Crítica
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Sinopse
Ethan Hunt e sua equipe do IMF, na companhia de aliados importantes, estão numa corrida contra o tempo por conta de uma possível ameaça nuclear. Depois que certa missão dá errado, eles precisam reparar erros do passado que se apresentam como uma nova ameaça repleta de velhos conhecidos.
Crítica
Missão: Impossível – Efeito Fallout possui todos os ingredientes que fizeram a franquia protagonizada por Ethan Hunt (Tom Cruise) se tornar uma das mais bem-sucedidas do cinema norte-americano. Seguindo a fórmula básica de seus predecessores, a nova aventura dá sequência aos eventos de Missão: Impossível – Nação Secreta (2015), inclusive sendo dirigida pelo mesmo Christopher McQuarrie. Há um plano hediondo envolvendo os integrantes do Sindicato, mercenários intitulados Apóstolos, diversas organizações, entres as governamentais e as do submundo, e uma carga valiosa de plutônio. Em mãos erradas, o material radioativo pode servir ao propósito da destruição em massa para a criação do caos. Portanto, cabe ao IMF, liderado em campo por seu integrante mais destemido, e reconhecido pela audácia, resolver a intrincada questão. De cara, a agência precisa lidar com uma guerra fria, fruto da disputa de egos que leva a CIA a designar August Walker (Henry Cavill) a fim de acompanhar Hunt e seus amigos. Já na primeira missão deles, temos um belo aperitivo da voltagem da ação, uma parceira constante no filme.
No plano do desenvolvimento dos personagens, sobressai o desenho do protagonista como um homem absolutamente sem disposição a perder amigos, mesmo que isso signifique colocar em considerável risco milhares de vidas. Todavia, Hunt não é visto como irresponsável, exatamente por conta de sua atuação cirúrgica. Ele situa desconhecidos na linha de fogo dos bandidos apenas por saber que, adiante, pode dar conta de contornar as coisas. Aliás, questões de confiança são muito debatidas em Missão: Impossível – Efeito Fallout, com o velho (e ótimo) jogo de gato e rato, sem contar a presença de agentes duplos e demais figuras que mudam de lado ao sabor dos acontecimentos. Essa volatilidade é imprescindível para que a tensão permaneça em alta, méritos de um roteiro que consegue estabelecer vínculos e ressignifica-los a partir das condutas, com semelhante qualidade. Enquanto promove uma reviravolta atrás da outra, criando dinâmicas positivamente inquietantes, o longa faz bem o que dele se espera, mas aumentando o escopo.
No que tange às cenas de ação, outra marca registrada da saga, Missão: Impossível – Efeito Fallout oferece algumas realmente impressionantes, como a perseguição de helicópteros – capturada com tamanha competência que nos transporta aos pormenores da movimentação –, a fuga de motocicletas e o resgate de um elemento valioso nas ruas de Paris. Após subir o prédio mais alto do mundo e pendurar-se num avião em pleno voo, Tom Cruise continua apresentando um desempenho notável e corajoso, correndo de um lado para o outro, pilotando aeronaves em percursos complicados e dirigindo por vielas sem dublês. Christopher McQuarrie valoriza esses momentos de adrenalina e entrega com uma câmera focada na fisicalidade, na aparente inviabilidade de certas tarefas. Tudo sem descuidar das intrigas de bastidores e do âmago dos personagens. Destaque especial à forma como aparentemente diminui a relevância de Walker, gradativamente fornecendo-lhe espaço para virar uma peça importante desse quebra-cabeça engenhoso e divertido.
Ving Rhames, Simon Pegg e Alec Baldwin brilham pontualmente, fazendo jus à relevância de sujeitos imediatamente próximos à Hunt. Rebecca Ferguson retorna como a perigosa Ilsa Faust, também ganhando importância na trama de forma crescente, adiante se transformando em parte imprescindível do episódio-chave que pode ser entendido como uma passagem de bastão na cinessérie. Missão: Impossível – Efeito Fallout equilibra como poucos filmes recentes, especialmente os feitos para grandes plateias, a capacidade de oferecer um espetáculo empolgante, vibrante pela maneira como se desenrola cinematograficamente, e a abordagem dos processos que dizem respeito à intimidade das pessoas, reforçando traços anteriormente desenhados, mas sem soar como refeição requentada ou algo assim. Em meio a paisagens distintas do mapa, como Belfast, Paris ou a região da Caxemira, Ethan Hunt segue provando que não há encargos inconcebíveis à sua tenacidade e à sagacidade da IMF, pilares dessa franquia que, felizmente, não acusa cansaço.
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