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Sinopse
A agência IMF se vê ameaçada de extinção por parte do governo americano, por outro lado, ela se torna alvo do Sindicato, uma facção criminosa com espiões altamente treinados e comprometidos em destruí-la.
Crítica
Quando se sabe que um novo capítulo da saga baseada na clássica série dos anos 1960 está sendo produzido, a dúvida que permanece até seu lançamento é: o que vão inventar agora? O intervalo gigantesco entre quase todos os filmes (uma média de cinco anos) sempre causa estranhamento, pois parece que diretores e roteiristas não sabem o que produzir com o material. Ainda mais com um 007 renovado que tem alcançado cada vez maiores números de bilheteria com tramas complexas e dramáticas. Pois parece que entenderam a lição de casa. Com este Missão: Impossível - Nação Secreta, Ethan Hunt e seus agentes finalmente entram nos eixos com um filme nada apelativo e com muita inteligência, mesmo nas cenas de ação humanamente impossíveis de serem realizadas.
Desta vez, uma missão é finalizada com sucesso, mas não sem algumas falhas, especialmente nas que se referem à destruição de alguns pontos de uma cidade. A situação leva o governo norte-americano a cancelar as atividades da equipe da IMF. Paralelamente, Ethan Hunt (Tom Cruise) está na Europa em busca do suposto chefe da organização conhecida como Sindicato, uma anti-agência secreta que quer "melhorar" o mundo com atos violentos. Sem apoio externo, o agente busca apenas a parceria dos seus mais que confiáveis William Brandt (Jeremy Renner), Benji Dunn (Simon Pegg) e Luther Stickell (Ving Rhames). Ao mesmo tempo, uma desconhecida (Rebecca Ferguson) parece conhecer mais segredos que todos os envolvidos.
Este é, provavelmente, o capítulo mais "James Bond" da série, não apenas pela sua trama, mas pela profundidade dos personagens e de sua trama. Nunca uma história das outras missões impossíveis foi tão repleta de enigmas e espionagem que não caem no clichê. É claro que a sinopse oficial pode lançar apenas mais um conto de uma agência envolvida com traições em seu círculo, mas o desenvolvimento do roteiro é muito mais apurado do que esta ideia simples. Tom Cruise dá sinais de cansaço em seu personagem, mas não de uma forma negativa. São tantos anos lidando com problemas de difícil solução que seu Ethan Hunt parece querer largar tudo devido ao estresse, o que é bem aproveitado pelo talento dramático do ator.
O quinto capítulo da série ganha muitos pontos não apenas pela reunião dos personagens antigos e pelo acréscimo de alguns novos, como Alec Baldwin como um dos chefões da CIA, mas sim pela presença feminina de Ilsa (Rebecca Ferguson), uma agente dupla - ou seria tripla? -, que tem suas ligações com o Sindicato e, consequentemente, faz com que a história gire em torno de suas ações. A atriz sueca é mais conhecida pela sua interpretação de Rainha Elisabeth na minissérie televisiva The White Queen. Se por aquele papel ela já havia sido indicada ao Globo de Ouro, aqui entendemos a versatilidade de seu talento e beleza. Sua personagem emula muito a de Ingrid Bergman em Interlúdio (1946), de Alfred Hitchcock, sendo extremamente ambígua e sedutora, mas sem cair no clichê básico da femme fatale. É uma adversária à altura de qualquer outro agente da série, seja do bem ou do mal. Por sinal, a intérprete lembra muito Bergman em seus traços.
Porém, além das atuações acima da média, o melhor de Missão: Impossível - Nação Secreta são suas cenas de ação. O diretor Christopher McQuarrie aproveita as lições aprendidas em Jack Reacher: O Último Tiro (2012), o qual ele também dirigiu, e No Limite do Amanhã (2014), com roteiro de sua autoria (por sinal, ambos trabalhos com Cruise), e aproveita as duas horas de filme para lançar sequências explosivas quase ininterruptas. Seja a inicial pré-créditos com a trilha clássica, com Hunt tentando entrar num avião em pleno ar, debaixo d'água ou ainda nua perseguição de motos. O cineasta entende o que poucos diretores do gênero sabem: a edição de som que privilegia o áudio ambiente é muito mais tensa do que uma trilha que, mesmo que subliminarmente, indica ao espectador o que vai acontecer. E nestas duas últimas sequências específicas, especialmente a sob as águas, o trabalho é primoroso.
Este novo capítulo dá um frescor à série que já parecia desgastada, mesmo que nenhum de seus filmes anteriores sejam ruins. Apenas "mais do mesmo". Este consegue atingir um novo patamar, se tornando, provavelmente, o melhor dos cinco. O saldo é positivo para todos os lados, seja de uma trama de espionagem complexa, mas de fácil entendimento para o público ávido por blockbusters; um capítulo que pode encerrar muito bem uma saga de quase 20 anos nos cinemas; ou ainda uma nova chance de continuar as histórias de Hunt e seus parceiros com novos e excitantes elementos. Um longa de ação muito acima da média que já está entre os melhores do gênero lançados neste ano.
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