MIB: Homens de Preto – Internacional
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Men in Black: International
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2019
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EUA / Reino Unido
Crítica
Leitores
Sinopse
Por décadas, a agência Homens de Preto protegeu a Terra da escória do universo, mas agora precisa lidar com a maior das ameaças: um traidor, justo quando a agência se torna internacional. É neste contexto que M tenta se tornar agente, que vivenciou uma experiência extraterrestre quando jovem e não teve sua memória apagada. Quem irá auxiliá-lo nesta jornada é o atrapalhado agente H.
Crítica
Ressuscitar uma saga cinematográfica dada como morta e enterrada não é uma tarefa das mais fáceis. Como Hollywood, no entanto, é a terra do impossível, parece ser o lugar onde o conselho “nunca diga nunca” se torna mais apropriado. E é justamente por isso que agora nos vemos diante desse MIB: Homens de Preto – Internacional, quarto capítulo de um universo que começou bem (Homens de Preto, 1997) mas teve logo em seguida uma derrapada histórica (Homens de Preto 2, 2002), para somente uma década depois conseguir razoavelmente se recuperar (Homens de Preto 3, 2012). A intenção de partir do zero, deixando de lado o elenco consagrado e até mesmo o cineasta que havia definido os conceitos básicos deste universo, parece promissora. Porém, de nada adianta substituí-los por quem deixa claro estar mais interessado em promover o próprio nome, ao invés da marca que deveria estar defendendo.
Os problemas de MIB: Homens de Preto – Internacional já começam no elenco. Will Smith e Tommy Lee Jones saem de cena com a moral em alta – MIB 3 foi o que mais faturou até o momento, com US$ 624 milhões ao redor do mundo – apenas para Chris Hemsworth e Tessa Thompson repetirem a mesma parceria vista em Thor: Ragnarok (2017) – e em Vingadores: Ultimato (2019), lançado há menos de dois meses. Ou seja, é quase um spin-off reciclado do Universo Marvel, sem tantos superpoderes, mas com armas maiores, além de vilões alienígenas muito similares. Se nos capítulos anteriores o tom cômico era reforçado, dessa vez se apoia quase que exclusivamente nos maneirismos de Hemsworth, cuja atuação possui dois únicos pilares – a beleza física e um jeito supostamente descolado – tal qual fora visto em todos os esforços do ator no gênero, como Caça-Fantasmas (2016) ou Férias Frustradas (2015), por exemplo.
Estruturado de modo episódico, MIB: Internacional parece a temporada inteira de uma série da Netflix condensada em um longa de pouco menos de duas horas de projeção. H (Hemsworth) é o agente consagrado que já teve melhores momentos, enquanto que M (Thompson) é a novata que, na infância, passou por uma experiência com um extraterrestre que marcou sua existência para sempre. Se no começo ele estava em Paris e ela em Nova Iorque, quando colocados juntos vão de Londres a Marrakesh, passando por Nápoles – tudo para colocar em evidência o caráter “internacional” do filme, ainda que as mudanças geográficas pouco influenciem no desenrolar dos acontecimentos. No meio do caminho, junta-se a eles o diminuto Pawny (voz de Kumail Nanjiani, provavelmente a melhor coisa em cena), um soldado sem rainha que escolhe a novata como nova protegida. Juntos, terão que descobrir como evitar que um armamento capaz de destruir mundos vá parar nas mãos erradas, além de desvendar algo ainda mais grave na própria força em que atuam.
Pois bem, se o grande mistério do filme, anunciado à exaustão nos trailers que precederam seu lançamento, é a existência de um agente duplo infiltrado entre os Homens – e Mulheres, como fazem questão de reforçar – de Preto, como manter o suspense quando há basicamente três personagens em cena, e um deles é Liam Neeson (que surge como o Super T, superior daqueles em campo)? E se Emma Thompson serve apenas para oferecer uma transição entre o velho e o novo – é a única personagem da primeira trilogia a aparecer neste quarto capítulo – qual a função de Rebecca Ferguson além de ser mais um ruído, uma distração curiosa, mas nunca relevante? Outro desperdício são os gêmeos Larry e Laurent Bourgeois (que assinam apenas como Les Twins), duas ameaças visualmente interessantes, mas que nunca chegam a representar perigo verdadeiro.
F. Gary Gray, após o sucesso de Straight Outta Compton: A História do N.W.A. (2015), seguiu em alta aproveitando a onda de Velozes & Furiosos 8 (2017), mas aqui se mostra estar nitidamente em um ambiente que não lhe pertence. Fraco no humor, com um elenco preguiçoso e um argumento tão óbvio quanto redundante, a previsibilidade do conjunto é suficiente para fazer desta uma experiência tão desgastante quanto desnecessária. Sem falar na incrível previsibilidade de todos os acontecimentos – não há tensão, segredos a serem descobertos nem algo que valha minimamente a atenção da audiência. Hemsworth sem camisa todos já viram, Thompson fazendo discurso de empoderamento também não é novidade, e o resto é tão descartável quanto a própria proposta, que em nenhum momento chega a ser justificada. A ideia em si – ampliar os horizontes da organização Homens de Preto – é até interessante. Pena ter sido tratada com tanta displicência e pouco cuidado.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 4 |
Thomas Boeira | 5 |
MÉDIA | 4.5 |
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