Crítica
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Sinopse
Martha sempre foi um peso na vida do filho, Henry. Após três anos ausente, devido a uma missão secreta no exterior, ele retorna para casa e tem uma surpresa: a mãe emagreceu e agora tem um namorado, Tommy. Só que o novo homem na vida dela está interessado em uma valiosa obra de arte, o que o coloca sob investigação do FBI.
Crítica
A primeira impressão é de que o atraso é de uns 20 anos. E com o término da projeção vem a certeza: Mais Do Que Você Imagina é um filme típico dos anos 1980, porém deslocado do seu tempo e espaço. É uma obra que já nasce velha, datada, e sem maiores atrativos. Não é horrível, chata ou constrangedora – é apenas ultrapassada, ingênua e tola. E os poucos méritos que possui ficam logo apagados diante de um conjunto que desperta tão pouco interesse e atenção. A começar pelo título nacional – afinal, o que querem dizer com Mais Do Que Você Imagina? – tudo é muito vago e sem sentido.
Um agente do FBI fica três anos fora numa missão, e quando volta a mãe está completamente transformada: em forma, alegre e jovial. Ela logo se envolve com um desconhecido, que o rapaz fica sabendo, depois, ser um criminoso procurado internacionalmente. E, para tentar capturar o suspeito, ele terá que vigiar a própria mãe, enfrentando situações, no mínimo, constrangedoras. Você já viu esse filme antes, diversas vezes. São aqueles ‘clássicos’ da Sessão da Tarde, que mostram sempre as mesmas histórias, mudando apenas o elenco. Confusões, enganos e soluções tiradas do chapéu na última hora fazem parte do cardápio. Enquanto se assiste, até é divertido, mas no instante após ao fim da exibição será quase impossível lembrar do que acabou de ser visto.
Ficar gordo e se enfeiar com muita maquiagem virou moda em Hollywood. Gwyneth Paltrow, Sharon Stone, Ryan Reynolds já passaram por isso. Eddie Murphy usa e abusa dessa técnica em quase todos os filmes. Então por que a Meg Ryan não poderia também? Então, sem muito sentido, lá está ela, gorda e feia, só para depois voltar de modo ‘deslumbrante’ – ou seja, como é normalmente. A impressão é que a Meg deve andar tão em baixa que aceitou fazer esse filme só por massagem ao ego, já que depois a cada oportunidade os outros personagens repetem “nossa, como você está maravilhosa”, para ter como resposta dela: “eu sei!”!
Outro que está juntando os trocados é Antonio Banderas, mais uma vez como o galã de origem misteriosa e intenções mais nebulosas ainda. Será que ele não cansa? Colin Hanks, que apesar de já ter aparecido em produções de sucesso como King Kong (2005) continua sendo conhecido como ‘o filho do Tom Hanks’, é só caras e bocas, mostrando que o talento não é mesmo algo genético. Por fim há Selma Blair, uma atriz geralmente subaproveitada, e que mais uma vez encontra poucas oportunidades para usufruir de todo o seu potencial.
Mais Do Que Você Imagina é um passatempo inofensivo, e em outra época até poderia fazer mais sentido. Atualmente, com tantas atrações e recursos, é injustificável o seu lançamento. Tanto que, nos Estados Unidos e na Inglaterra, o filme foi distribuído diretamente em DVD, sem passar pelos cinemas. Aqui no Brasil, como inacreditavelmente Antonio Banderas e Meg Ryan ainda são nomes razoavelmente populares, está conseguindo captar a olhar de alguns desavisados, somando mais de 150.000 espectadores em três semanas de exibição. Nada memorável, assim como o próprio resultado artístico do longa em questão, mas ainda assim pertinente. Mas com certeza há muitas outras opções nas salas adjacentes que merecem mais atenção.
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