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Sinopse

O Agente J deve viajar no tempo e retornar aos anos de 1960, ainda no início da Agência MIB. Sua principal missão é evitar de todas as formas o assassinato de seu futuro amigo Agente K por um alienígena que vive disfarçado entre os humanos. Com isso, ele estará mudando o curso da história.

Crítica

Depois de atingir o fundo do poço, as coisas só podem melhorar, não é mesmo? Afinal, não há como se afundar mais. Isso, ao menos, é o que deve ter pensado o time por trás da franquia Homens de Preto, que estreou em alta em 1997, para logo em seguida derrapar feio na continuação de 2002. E se entre os dois primeiros filmes se passaram 5 anos, foi preciso o dobro de tempo para que a trilogia tivesse uma conclusão: uma década depois, estamos novamente diante de Will Smith e Tommy Lee Jones, sob o comando de Barry Sonnenfeld, todos vestidos com ternos pretos e em busca de vida alienígena na Terra. É o Homens de Preto 3, um filme que é melhor do que o anterior, mas fica devendo ainda muito ao primeiro da série.

O começo de Homens de Preto 3 não é dos melhores e lembra bastante Homens de Preto 2 (2002): os agentes estão envolvidos na resolução de um grande caso que coloca a própria vida humana em risco. A diferença é que Tommy Lee Jones está presente, e ao invés de termos apenas Will Smith cansado do trabalho que há anos executa, agora são os dois com o mesmo sentimento. E assim como segundo episódio, a trama mais uma vez se desenvolve ao redor do personagem de Jones. Boris (Jemaine Clement, de O Que Fazemos nas Sombras, 2014), um perigoso vilão extraterreste, escapa da prisão lunar em que se encontrava e segue direto rumo à Terra para se vingar de quem o colocou na situação – o Agente K (Tommy Lee Jones). Na tentativa de evitar que isso aconteça, K provoca uma falha temporal, criando um universo alternativo em que ele está morto há 40 anos e Boris nunca chegou a ser preso. Para evitar essa realidade, J (Will Smith) precisa voltar no tempo e trabalhar ao lado do K de 1969 (em sua versão jovem interpretado por Josh Brolin).

Como se pode ver, a despeito do lance “viagem no tempo”, a história dos três filmes é praticamente igual: vilão extraterrestre quer acabar com o planeta Terra e os Homens de Preto impedem o sucesso destes planos. E se em Homens de Preto (1997) o inimigo era uma barata gigante, no filme dois o pior que poderia acontecer era cruzar com uma Lara Flynn Boyle de lingerie. Ou seja, qualquer um percebe que o tom é de humor e deboche. E isso era, justamente, a grande graça destes filmes. E é, também, tudo que falta em Homens de Preto 3. Afinal, o tal Boris é um monstro nojento e desprezível, violento e insensível, que estraçalha qualquer um que cruze seu caminho. Tudo que deseja é vingança – um sentimento, é preciso concordar, nada engraçado. E toda a graça nonsense e irônica, tão bem explorada nos dois primeiros filmes, acaba por soar repetitiva e cansada dessa vez. Já vimos isso antes, e foi melhor da primeira vez.

Mas nem tudo está perdido. Will Smith continua sendo um astro – o filme é dele, sem dúvidas – e vê-lo em cena é sempre um prazer, mesmo aparecendo cada vez menos (seu último longa havia sido o morno Sete Vidas, 2008). Tommy Lee faz muito pouco, e quem rouba a cena é Josh Brolin, mostrando que realmente faz muito tempo que o vimos em Os Goonies (1985). E como ele cresceu desde então! Seus dois trabalhos anteriores ao lado de Jones (Onde os fracos não tem vez e No Vale das Sombras, ambos de 2007) de fato o ajudaram, e a recriação que faz como sua versão rejuvenescida é simplesmente impressionante. Demais temos Sonnenfeld sem se preocupar, deixando seus atores correrem soltos pelo set, exibindo efeitos especiais cada vez mais afiados, e ainda com uma participação de luxo da sempre ótima Emma Thompson. É pouco, claro. Está longe de ser um Os Vingadores (2012), por exemplo. Mas ainda assim é um passatempo competente. Quem sabe daqui a 20 anos, quando o episódio 4 sair (seguindo a mesma lógica...), tenhamos algo de fato revolucionário, como foi o original que deu origem à série?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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