomas Boeira
2
Chico Fireman
4
MÉDIA
3

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