Crítica
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Sinopse
Numa festa do pijama com seus amigos, dois irmãos descobrem que a mãe deles faz parte do programa de proteção de testemunhas. Quando ela e o marido são sequestrados, os manos vão precisar fazer de tudo para resgata-los.
Crítica
Diante da revelação de que sua supostamente pacata mãe, Margot (Malin Akerman), é bem mais que uma dona de casa comum, os irmãos Clancy (Sadie Stanley) e Kevin (Maxwell Simkins) partem com seus respectivos melhores amigos para tentar resgatá-la dos vilões. Simultaneamente, a mulher forçada a revisitar a carreira de ladra precisa se preocupar, além de fazer um plano funcionar, com o marido a reboque que não consegue deixar de demonstrar ciúmes. Missão Pijamas é uma comédia escapista, daquelas em que a lógica não tem importância diante dos efeitos cômicos imediatos e de certos percursos que nem chegam a configurar subtextos. A cineasta Trish Sie se preocupa em ressaltar as características de cada personagem que encara essa situação excepcional de maneira distinta, em prol disso negligenciando deliberadamente a coerência em vários instantes. A trama se passa em algumas horas, mas o fato não impede que todos tenham inúmeras aventuras diante das quais é preciso suspender a descrença para embarcar na boa, sem a sensação de “sério, mesmo?”.
Porém, é bom compreender que Missão Pijamas não tem a intenção de promover mergulhos e compreensões profundas. Definitivamente, não é um tratado sobre a mentira ou acerca dos efeitos das revelações que podem reconfigurar os laços sentimentais. Desde o princípio, ele se apresenta como uma comédia ligeira, das a serem assimiladas pura e simplesmente a partir da capacidade que têm de entreter. E, para ser bem-sucedida nesse sentido, a realizadora conta com talentos do elenco que efetivamente não deixam a peteca cair. Maxwell Simkins rouba a cena sempre que possível, ajudando a desviar de algumas coisas que poderiam ser bem melhor desenvolvidas, como inesperada semelhança entre a filha insegura e a mãe mais radical do que eles previam. Ao ator são dados momentos generosos para demonstrar essa presença de espírito sobressalente, nos quais ele deixa de lado a sua função de “escada” ou seja, daquele que levanta a bola para os colegas se consagrarem, para se tornar o centro das atenções. Isso também acontece com a jovem Cree Cicchino.
A atriz que interpreta Mim, bestie de Clancy, em princípio tem papel minúsculo, sendo uma figura auxiliar. Porém, é evidente que o filme igualmente cresce quando ela agarra as oportunidades concedidas para sobressair, até diante da pretensamente central jornada de descobrimento à qual deveria ser mero suporte. Missão Pijama utiliza uma situação ampla somente como esqueleto para motivar as pequenas circunstâncias absurdas, às vezes engraçadas, que mesclam aventura e humor. Na verdade, são dois enredos desenvolvendo-se concomitantemente ao ponto de confluírem. Num deles, pré-adolescentes e adolescentes correm atrás das pistas deixadas estrategicamente que levam a protocolos de emergência. Coincidências demais, deduções que encaixam peças essenciais, todo esse pacote é bastante conveniente. Trish chega a brincar com isso ao colocar na boca de um personagem que determinada facilidade é realmente uma comodidade e tanto. Talvez um pouco mais dessa bem-vinda autoconsciência pudesse ser utilizada para o conjunto ganhar um par de camadas.
No ângulo paralelo de Missão Pijamas, Ron (Ken Marino) como marido nerd/trapalhão/enciumado dá as cartas. Ao reiterar surpresas a cada descoberta, com a mesma carga caricatural com que demonstra despeito diante do bonitão vivido por Joe Manganiello (ex de Margot com pinta de bandido canastrão), ele ajuda a tornar os traços de perigo incipientes. É tudo acelerado, mas o ritmo condiz com o tipo de humor escolhido ao tom principal do longa-metragem. O senso de urgência praticamente inexiste, algo que pode ser compreendido pela evidente tendência de aparar toda e qualquer aresta, o que acaba tornando meio inofensiva a lenga-lenga envolvendo sequestros, planos maquiavélicos e chantagens para proteger os seus. Outro indício dessa intenção de evitar controvérsias como o diabo foge da cruz (típico de “filmes feitos para toda a família”) é a pontuação que na vida pregressa de crimes, Margot nunca matou alguém. No fim das contas, se trata de uma aventura bem comportada, com gente bacana vencendo bandidos que não apresentam lá tanto risco, mas divertida.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Marcelo Müller | 6 |
Leonardo Ribeiro | 5 |
Lucas Salgado | 5 |
MÉDIA | 5.3 |
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