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Sinopse

Os Minions tentam servir a diversos vilões, sendo-lhes instrumentos fieis, mas acabam sempre se auto-sabotando. Todavia, um deles, Kevin, decide sair pelo mundo, na companhia dos amigos Stuart e Bob, à procura de um novo chefe para o grupo. Nessa jornada conhecem Scarlet Overkill, a primeira supervilã do mundo.

Crítica

Os minions são aqueles seres amarelos estranhos e engraçadinhos que surgiram no primeiro Meu Malvado Favorito (2010). Até aí, nenhum novidade. Após roubar a cena em vários momentos do longa e de sua continuação de 2013, que foi um sucesso estrondoso de bilheteria, não iria demorar para que os personagens ganhassem vida própria. Pois agora chega aos cinemas a aventura que equivale a um prequel dos dois longas anteriores, já que a história centra-se na origem dos minions. E o fato de tornar os coadjuvantes bobinhos em protagonistas da história é justamente a maior falha do longa.

Com uma narração em off desnecessária (mas perdoável) no início do filme, mostrando que os seres existem desde que a vida surgiu na Terra e sempre foram em busca de um vilão para ser o mestre de todos, acompanha-se uma divertida introdução que mostra grandes "seres do mal" de todos os tempos. Do T-Rex ao homem das cavernas, passando por imperadores do Egito até Napoleão Bonaparte (e justamente como a falta de inteligência das criaturas resultou na queda de cada um de seus mestres), vemos a trajetória inicial dos bichinhos amarelos que falam de forma engraçada (na dublagem em português, um misto de portunhol com italiano e inglês, além de palavras faladas de trás para frente). As coisas começam a degringolar aos poucos após estes quinze minutos iniciais.

Refugiados por séculos graças às suas históricas falhas, os minions estão depressivos e precisam de motivação. Kevin, Stuart e Bob resolvem ir em busca de um novo malvado para serem assistentes e, se o plano der certo, eles retornam para buscar o resto do povo. Já estamos na década de 1960 e os protagonistas acabam sabendo da grande convenção de vilões que acontece nos Estados Unidos. Lá eles conhecem a grande atração da vez, a maior supervilã do mundo, Scarlet Overkill (Sandra Bullock). Após um desafio proposto por ela, os três se tornam os escudeiros da moça, que pretende roubar a coroa da rainha da Inglaterra e realizar seu sonho: ser da realeza. Para isso conta com a ajuda do marido Herb (Jon Hamm). É claro que a partir disso muita confusão vai ocorrer entre idas e vindas, vinganças e bananas, o alimento favorito dos minions.

Um dos grandes problemas: não se entende quase nada do que os "amarelinhos" falam. Não que já não se soubesse disso pelos filmes anteriores, mas o que pode parecer engraçadinho por alguns minutos começa a ficar irritante, mesmo que a proposta visual de esclarecimento tente salvar. A vilã é um desperdício do talento vocal de Sandra Bullock, já que não poderia ter uma motivação mais banal e de fazer qualquer feminista chorar. Além de tudo, o clímax é de uma batalha tão sem sal que, a bem da verdade, o longa já se tornou tão cansativo até então que até passa batido. Quem rouba a cena é Herb com sua personalidade de gênio hipster e também a rainha Elizabeth (ainda mais quando ela aparece em um pub bebendo com marmanjos).

Com poucos momentos inspirados, Minions se torna menos uma aventura excitante e mais uma experiência frustante para quem aguardava que os personagens fossem crescer devido à sua importância no título do longa. Porém, mesmo como protagonistas, eles parecem continuar agindo como coadjuvantes, já que precisam sempre de agentes externos para que sigam em frente. Talvez um problema da própria gênese dos personagens. Afinal, eles só existem para servir alguém, não? No fim das contas, pode causar algumas risadas isoladas, os pequenos podem se divertir com as maluquices deles (e realmente tem alguns bons momentos), mas de forma geral, o longa faz jus ao titulo e se torna mini de verdade. Uma pena.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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