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Sinopse

Com a Terra sendo ameaçada pela presença de Serleena, uma Kylothian cruel e monstruosa que está disfarçada como uma modelo terráquea, o agente J resolve por pedir ajuda ao seu antigo companheiro K, que teve sua memória apagada e agora trabalha nos Correios sob o nome de Kevin Brown. J precisa então restaurar a memória de K, para que possam combater juntos a ameaça.

Crítica

Já consagrado como um dos maiores astros de Hollywood, Will Smith se arriscou na primeira continuação de sua carreira. E como resultado temos Homens de Preto 2, um filme inferior em todos os sentidos ao original, feito cinco anos antes. Concebido meio que a toque de caixa apenas para manter o nome do ator em alta e impressionar nas bilheterias, pode-se até afirmar que estes objetivos foram alcançados, porém com menor efeito que o anterior: o faturamento mundial foi inferior em mais de US$ 100 milhões. Talvez esta seja uma das justificativas para a demora de uma década para que a trilogia fosse completada – afinal, encontrar o roteiro perfeito não é uma tarefa das mais fáceis nos dias de hoje.

Se em Homens de Preto (1997) éramos apresentados à organização secreta que monitorava as atividades alienígenas na Terra através do recrutamento do agente J (Smith), o que acontece em Homens de Preto 2 é o inverso: desta vez será J que terá que ir atrás do seu antigo tutor, K (Tommy Lee Jones). Isso porque o veterano está aposentado, e por isso teve sua memória apagada. Portanto J não terá apenas que encontrar o velho parceiro, como também convencê-lo do seu passado e motivá-lo a partir mais uma vez para ação. Agora, por que ele está fazendo isso? Como não poderia ser diferente, temos uma ameaça que pode dar fim à vida em nosso planeta, um caso em aberto que contou com o envolvimento de K anos atrás e que só ele pode ter a chave para dar fim ao provável perigo.

As novidades de Homens de Preto 2 se resumem ao elenco, que conta com a participação da bela Lara Flynn Boyle (Twin Peaks, 1989-1991), como a vilã extraterrestre, oferecendo seu ar cult, Rosario Dawson, fazendo seu primeiro par romântico com Will Smith (os dois reprisaram esses papéis posteriormente no morno Sete Vidas, 2008), e a revelação televisiva Johnny Knoxville. Nenhum possui particularmente grande relevância na trama, mas ao menos garantem um dinamismo suficiente para não deixar ninguém cair no sono. E como o humor continua no mesmo tom e os efeitos seguem aprimorados, o pacote aparentava estar completo. Ou ao menos era o que se tentava vender.

No entanto Homens de Preto 2 teve um desempenho muito aquém do esperado, por pouco não colocando a carreira dos protagonistas em suspenso. Smith logo em seguida se envolveu em outra série (Bad Boys 2, 2003), o que lhe deu novo fôlego. O curioso é que a fórmula se repete agora após 10 anos, pois os projetos que virão na sequência de Homens de Preto 3 são outras continuações (como as de Bad Boys, Bright e Esquadrão Suicida). Esse método deixa clara sua intenção em marcar presença, jogando apenas com cartas seguras, sem se arriscar por caminhos inexplorados. E quando tudo é muito garantido, perde-se a surpresa, a novidade, a originalidade e a excitação. Exatamente o resultado deste filme, que pode ser considerado como um dos pontos baixos de uma das mais bem sucedidas filmografias atuais.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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