Crítica
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Sinopse
A pirâmide de Gizé foi roubada, tendo sido substituída por uma imensa réplica a gás. O feito é considerado o roubo do século, o que mexe com o orgulho de Gru. Desejando realizar algo ainda mais impressionante, ele planeja o roubo da Lua. Para tanto conta com a ajuda dos minions, estranhos seres amarelados, e do dr. Nefario, um cientista. Gru encontra o plano perfeito quando vê as três órfãs Margo, Agnes e Edith entrarem no esconderijo do seu inimigo para vender biscoitos. Ele então vai ao orfanato e resolve adotá-las. Só não esperava que, aos poucos, fosse se afeiçoar às irmãs.
Crítica
Gru é um supervilão que, para enfrentar a concorrência de um rival que roubou uma pirâmide do Egito, resolve realizar sua maior conquista: furtar a lua! A trama por si só pode parecer uma bobagem, mas aliada a três meninas órfãs e, é claro, os incontáveis Minions, parceiros acéfalos do protagonista, tornou Meu Malvado Favorito uma das animações mais rentáveis de 2010 e também um sucesso de crítica, chegando a ser indicada ao Globo de Ouro. Porém, o filme é isso tudo? Mesmo após três anos de seu lançamento, a resposta é sim. E talvez mais ainda.
Primeira animação do estúdio recém criado na época, o Illumination Entertainment, a produção estrelada por Gru (voz de Steve Carell no original e de Leandro Hassum em português) consegue cativar não apenas os pequenos mas também os adultos com sua história recheada de piadas de duplo sentido e sem pudores. Ora, quando no início do filme o vilão estoura o balão de uma criança, já dá pra se ter uma idéia de como é seu “código de ética”. Ou melhor, a falta dele.
Um dos aspectos mais interessantes do roteiro é brincar com situações clichês tornando-as o mais críveis possíveis. Ora, a personalidade de Gru é explicada pela ausência de uma infância feliz. A mãe (tão cruel quanto) sempre o renegou, mas isso é contado de forma tão pitoresca, tão na piada, que fica impossível não entender o assunto sem muitas risadas. E este é o grande diferencial desta animação em relação a muitas outras lançadas anualmente: a falta de algo mais piegas. Praticamente tudo na história é tratado com tamanho deboche que o sorriso vem fácil a cada quadro, a cada tomada. Nem quando as pequenas órfãs entram em cena com sua busca por um lar o filme cai no sentimentalismo barato. Afinal, as três pequeninas podem ter sido abandonadas e agir com desconfiança em relação ao seu novo pai, mas elas são espertas o bastante para transformar tudo em um show à parte. Especialmente quando conquistam o coração dos Minions.
Aliás, os Minions. Se toda animação atual tivesse coadjuvantes tão carismáticos e divertidos como estes, o nível do gênero (que anda meio baixo, especialmente em relação à criatividade) aumentaria em, pelo menos, uns 50%. É nas suas trapalhadas e em suas armações ingênuas (que mais atrapalham do que ajudam o estabanado chefe) que Meu Malvado Favorito cativa de vez a plateia, deixando de lado qualquer dúvida sobre o porquê de seu sucesso. Os altos números de bilheteria volta e meia podem enganar o público sobre a qualidade de uma produção. Porém, os quase 550 milhões arrecadados pelo mundo só atestam o ótimo trabalho realizado aqui. É de ver e rever sem nunca perder o sorriso no rosto.
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