Crítica
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Sinopse
Durante um jantar, o anfitrião fala sobre a dualidade humana, traçando duas narrativas paralelas, sendo uma delas cômica e a outra dramática, com base numa mesma história.
Crítica
Lançado nos Estados Unidos em março de 2005, apesar de sua primeira exibição comercial ter sido na Espanha em novembro de 2004, Melinda e Melinda foi o trigésimo sexto longa-metragem dirigido por Woody Allen em mais de 50 anos de carreira. E se durante todo este tempo suas obras se dividiram em duas correntes, ou a comédia irônica e sarcástica ou o drama pesado e intransigente, desta vez ele decidiu apostar nas duas vertentes, criando um misto que no final das contas não acaba sendo nem um, nem outro.
A história começa numa mesa de bar, como milhares de outras. Porém a discussão aqui se dá entre roteiristas profissionais, e com isso as possibilidades se multiplicam. A linha de partida é uma moça problemática que invade um jantar sem ter sido convidada. Neste momento os amigos decidem mostrar, uns para os outros, como tudo pode ser interpretado de modo diferente, dependendo apenas do ponto de vista: bem humorado ou depressivo, feliz ou triste, farsa ou tragédia. E assim o filme se divide em dois, com duas narrativas paralelas se desenvolvendo, uma apostando na graça, outra no drama.
A Melinda trágica aparece na casa de uma antiga amiga pedindo socorro. Ela acabou de sair de um divórcio, além de ter perdido a guarda dos filhos. Bêbada, vive constantemente dopada com remédios e pílulas. Não acredita mais na vida, e deposita muitas poucas esperanças quando passa a se envolver num novo relacionamento com um pianista. Já a Melinda divertida pede auxílio no apartamento de estranhos que moram ao lado, e a torrente de problemas em que está envolvida e o modo como vai lidando com eles termina por despertar a simpatia do vizinho, que começa a questionar seus sentimentos pela própria esposa.
O maior problema de Melinda e Melinda está no próprio título, que faria mais sentido caso se chamasse Melinda e Hobie, já que na parte “engraçada” o protagonista é o novo pretendente, e não ela. Interpretado por Will Ferrell, este é o personagem mais carismático do elenco, respondendo pelos momentos mais memoráveis da produção. Radha Mitchell, atriz que teve poucos destaques em sua carreira, demonstra empenho em viver as duas Melindas, mas a dificuldade de distanciá-las está mais da direção e no rumo da história do que de sua composição como intérprete. Jonny Lee Miller e Chlöe Sevigny são outros nomes que chamam atenção, mostrando competência em seus personagens, mesmo que tenham poucas oportunidades de brilho.
Assim como os demais filmes dirigidos por Allen nesta mesma época, Melinda e Melinda também nasceu de uma idéia genial, mas que terminou se perdendo em sua realização. Desde Celebridades (1998), todos os longas realizados pelo cineasta partiram de um argumento interessante e curioso, mas frustraram as expectativas quando levados às telas. Aqui, as duas tramas não conseguem dispor de artifícios suficientes para justificar a iniciativa de separá-las, e no final o que temos são dois enredos muito próximos, como se a mensagem fosse que, não importa se rimos ou choramos, os acontecimentos que nos levam a essas emoções na maioria das vezes são bastante similares. Quer a gente queira ou não.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Daniel Oliveira | 4 |
Ailton Monteiro | 7 |
Alysson Oliveira | 6 |
Chico Fireman | 7 |
Wallace Andrioli | 6 |
MÉDIA | 6 |
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