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Sinopse

Connor Mead é um fotógrafo de celebridades que coleciona ex-namoradas. Acreditando que a vida serve apenas para se divertir e namorar, ele não entende como alguém pode ter um relacionamento duradouro. No casamento do irmão reencontra Jenny Perotti, a única mulher com quem realmente se envolveu. Naquela mesma noite, recebe a visita do tio Wayne, um playboy dos anos 1970, que lhe diz que receberá a visita dos fantasmas de três ex-namoradas. Através delas, Connor percebe as falhas de seus relacionamentos anteriores.

Crítica

Talvez, por alguns instantes, até surja uma dúvida, mas não se engane: você já viu este filme antes. E inúmeras vezes. E em versões muito superiores. Minhas Adoráveis Ex-Namoradas é descartável do início ao fim, que não compensa nem pela presença dos astros Matthew McConaughey e Jennifer Garner. A questão é que eles também já estiveram em cenários e situações semelhantes, porém com resultados superiores. Isso sem mencionar os esforços do diretor Mark Waters, responsável pelo divertido Meninas Malvadas (2004), mas que aqui parece estar em ponto morto. Ou seja: muito pouco se salva!

Esta frustrada e nada original releitura do clássico Um Conto de Natal, de Charles Dickens (que já teve mais de 30 adaptações para o cinema e para a televisão), troca o velhinho rabugento e mesquinho (que serviu de inspiração para, entre tantos outros, o personagem Tio Patinhas, da Disney) por um galã mulherengo e inconsequente. De resto tudo é exatamente igual ao que já se conhece há mais de um século: na véspera de um dia particularmente especial – no texto o Natal, aqui o casamento do único irmão – o protagonista é visitado por um fantasma de um antigo amigo – no original um ex-sócio, agora o tio que o criou – que, do outro lado da vida, avisa que ele será visitado, durante aquela noite, por três outros fantasmas, que irão mostrar quem ele foi, como os outros o vêem hoje e o que será dele se continuar agindo do mesmo modo.

McConaughey, quando estourou em seu primeiro sucesso – o thriller Tempo de Matar (1996) – chegou a ser comparado com um jovem Marlon Brando, tão altas eram as expectativas que levantou. Boas escolhas seguintes, como Contato (1997) e Amistad (1997) serviram para manter em alta as apostas. Mas elas duraram pouco. Logo uma sucessão de constrangimentos o jogaram no ocaso por um longa período. Foi uma época em que tudo o que parecia fazer eram comédias românticas. E mesmo depois de Como Perder um Homem em 10 Dias (2003) e Um Amor de Tesouro (2008), entre outros, seguiu batendo na mesma tecla. Mas os sinais de cansaço são mais do que evidentes.

No entanto, se Matthew McConaughey conseguiu dar a volta por cima - e até conquistar um Oscar, veja só! - o mesmo não pode ser dito sobre Garner, que apesar de ser ótima na televisão (a série Alias, 2001-2006, lhe rendeu um Globo de Ouro), ainda não se encontrou na tela grande. Por outro lado, Michael Douglas, que já foi um ator muito mais ousado, parece ter relaxado de vez. Se ela surge como a mocinha decidida a salvar a 'alma' do protagonista, o veterano encarna com prazer um tipo que lhe é característico, e com o qual tem se acostumado nos últimos anos. Nada que lhe exija demais, mas também o suficiente para garantir uma diversão passageira, eficiente em um ou outro ponto, ainda que longe de representar qualquer tipo de desafio.

Minhas Adoráveis Ex-Namoradas não se sai muito bem em sua busca de resgatar uma história marcante - muito mais feliz foi Bill Murray com o divertido Os Fantasmas Contra-Atacam (1988). E se o roteiro não surpreende, pouco pode ser dito em defesa do elenco ou da direção. Descartável enquanto entretenimento, tolo como romance – é nítida a falta de química entre o casal central – e ingênuo em suas mensagens e lições, é um longa que alcança nada mais do que o esquecimento. O objetivo de tamanho esforço é fazer com que o protagonista aprenda valiosas lições sobre o passado – como tudo começou e as origens do atual comportamento condenável – o presente – mostrar o mal que ele causa pelo modo como age – e o futuro – ilustrar um possível futuro de amarguras e decepções, caso continue agindo da mesma forma. O final é óbvio – quem não tomaria jeito e mudaria de imediato, nem que fosse por alguns dias?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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